Ao quarto
álbum, Antoine Fafard abandonou os nomes em latim e fixou a sua banda apenas em
três elementos, contando consigo próprio. Um trabalho mais coletivo e com mais
liberdade para os seus colegas poderem acrescentar algo aos temas esteve na
origem de um conjunto de faixas mais orientados para o formato canção. Numa
altura em que o baixista canadiano radicado no Reino Unido já prepara o
sucessor de Sphère fomos saber mais
da génese deste disco.
Viva, Antoine, tudo bem contigo? Novo álbum e, pela
primeira vez, um título que não é em latim. Significa que algo mudou?
Olá, Pedro! Em primeiro lugar, quero agradecer o teu
apoio ao longo dos anos! Simplesmente, o título do novo álbum foi inspirado
pela imagem na capa e pensei num título francês para variar (com o
"è" acentuado em Sphère). Uma
palavra que, obviamente tem a mesma ortografia em inglês. Mas o facto de não ter
usado um título em latim não é sinal de que algo importante tenha mudado. Tento
sempre lançar o melhor álbum que posso.
Na verdade, a mim parece-me que, sem perderes as tuas
referências de jazz-fusão, este álbum está mais orientado para as canções.
Concordas? Foi essa a tua intenção?
Havia uma intenção de nos concentrarmos no groove e passei muito tempo a criar progressões
de acordes. Portanto, o resultado é provavelmente um projeto global mais
acessível. Mas acho que ainda apresenta a minha assinatura como compositor.
E o espaço para os outros instrumentos está maior
que nunca, mas sem perder o poder do teu baixo. Foi um trabalho mais coletivo
desta vez?
Realmente queria destacar o talento de Jerry e Gary no
contexto da minha música. Tenho uma abordagem pessoal à composição e estou
sempre disposto a ter músicos muito bons a executar o que eu escrevi e
deixá-los aplicar o seu próprio toque. Foi bastante coletivo no sentido de que
recebi muito feedback durante o
processo de escrita e mistura. Também compus três músicas com Jerry o que é outro
sinal de colaboração.
Falando de músicos, desta vez foram só vocês os três,
certo? Por que tomaste essa opção?
Queria concentrar-me em três músicos para que mantivéssemos
um som consistente em todo o álbum. Além disso, os meus primeiros três álbuns
(e principalmente os dois primeiros) apresentaram tantos colaboradores e às
vezes um baterista diferente em cada faixa que resultou em sons irregulares de
uma música para a seguinte. Estou ciente de que do ponto de vista do ouvinte
pode ser um pouco inquietante... especialmente quem comprou o álbum no formato
digital e não têm os créditos de música!
Durante quanto tempo trabalhaste neste álbum?
No global, é o resultado de dois anos de trabalho. Comecei
a trabalhar nele ainda antes do último ter saído. E é a mesma situação agora,
pois já estou a trabalhar nos meus próximos dois álbuns! Os projetos sobrepõem-se...
Tens algum vídeo retirado deste novo trabalho?
Tenho alguns. Quem quiser visitar o meu canal de YouTube, vê-los-á a todos. Tens um documentário
sobre a realização do álbum, trechos das sessões de gravação e também vídeos
com faixas completas. Esta é a playlist
de reprodução de Sphère: https://youtu.be/ABEKRW2QeMQ?list=PLn2qV0ulMpFIJ5yiQtTnOVPj9gMPxSbjC
Haverá mais oportunidades para tocar ao vivo agora
que tens uma formação estável? Alguma coisa planeada?
Atualmente apenas estou focado em gravações de
estúdio. E, na verdade, não tenho uma formação estável, porque Gary está muito
ocupado e Jerry vive no Canadá... portanto, as datas ao vivo não são possíveis de
momento.
Manténs-te a trabalhar na Grã-Bretanha. Alguma
hipótese de voltares ao Canadá em breve?
Duvido que vá visitar o Canadá em breve... Tenho uma
família jovem e de momento não viajamos. A única maneira em que me posso ver a
voltar ao Canadá seria para algumas datas ao vivo... mas as hipóteses que isso
aconteça são muito reduzidas.
Obrigado mais uma vez, Antoine! Foi um prazer! Queres
acrescentar algo mais?
Apenas quero agradecer a todos que apoiam a minha
música... Aprecio o facto de algumas pessoas parecem apreciar a música que eu
crio e obrigado novamente, Pedro, pela tua ajuda a espalhar a palavra!
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