Ter Tony
Martin, David Shankle, Ross The Boss, entre outros, a participar num disco deve
proporcionar uma sensação única. E em que disco participam eles? Em We Are Heavy Metal dos argentinos Feanor,
uma banda praticamente desconhecida, mas que, não temos dúvidas, irá saltar
diretamente para o topo do metal
tradicional. Não porque tem este conjunto de notáveis convidados, mas porque
tem uma soberba coleção de canções. Pela primeira vez cantadas em inglês,
depois de dois álbuns na sua língua materna. Gustavo Acosta, baixista e
teclista não escondeu o seu empolgamento com tudo o que está a viver com os
seus Feanor.
Viva Gustavo! Seis anos depois, aqui estão os Feanor
de regresso! Como se sentem neste momento?
Olá, Pedro, como estás? Ótimos! Acho que o nosso regresso
não poderia ser mais forte do que isto, estamos muito animados e satisfeitos
com a reação geral da comunidade de metal.
Parece que o nosso álbum está a ser muito apreciado pelos fãs e isso é uma
grande sensação!
O que aconteceu durante este longo período de seis
anos?
Precisámos de fazer alguns ajustes na banda, queríamos
focar a nossa direção com mais precisão e os nossos ex-baterista e guitarrista
decidiram concentrar-se a 100% na sua própria banda (Skilron), por isso tivemos
que procurar músicos que compartilhassem a nossa visão e gosto musical. Finalmente,
a coisa boa sobre esta música é que não envelhece, por isso, quanto tivemos as canções
prontas levamos o nosso tempo para ter certeza que a produção era o melhor do
melhor. Não quisemos apressar nada, queríamos ter a certeza de que as músicas
seriam lançadas com o melhor som, a melhor masterização, performances impecáveis, etc.
Têm agora uma nova formação. Como é a química?
Sentimo-nos
absolutamente fantásticos. Sven é um amigo de longa data, e partilhamos a
paixão pela música de uma forma muito semelhante. Não somos apenas músicos, mas
um grupo de amigos com os mesmos ideais, é uma sensação incrível.
Um novo álbum, adequadamente chamado We Are Heavy Metal! Esta
é uma coleção de músicas dos últimos seis anos?
Sim, pode dizer-se
isso, mas na verdade a maioria delas estava pronta há 3 anos atrás, portanto,
como disse, tivemos tempo para as polir bem. A respeito do nome, acho que
funciona a níveis muito diferentes. Podemos dizer que não importa a tua
religião, país, cor ou gosto musical, somos todos Heavy Metal e devemos estar todos juntos como podes ver na nossa
capa. Por outro lado é o nome de um velho bootleg
dos Manowar, de 1984, que eu adoro, e também podes entender o tipo de música
que tocamos – não pode haver retrato mais claro do que este! Finalmente, as
letras do tema-título retratam a minha juventude e o que eu sinto sobre o metal. Em suma, pode haver muitos
significados para o nome WAHM!
Olhando para a lista de convidados... wow! Como conseguiram ter
todos esses nomes a tocar no vosso álbum? Deve ser uma honra...
Não só uma honra, mas um sonho. Como já disse, tivemos
uma ideia em mente e demoramos todo o tempo necessário para a colocar em prática.
Primeiro gravamos o álbum num estúdio, com o melhor som, e depois, em vez de o lançarmos,
mostramos as faixas a algumas pessoas que considero figuras monumentais do heavy metal. Como gostaram das músicas, pedi-lhes
para participar e, finalmente, quando recebemos as faixas de volta dos nossos
convidados, decidimos regravar o álbum inteiro tocando-o com o mesmo sentimento
que os nossos convidados fizeram. Ou seja, na realidade usamos tempo e recursos
para dois registos como este, mas acho que o resultado é mais gratificante.
E todos eles trouxeram algo para a vossa música,
não concordas?
