Entrevista: Apollo


Tal como um Waterdevil, assim nasceu o primeiro álbum a solo de Apollo Papathanasio, vocalista sueco com uma carreira de mais de duas décadas em nomes como Firewind ou Spiritual Beggars. Assim mesmo: 36 músicos de classe internacional surgiram de repente, causaram impacto, desapareceram e não se sabe nem quando nem onde nem como voltarão a juntar-se. Pelo menos é essa a leitura que o vocalista faz deste Waterdevils.

Olá Apollo, tudo bem? Quando decidiste avançar em teu nome próprio?
Olá! Alguém decidiu que eu deveria ir sob o meu nome como artista a solo (risos). Escrevi algumas canções em períodos diferentes. Perguntei ao meu amigo Jalle Westergren se estava interessado em gravar algumas músicas, só por diversão, por assim dizer, já que ele tem um ótimo estúdio - o Global Musix Studio. Ele mostrou-se muito interessado e acabamos por trabalhar com as minhas músicas e também escrevemos uma música juntos chamada Buried In A Flame. Divertimo-nos muito e como forma de piada falámos em fazer um disco. Cada vez se tornou mais sério e pensei numa equipa para fazer uma banda. Jalle insistiu que deveria avançar como um projeto a solo.

Assim sendo, quem está contigo nesta gravação?
Há muita gente. Acho que somos 36 a tocar no álbum. Músicos fantásticos com corações grandes. Aqui estão eles: eu, Apollo Papathanasio (vocais, guitarra, pandeireta), Chris Amott (guitarra), Por Wallmark (baixo), Ludvig Witt (bateria), Per Wiberg (teclados), Staffan Karlsson (backing vocals), Lena Dahlqvist (backing vocals), Henrik Flyman (guitarra), Ricki Aresu (baixo), Michael Ehre (bateria), Victor Olsson (guitarra, teclados), Jalle Westergren (guitarra, backing vocals), Daniel Algons (bateria, backing vocals), Martin Fernandez (bateria), Mike Moon (guitarra), Anton Roos (bateria), Dennis Zielinski (hammond), George Rain (guitarra, baixo), Mark Cross (bateria), Pavel Dvorak (teclados), Johannes Nyström (guitarra, backing vocals), Peter Huss (guitarra), Kaspar Dahlqvist (teclados), Divan (guitarra), Ari Larsson (baixo), Rolle Mathiasen (bateria), Anders Skoog (teclados), Peppe Palmgren (guitarra), Criss Blackburn (vocais), Peter Jöeäär (guitarra), Thomas Johansson (guitarra), Michael Lang (baixo), Tomas Persson (bateria), Fredrik Jordanius (guitarra), Mikael Bielinski (baixo), Markus Johansson (bateria). Há pessoas de Gamma Ray, King Diamond, Madison, Spiritual Beggars, Arch Enemy, Shining, Firewind, Evil Masquerade, Saffire, Egonaut, Shadowquest, Citron, Masterplan, Sebastien e outros envolvidos nisto.

Pode afirmar-se que este é um álbum mais pessoal?
É pessoal na medida em que fui eu quem escreveu as letras. Mas para as partes instrumentais, éramos muitos com as ideias. Uma vez que todos participaram, não sei se posso dizer que é totalmente pessoal...

Desta vez estiveste livre para explorar os sons que querias, certo? Portanto, é um passo em frente em relação às tuas bandas anteriores e atuais?
Sim, tive a liberdade de fazer o meu próprio caminho. Estive envolvido nas misturas de cada música e pude mudar ou adicionar coisas nas músicas. Mas o último toque da mistura foi feito por Jalle Westergren e Daniel Algons no Global Musix Studio em Gotemburgo.

Todas estas músicas são completamente novas ou resultam de um processo de criação ao longo dos anos?
Comecei a escrever algumas destas músicas há três anos e assim foi. Portanto, sim, poderás dizer que são coisas novas. Tenho muitas demos antigas que fiz, mas não escolhi nenhuma delas.

Assim, como descreverias este Waterdevils?
Bem, a minha intenção era construir uma pequena banda sem nenhum pensamento de avançar a solo. O que tinha em mente era construir uma banda chamada Waterdevils. Tornou-se num álbum de trabalho a solo e a coisa boa é que todos que quiserem tocar ao vivo comigo podem entrar. Numa banda têm que ser os mesmos membros. Adoro tocar com músicos diferentes e aprender, fazer novas experiências. Agora, a banda Apollo ao vivo é composta por mim (vocais e guitarras), Victor Olsson (guitarras – Saffire), Anton Roos (bateria – Saffire), Ricki Aresu (baixo – Slush Puppies) e Kaspar Dahlquist (teclados – Shadowquest).

A propósito, existe algum significado particular para este título?
Waterdevil ou Waterdevils é um fenómeno meteorológico que me fascina desde que o vi quando era muito jovem. Surgi com Waterdevil (ou "vattendjävul" em sueco) quando li sobre o assunto nos jornais, onde explicaram como e porque aparece este fenómeno. Frequentemente os Waterviles formam-se no solo e movem-se para a água. Isso acontece no verão e é algo que se assemelha a uma versão menor de um tornado que aparece de repente. Move-se rápido e poderoso e quando chega a água parece fumo de um pilar de água como uma fonte lançando para cima. O fumo ou o nevoeiro parece uma forma de monstros, cobras com rostos diabólicos. De certa forma, é uma homenagem a todos aqueles que contribuíram para este álbum. Eles apareceram, inesperadamente como um redemoinho, causaram impacto e depois foram embora. E acho que a capa do álbum está incrível, cortesia do Sr. Gustavo Sazes. Fez um grande trabalho.

A respeito dos Spiritual Beggars, como reagiram à tua aventura a solo?
Acharam que seria divertido. Apoiaram-me totalmente. E acham que é ótimo. A única coisa é que eu adoro tocar com os Spiritual Beggars e eles são a minha principal prioridade. Gostaria que pudéssemos fazer mais uma tournée mas eles estão ocupados com as outras bandas, portanto não é fácil arranjar tempo para trabalhar em novas músicas, gravar e tocar ao vivo. A minha ideia com este álbum Waterdevils, é manter-me ocupado e trabalhar musicalmente até voltarmos a começar a trabalhar nos Spiritual Beggars. Estou muito feliz em trabalhar com eles.

Próximos projetos a serem realizados? Uma tour está planeada?
Estou a planear outro álbum para mais tarde. Por agora só tenho uma música e fragmentos de riffs diferentes e melodias vocais. Mas com o tempo tudo ficará completo. Já tive um espetáculo na minha cidade natal como festa de lançamento. Esgotou, um lugar pequeno com uma capacidade de 400 pessoas. Foi muito bom!!!! A próxima aventura será em alguns clubes na Suécia e alguns festivais. Vamos tocar no festival Skogsröjet na Suécia, o que será ótimo.

Muito obrigado, Apollo! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Gostaria de agradecer a todas as pessoas que sempre nos apoiaram.

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