Entrevista: Corvos

A comemorar 18 anos de existência, o ano de 2017 marca o regresso dos Corvos à estrada com a sua tournée 18 Anos Depois. Mas este ano ficará, também, marcado pela tristeza com a partida, no primeiro dia do ano, do violoncelista Cláudio Panta Nunes. A tour tem início no próximo dia 4, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, que servirá ainda para prestar a devida homenagem a Cláudio Nunes. O lendário violinista Tiago Flores falou-nos deste regresso.

Olá Tiago! Antes de mais deixem-me dizer que é um prazer poder conduzir esta entrevista. O próximo dia 4 de fevereiro marcará o regresso dos Corvos aos palcos. Como está a ser preparado esse regresso?
Olá, obrigado por podermos participar no blog Via Nocturna. Em relação à tua pergunta estamos a preparar a nossa próxima tourneé 2017 "18 anos depois", com a maior motivação possível e com muitos ensaios. Temos de manter o nível como forma de agradecimento ao nosso estimado público, que nos tem acompanhado ao longo da nossa carreira.

Naturalmente, a partida de Cláudio Panta Nunes, estará indelevelmente marcado nos próximos tempos dos Corvos. Este espetáculo será também uma homenagem ao vosso antigo companheiro?
A partida do nosso irmão-corvo Cláudio Panta Nunes foi um rude golpe que a vida nos deu, a nós, à sua família e amigos... Iremos aproveitar a ocasião, para homenagear da melhor maneira possível: num palco, na sua terra, com todos os seus amigos, no palco e na audiência. Convidamos o seu pai, João Panta Nunes a tocar connosco um tema, músico de primeira linha, nosso colega e amigo de sempre, é contrabaixista.

Este regresso acontece numa sala icónica como o Auditório Olga Cadaval. Ou seja, uma sala icónica para um grupo icónico. Será, também por este motivo, uma noite especial?
Obrigado pelo elogio. Sempre fomos recebidos de braços abertos no Centro Cultural Olga Cadaval. Especial? Na nossa maneira de ver as coisas, ter a oportunidade de expor a nossa música, passado 18 anos, é muito, muito especial. Na sala em questão, com todas as condições, para músicos e público, torna-se memorável.

Está previsto a participação de algum convidado?

Não conseguimos, por problemas de agenda, termos todos os que queríamos, mas vamos ter o Tim, dos Xutos e Pontapés presente.

Com um percurso de 18 anos deverá haver bastante dificuldade em escolher um setlist. Irão incidir mais em que fase da vossa carreira?
Vamos incidir exclusivamente no início de carreira, mais concretamente no primeiro álbum, que dedicámos à música dos Xutos e Pontapés. Iremos tocar alguns temas do primeiro álbum, mas temos muitas versões novas, que não estão editadas, que iremos tocar pela primeira vez.

Ao logo desse percurso, quais foram os melhores e os piores momentos vividos pelos Corvos?
O pior que aconteceu, foi a partida do nosso irmão-corvo violoncelista Cláudio Panta Nunes... O melhor, ou mais marcante, talvez tenha sido o nosso primeiro concerto, no Pavilhão Atlântico, quando fomos convidados pelos Xutos e Pontapés a participar no seu espetáculo de comemoração dos 20 anos... Subir e tocar num palco com uma assistência de perto 19 mil pessoas, ficará para sempre na memória. Outro momento marcante é o que vivemos atualmente, independentemente da situação que estamos a passar, chegar aos 18 anos de carreira, é coisa que nunca pensamos que fosse possível.

E ao longo dessa carreira com uma série de álbuns, e agora olhando para trás, qual foi o trabalho que vos deu mais gozo e prazer de gravar? E qual quele que mais exigiu em termos de trabalho e complexidade?
Hmmm... Pergunta complicada... Todos os seis álbuns tiveram as suas questões...  Trabalhamos com variados produtores e engenheiros de som, com uma reciprocidade de aprendizagem entre todos, um grande obrigado a todos eles, pela paciência e profissionalismo que demonstraram. Podemos dividi-los entre os 3 álbuns de originais e os 3 de versões. No caso das versões é sempre um desafio conseguir captar a essência dos temas rock que gravamos, é preciso não esquecer que somos um quarteto de cordas, com um timbre completamente diferente das guitarras elétricas do rock... Tivemos de usar todas as "técnicas" que aprendemos na nossa escola clássica para lá chegar, difícil, mas um desafio que acolhemos de braços abertos. No caso dos discos com temas originais foi muito parecido mas com uma pequena, grande, reviravolta, os temas tinham que soar a rock sem perder a nossa essência clássica, coisa complicada por tocarmos os instrumentos que tocamos, enfim... foi desafiante, mas deu-nos muito prazer conseguir lá chegar.

Deixando o passado e virando-nos para o futuro: já está a ser preparado um sucessor de Corvos Convidam? O que poderão esperar os fãs?
Temos sempre a cabeça a fervilhar de ideias e hipóteses musicais. De momento não podemos revelar o que será, mas o sucessor está já a ser cozinhado, e irá ser servido!

Obrigado, Tiago! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado nós, pela oportunidade de podermos partilhar um pouco da nossa história junto da vossa comunidade de cibernautas. Para finalizar queremos agradecer ao nosso carinhoso e dedicado público, porque sem eles, nem os Corvos nem banda nenhuma consegue chegar a 18 anos de carreira... Enquanto estiverem desse lado, poderão contar connosco para mais... Obrigado! Quem nunca nos viu ao vivo, apareçam dia 4, não vão dar por mal empregue o vosso tempo!

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