Claro que sim. Por exemplo, um dos géneros musicais
que gosto é o AOR, e uma das bandas
que realmente gosto desse tipo de música são os Terranova da Holanda. Entrei em
contacto com o teclista convidando-o para participar em Crying Games. Nessa música está ele nas teclas, Frank na bateria,
Ross the Boss nas guitarras, Tony Martin nos vocais e eu e Walter The Scorpion
no baixo/guitarras – isto é simplesmente mágico! Depois, temos uma canção
chamada Ëol The Dark com um groove dos primórdios dos Manowar.
Portanto, o que pode ser melhor que ter o próprio Ross The Boss a tocar nela? Cada
membro foi escolhido para tocar de uma maneira onde se pode desfrutar o seu melhor.
Este é o primeiro álbum totalmente cantado em
inglês. Por que essa opção?
No passado, fizemos um par de álbuns em espanhol mas
agora queríamos criar um álbum um pouco diferente, com material que não pudesse
ser rotulado como sul-americano. Tu ouves e pode ser europeu ou americano. Queríamos
provar que somos capazes de estar no mesmo nível de qualquer outra banda no
mundo em termos de composição, produção e qualidade e acho que conseguimos.
Frank
Gilchriest gravou a bateria. É um membro efetivo dos Feanor?
Antes de mais, Frank é meu amigo, conheço-o há muitos
anos, desde a altura em que veio à Argentina com os Virgin Steele pela primeira
vez. Tornamo-nos amigos e, portanto, não foi surpresa tê-lo a bordo. Considero-o
um dos dez melhores bateristas de metal
hoje em dia. Portanto, sim, foi uma grande experiência ter as nossas músicas
tocadas por ele. Definitivamente queremos tocar ao vivo com ele, mas ele tem uma
agenda muito preenchida com as suas funções nos Riot. Falamos sobre fazer pelo
menos um espectáculo com ele e tenho a certeza que vamos fazer, mas neste
momento temos Emiliano Wachs que já tocou connosco no passado. Ele fez toda a
bateria no nosso primeiro álbum (Invencible,
2005). Por isso. Nesta altura diria que Emiliano é o nosso baterista, mas
definitivamente queremos tocar o álbum com Frank pelo menos uma vez.
Este é o vosso primeiro lançamento pela Massacre
Records. Quando começam a trabalhar juntos?
Quando terminamos o álbum, começamos a procurar uma
editora para o lançar. Na América do Sul foi pela ICARUS, que é a label mais forte de metal. No resto do mundo, tínhamos algumas opções, mas Sven falou-nos
sobre a sua experiência com a Massacre que foi muito boa. Por isso, decidimos
ir com eles e acho que foi uma ótima escolha, estamos extremamente felizes com
o trabalho de nossos irmãos teutónicos de metal,
saudações!
Esta é uma boa oportunidade para começar a
conquistar a Europa?
Que se lixem as conquistas! Queremos fazer grandes
músicas de metal e continuaremos a
fazer isso enquanto pudermos tocar. Não sonhamos com fama nem procuramos
dinheiro. Somos heavy metal, fazemos
isso por puro amor pela música. As coisas que mais gostamos, como tomar uma
bebida com os nossos amigos, tocar ao vivo, compor músicas, ouvir música metal não são limitadas por sonhos de
fama e poder, que se lixe isso.
Próximos projetos a serem realizados? Uma tournée está planeada?
Uma visita à Europa?
Realmente queremos tocar este disco ao vivo e estamos a
pensar em alguns espectáculos no Brasil, provavelmente com os nossos amigos
Steel Warrior e alguns na Argentina, e sim, esperamos poder tocar na Europa em
2017, que é com certeza um dos nossos objetivos.
Muito obrigado, Gustavo! Foi um prazer! Queres
acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado irmão pelo teu interesse e tempo. We Are Heavy Metal é um trabalho de
união e fraternidade, pessoas simples, uma mesa, algumas cervejas e música
atrás, essa é a nossa massa, que é heavy
metal!! Por favor, sigam-nos nos nossos sites:
https://www.facebook.com/feanorband
Site: www.feanorband.com
Twitter: @gustavofeanor
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