Entrevista: Rainy Days Factory

O segundo álbum dos Rainy Days Factory apresenta-nos uma banda mais consistente, madura e com maior enfoque na musicalidade, sem deixar para trás aquilo que faz deles uma banda única. Óscar Coutinho mostra-nos de forma simples e direta como é This Is Tomorrow.

Olá! Como tem sido a existência dos Rainy Days Factory desde a última vez que conversámos?
Continuámos a compor. Escrevemos temas novos, procurámos respostas ao nosso desassossego. Os RDF variam entre um estado sólido onde a alma é despida e mostrada nua, e um estado líquido por onde deambulam mares, deuses e lágrimas. É lá que está a nossa fábrica.

Desde Ocean Of Tears houve alguma mudança significativa no seio dos RDF que se tenha manifestado agora neste novo álbum?
Saiu um membro, entrou outro. Uma mudança no momento certo. Uma troca gasosa entre uma nuvem carregada de chuva e outra de nada. Provocou uma descarga de energia que nos permitiu continuar a acreditar.

O vídeo de Ocean Of Tears alcançou um honroso segundo lugar no 48 Hour Music Video Project Lisboa. Rain é, para já o vídeo deste novo trabalho. Esperanças num reconhecimento idêntico?
Rain fala por si. Um tema icónico dos RDF. Achámos que devia ter um vídeo à altura. O resultado é um produto honesto e de alma despida. Queremos que chegue tão longe e a tantas pessoas quanto possível. Este tema faz bem a quem o ouve e vê.

A mim parece-me que This Is Tomorrow está muito mais consistente, e simultaneamente mais musical que a estreia. Concordam? Era esse o objetivo?
This is Tomorrow é um trabalho sem ideias pré estabelecidas, aliás como em todos os temas dos RDF. Deixamos sempre os sons fluírem e ditar o caminho. Nós apenas somos o canal, a chuva faz o resto.

Acho curioso a sequência de títulos dos temas, porque basta adicionar algumas partículas de ligação e obtém-se um texto corrido. Foi propositado?
De todo. Agora que os leio acho o mesmo. Quase que podia fazer uma nova letra dessa ideia.

Contem-nos de que forma surgem os convidados neste disco e qual o seu input criativo nos temas?
Sempre tivemos esta ideia de trazer para os projetos alguém de fora da banda. Neste caso o Pedro Telhada é explicado pelo facto de na altura das gravações estarmos a ensaiar no estúdio dele. Fizemos o convite, ele aceitou. O M-Pex surgiu através de um amigo. Ele sabia que andávamos à procura de alguém para uma ideia de um tema um pouco diferente no alinhamento do disco (Weeping Trees). A guitarra portuguesa resultou muito bem. Por último, pensámos numa voz feminina para um tema, e através de uma amiga nossa a Vanessa Nunes responde ao nosso chamamento. O que inicialmente era para ser uma participação num tema, acabou por ser em três, tendo inclusive participado em grande parte da letra do tema The Colour Of Your Smile.  Uma semideusa, gostamos muito dela.

E há, também uma cover do tema Twenty Four Hours de Joy Division. Acabam por ser uma banda importante co crescimento dos RDF?
Esta versão já fazia parte de um disco de tributo aos Joy Division para o qual os RDF foram convidados. Achámos que o tema ficou tão bom que o quisemos incluir no disco. Os Joy Division foram uma banda importante, influenciadora e inspiradora, mas não fundamental nem única. Algumas bandas da aclamada 4AD também o são. Assim como algumas bandas Portuguesas. Somos influenciados por vários estilos, sons e bandas diferentes.

E porque decidiram fazer a cover desse tema em particular?
Somos fascinados pelo tema – tempo. 24h é o tempo que leva o planeta Terra no seu movimento de rotação. A diferença entre o dia e a noite.

Quanto aos DIVA? Ainda estão em stand-by ou definitivamente parados?
Definitivamente parados. Extintos.

E no que diz respeito a concertos? Como está a vossa agenda?
Estamos a terminar os ensaios. Tivemos o concerto de apresentação do LP no dia 22 outubro tendo já uma data para um segundo a divulgar brevemente.

Projetos ainda para cumprir nos próximos tempos? O que têm em mente?
O projeto é continuar. Não desistir. Fazer o terceiro LP. Tocar. Estar vivo.

Mais uma vez obrigado! Querem acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado nós! Nada a acrescentar. Está tudo dentro da nossa cabeça. 

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