Review: Theory Of Perception (Blame Zeus)

Theory Of Perception (Blame Zeus)
(2017, Independente)
(5.8/6)

Temos tido a sorte de acompanhar o percurso dos Blame Zeus, quase desde o início e somos testemunhas do processo evolutivo que a banda tem desenvolvido. O primeiro trimestre do novo ano traz um novo disco do coletivo gaiense que regista uma série de novidades. Do lineup original só já restam Sandra Oliveira e Ricardo Silveira e a edição, desta feita, é feita de forma independente. Porém, para além dessas alterações, a banda continua a seguir o seu trilho musical de um metal/rock em que o cuidado nos arranjos e nas composições é evidente. Por isso Theory Of Perception, assim como Identity já havia sido, não é um disco easy listening nem nada mainstream. Aconselham-se várias e atentas audições para se perceber o que os Blame Zeus colocam em cada canção. E acreditem que, com o tempo, começarão a analisar os temas de maneira diferente e a perceber a riqueza instrumental/vocal/de estruturas e arranjos que se criam. Theory Of Perception abre de forma forte, bem dentro de um metal coeso e de forte emotividade, mas em The Moth a banda começa a mostrar a sua multifacetada capacidade criativa: o peso abranda, os riffs dão lugar a algo mais aberto e a bastantes variações que se cruzam com pontuais explosões. More Or Less é um dos temas mais criativos do disco navegando em ondas atmosféricas, emocionais e melancólicas. E é a partir deste momento que Theory Of Perception se começa a desvendar em toda a sua plenitude. The Devil tem um sensacional trabalho de guitarra, Redemption abre a porta de um hard rock mais direto mas nem por isso menos interessante e Entertainment Clown é o momento mais experimental com toques jazzísticos. Os riffs pesados regressam em Miles bem antes de uma belíssima balada, de grande emotividade e sensualidade – Signs. Os dois temas finais são, também eles bem diferentes: Id com um ligeiro toque prog e uma tendência sulista e Roses, perfeitamente intimista e introspetiva. Há aqui muitos pontos de contacto com Identity. Diremos mesmo que é uma sequência lógica – uma versão revista e atualizada - mas com o quinteto a demonstrar a sua maior maturidade e maior capacidade inovadora.

Tracklist:
1.      Slaughter House
2.      All Inside Your Head
3.      Speechless
4.      The Moth
5.      More Or Less
6.      The Devil
7.      Redemption
8.      Entertainment Clown
9.      Miles
10.  Signs
11.  Id
12.  Rose

Line-up:
Sandra Oliveira - vocais
Ricardo Silveira - bateria
Paulo Silva - guitarras
Tiago Lascasas - guitarras
Celso Oliveira - baixo

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