Entrevista: Domadora

 
Se Tibetan Monk foi meditação, The Violent Mistycal Sukuma é elevação. Assim define Belwill, de forma direta, as diferenças entre os dois trabalhos dos Domadora. Independentemente dessas diferenças, os franceses continuam a explorar a improvisação de uma forma completamente deliciosa. Percebam como.

Viva, Belwill! Tudo bem contigo? O que tens feito desde a última vez que falamos?
Muitas coisas, shows, viagens, meditações e, em seguida, tentámos elevações e sabes como isso é violento e místico.

Finalmente de volta com um novo álbum... O que aconteceu para uma espera tão longa?
Improvisamos muito. E, como fazemos sempre, um dia, gravamos. As nossas faixas são sempre em movimento, nunca tocamos a mesma versão, de modo que, como disseste na última vez que falamos, os nossos álbuns são únicos. Mas tens que saber que a maior parte deste álbum foi gravado no verão de 2014 e duas faixas durante o verão de 2016. Definitivamente, o tempo passa demasiado rápido.

Em 2014, disseste-nos que as improvisações do segundo álbum seriam maiores, mais pesadas e mais violentas. De facto, cumpriram! Naturalmente satisfeito com o resultado final deste The Violent Mystical Sukuma?
Sim, o certo é que tudo está sempre em movimento. Para nós, este álbum é um pouco mais violento do que o primeiro Tibetan Monk que é um pouco mais espiritual. Tentamos aproximarmo-nos de mundos espirituais mais elevados. Acreditamos nisso. É a nossa esperança e estamos a tentar dar uma oportunidade diferente de abordar a vida.

A propósito, qual é o significado deste título?
The Violent Mystical Sukuma significa uma elevação da consciência e esta elevação deve ser mística e violenta, porque tens que abrir as portas da tua mente e não é fácil. Ao tentar fazê-lo, é violento, mas quando as portas estão abertas o teu mundo tornar-se muito místico. Eu sei que é uma viagem especial mas esta é a nossa maneira de o fazer e tocar música, o nosso único caminho. Sukuma significa elevação. Tibetan Monk é a meditação e The Violent Mystical Sukuma é a elevação. Portanto, talvez possas imaginar o próximo álbum. Ou talvez não.

Mais uma vez, os instrumentos dizem mais que as palavras...
Para nós, as palavras, cantadas apenas por cantar não são interessantes. As vozes devem ser consideradas como instrumentos. Depois, consideramos que este álbum é apenas instrumental. Mas, na realidade, não nos importamos, com voz, sem voz, não é importante, não é essa a questão.

Mantém dois bateristas a tocar na banda. Devem ser a única banda do mundo com dois bateristas... qual o input de cada um deles?
Sim, mas não tocam ao mesmo tempo. É apenas uma questão de agenda. Em termos técnicos, Karim um Alex são diferentes. São ambos excelentes bateristas. Mas acho que o único requisito para eles é serem capazes de abrir as suas mentes. Têm que se perder. Se tentam controlar-se, se tentam fazer uma demonstração, não podem tocar esta música. Portanto, não é importante quem toca nesta ou naquela música.

Podes dizer-nos agora onde gravaram? Vi na vossa página de Bandcamp que foi no Auditorium du Louvre...
Sim, foi uma experiência muito boa, porque é uma zona cheia de história e com muitas boas vibrações, um imenso auditório feito apenas para o nosso volume de ruído. É um lugar bem inspirador. Por exemplo, foi no Louvre onde improvisamos pela primeira vez o riff de Girl With A Pearl Earring. Foi como uma dádiva.

Já têm algum vídeo retirado deste álbum?
Estamos a trabalhar num da gravação da versão de Hypnosis no Louvre. Em breve estará disponível.

E palco… o que está previsto?
Um espetáculo em Paris dentro de poucas semanas e estamos a planear mais apresentações ao ar livre, estilo generator party, em locais inesperados.

Muito obrigado! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Confia no teu próprio espírito.

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