Sandra
Oliveira e Ricardo Silveira são persistentes e nem uma drástica mudança de
membros, entre outras situações mais particulares, impediu os Blame Zeus de
estar prestes a lançar o seu mais recente disco intitulado Theory Of Perception. Mas vejamos, com a Sandra Oliveira, todos os
pormenores que giraram em torno dos gaienses até à criação de um segundo disco
que, apesar de tudo, acaba por representar um claro passo em frente.
Olá Sandra, tudo bem? Os Blame Zeus estão de
regresso e com bastantes novidades. Mas antes disso, fala-nos deste novo disco,
Theory Of Perception. De que forma se aproxima ou afasta de Identity?
Olá Pedro, antes de mais muito
obrigada ao Via Nocturna por todo o apoio! Theory
of Perception é, para nós, a confirmação de que estamos aqui para ficar.
Acho que podemos dizer que é uma continuação da nossa história. Há um fio
condutor entre os 2 álbuns, Theory of
Perception continua a soar a Blame Zeus. Claro que a mudança de membros
transformou um pouco o nosso som, principalmente a nível de guitarras, e, além
disso, houve uma certa preocupação em criar temas mais diretos, mais canções e
mais centrados na voz, mas sempre com a mesma energia a que habituamos o nosso
público
Depois do lançamento de Identity tiveram a
oportunidade de andar em tournée com
os RAMP. Como foi essa experiência?
Foi verdadeiramente espetacular. Os
RAMP e o seu staff são pessoas e
profissionais incríveis; foi uma aprendizagem brutal, que ficará connosco para
sempre. Também tivemos a enorme sorte de fazer muitos amigos: fãs, pessoal das
outras bandas, bares… conhecer melhor o que há e o que se faz por cá, que tem
muita qualidade.
E já que falamos de experiências, como se sentiram
estando presentes na festa de lançamento do quinto álbum dessa lenda que são os
Heavenwood?
Foi outra grande honra, não só poder
fazer parte de uma festa de lançamento tão importante, como de tocar na sala 1
do Hard Club!
Como foi o processo que vos levou até este novo
disco? Que motivações e inspirações tiveram para criar este disco?
Pela altura em que os antigos
guitarristas saíram, tivemos a sorte de convidar o Paulo logo a seguir.
Começámos de imediato a trabalhar em temas novos, com letras e melodias que eu
já tinha, e riffs que ele já tinha
também e, de uma forma muito fluída, fomos construindo o que é hoje Theory of Perception. Entretanto, tenho
uma amiga em comum com o Tiago que já mo tinha sugerido noutra ocasião, falei
com ele e ele aceitou, e o Celso entrou mais tarde, em junho de 2016. À medida
que foram entrando foram contribuindo com as suas partes e assim se completaram
as músicas. Por isso digo sempre que foi muito fácil compor com eles, estamos
todos muito motivados e cheios de vontade de tocar. A inspiração… fomos
buscando ao que nos ia na alma. Nas letras, e como o próprio nome do álbum
indica, falo da forma como cada um interpreta as coisas à sua maneira, como
percepciona… como os últimos anos e acontecimentos inesperados me fizeram
sentir. É também o álbum que dedico à minha Mãe, com dois temas, a Rose e a Signs, inspirados na sua partida.
Quanto às novidades, a mais importante é, portanto,
a radical mudança de membros. Apenas restam tu e o Ricardo. O que se passou?
É importante, mas não é o mais
importante. Penso que eles deixaram de estar dispostos a fazer os sacrifícios
que são necessários para se levar um projeto musical para a frente – as horas
de ensaio, na sala e em casa, o investimento financeiro, a disponibilidade – o
que é perfeitamente legítimo. Claro que isso afetou a banda de forma muito
negativa, tive momentos de fraqueza em que duvidei que tivesse forças para
continuar, mas no minuto a seguir lembrei-me porque faço isto: porque escolhi.
