Info's Abril 2017

Welcome To The End (Stormhammer)
(2017, Massacre Records)
Ao seu sexto álbum os Stormhammer resolveram chamar Welcome To The End, mas não sabemos se é premonitório em relação à banda ou em relação a qualquer outro aspeto. Até porque o que aqui importa referir é toda a pujança musculada de um power metal intenso e consistente, bastas vezes preenchido com uma agressividade mais típica do thrash metal. O facto de se ter mantido a mesma formação desde o álbum antecedente, Echoes Of A Lost Paradise, conferiu mais estabilidade ao coletivo de Munique, que é bem visível nesta máquina de metal bem oleada e dilaceradora, capaz de produzir 12 novos temas agressivos, rápidos, pesados, intensos e com groove. (5.0/6)


Abject Tomorrow (The Vicious Head Society)
(2017, Independente)
The Vicious Head Society é o projeto criado pela mente do guitarrista irlandês Graham Keane, sendo que Abject Tomorrow surgiu como forma do músico se satisfazer a si próprio. E o percursor de tudo isso foi o diagnóstico de cancro da sua esposa. Criar música surgiu como um escape e daí até começar a contactar músicos que pudessem executar as suas ideias foi um pequeno passo. A maioria do álbum foi gravado no estúdio caseiro de Keane com os convidados (Wilmer Waarbroek, Derek Sherinan, Nahuel Ramos, Pat Byrne, Klemen Markelj, Kevin Talley e Nathan Pickering) a gravarem nos seus próprios estúdios. Musicalmente é um disco do mais puro prog metal e como muitas vezes acontece neste subgénero, é um álbum conceptual. Um prog metal que tem influências dos primórdios do rock progressivo como Yes, ELP, Rush ou Genesis até fortes influências de metal como Death, Meshuggah e Megadeth. (4.9/6)


Back For More (The Voodoo Fix)
(2017, Nashvillain Records)
Conhecidos como os primos mais funky dos Black Keys, os The Voodoo Fix têm em Back For More o seu mais recente trabalho, mantendo a sua explosiva mistura de rock, blues, funk e punk, sendo que o principal ponto de diferenciação para o seu trabalho anterior, In Deep, se prende com uma maior enfâse na vertente funk. Por isso, as aproximações aos Red Hot Chilli Peppers se tornem mais óbvias, mas também por isso Back For More apresenta trabalhos rítmicos mais intensos e até próximos da música negra. (4.7/6)


Blackbird (The Riven)
(2017, Independente)
Os The Riven são uma banda de heavy rock de Londres e a sua estreia – este EP de 5 temas - não poderia ter sido mais auspiciosa. São cinco temas que assentam na glória do hard rock dos anos 70, nomeadamente nomes como Grand Funk Railroad ou Deep Purple e que se aproxima do que atualmente fazem gente como Blues Pills, Pristine ou Graveyard. O seu som é cru, áspero, bem condimentado por um feeling soul, retro e profundamente orgânico. Intenso e feito com critério. Ansiamos pelo longa-duração. (5.5/6)


Big Wave (Felling Like A Million)
(2017, Master Twin Prod.)
Quatro anos depois da estreia Salvation, Big Wave é a nova proposta do quarteto Feeling Like A Million. Melodias com arranjos interessantes, riffs bem introduzidos e uma maciça parede sonora são algumas das principais características do coletivo que se mantém inalteradas. No entanto, em Big Wave, há uma maior enfase na criação de dinâmicas e melodias, tornando as canções mais profundas apresentando uma maior maturidade. (5.0/6)


Dead Of Night (Stormage)
(2017, Massacre Records)
Depois de terem lançados dois álbuns com boa aceitação, os Stormage também ultrapassam a prova de fogo do terceiro álbum, não propriamente com distinção, mas com um disco competente e equilibrado. A sua combinação de metal melódico tradicional com metal moderno traz algumas dinâmicas interessantes, mas também faz sobressair os pontos menos positivos, pelo menos, da segunda metade das influências. Ainda assim, energia, poder, groove, emoção e atitude estão presentes num disco de metal musculado e perfeitamente adaptado aos tempos atuais. (4.8/6)


II (We Buffalo)
(2017, Independente)
Começa a ser habitual (ou pelo menos a ser mais visível) a existência de duos no rock nacional. Neste caso, Ricardo Ferreira e Pedro Veiga formam os We Buffalo, projeto de Lisboa, que apresenta o seu novo disco simplesmente intitulado II. Desde logo se confirma que um número reduzido de elementos acarreta algum risco ao nível da elaboração estrutural, porque, de facto, e como em inúmeros outros exemplos, faltam os recursos humanos disponíveis para a prossecução de objetivos mais complexos e arrojados. Por isso, II é um conjunto de temas curtos, diretos e sujos, com alguma musicalidade a tocar o grunge, o garage e o stoner. Seguramente era isso que o duo pretendia fazer e eram esses os seus objetivos que, assim sendo foram plenamente atingidos. (4.0/6)

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