Porque é isto que quero ser. Porque adoro. A nossa única preocupação agora, e
citando o Tiago, é respeitar o legado do que está para trás, mantendo o nível
de qualidade, e trabalhar para o superar.
De alguma forma isso influenciou o processo de
criação?
Atrasou um pouco todo o processo, nós
gostaríamos de ter lançado o novo álbum ainda em 2016, mas foi impossível.
Entre encontrar os novos membros e estabelecermos novos objetivos, só nos foi
possível entrar em estúdio em agosto de 2016.
Pelo que percebi, os novos músicos já tiveram
oportunidade de participar nesse processo?
Sim, só uma música deste novo álbum
foi feita, parcialmente, com os ex-membros. Outra já existia mas foi feita por
mim e pelo Ricardo. As restantes foram integralmente criadas pela formação atual.
Em termos de lançamento, este acaba por ser uma edição
independente, interrompendo a ligação com a Raising Legends. Sentiram ser esse
o melhor caminho para a banda?
Sim, estamos neste momento em
perfeita harmonia com o facto de seguirmos caminho “sozinhos”. Temos
consciência que não será tão fácil chegarmos a certos contactos, mas com
perseverança, continuando a provar o nosso valor e sendo fiéis a nós próprios,
lá chegaremos.
Voltando a Theory Of
Perception, há algum conceito subjacente
e inerente a este conjunto de temas e este título?
Sim, como referi acima, Theory of Perception é assente na subjetividade
da vida, de situações que percecionamos de acordo com aquilo que foram as
nossas experiências e com o que vamos captando à nossa volta, e dentro de nós
próprios. Por isso a capa do álbum ser também inspirada no teste de Rorschach,
em que olhamos para uma imagem supostamente sem significado e retiramos
significados diferentes.
Em termos líricos, continuas a ser tu a principal
responsável pela sua produção?
Sim, faço questão de escrever as
minhas próprias letras, pois sei que as interpretarei de forma mais autêntica.
E é curioso porque o álbum anterior chamava-se Identity e é neste que
têm um tema chama Id. Pode inferir-se
aqui algum tipo de conexão?
É engraçado que tenhas feito essa ligação!
No caso de Id, é uma palavra que
pertence aos níveis de consciência Id, Ego, Superego, um conceito de Freud,
muito falado nos meandros da Psicologia. Pode dizer-se que o Id representa os
nossos desejos mais profundos, aquilo que somos verdadeiramente, sem
influências exteriores. Não há propriamente relação com o nome do álbum
anterior, que se referia mais a uma identidade coletiva, composta por gostos e
influências de todos os que compunham a banda na altura.
Qual será a data de lançamento?
Theory of Perception será lançado dia 4 de março, com
festa no Hard Club. Serão 3 concertos: o nosso, o de Projecto Sem Nome e o de
Nethergod. Também celebraremos com os nossos fãs da capital, no Stairway Club,
em Cascais, dia 18 de março. As bandas convidadas para essa noite são Deserto e
Sunya.
Até lá, e também nessa data, que ações estão
planeadas para apresentar e promover Theory Of
Perception?
Acabou de sair na Loud! o nosso studio report, pelo Emanuel Ferreira, fomos entrevistados pelo
António Freitas, na Antena 3, para o seu programa Alta Tensão, que passará mais
para o final do mês de fevereiro, e estamos a aguardar que saiam mais algumas
entrevistas e reviews. Entretanto,
vamos promovendo nas redes sociais e no site
a pré-venda dos packs do álbum, através
do nosso bandcamp ou do nosso email contact@blamezeus.com, e vamos
espalhar a palavra das nossas apresentações – 4 de março no Hard Club, no
Porto, e 18 de março no Stairway Club, em Cascais.
Obrigado! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Em nome dos Blame Zeus, obrigada a
todos os fãs que nos acompanham diariamente, e a ti Pedro, pela oportunidade de
contar a nossa história!
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