Entrevista: MindMaze

Acabados de regressar de uma tour com os Sirenia e Arkona que os levou ao Canadá e um pouco por todo os EUA, os MindMaze estão ainda em fase de apresentação de Resolve. O segundo disco da banda dos irmãos Teets foi a sua primeira experiência com álbuns conceptuais, mas a tendência seguinte será para ser mais back to basics. Pelo menos foi o que Jeff Teets, um dos irmãos mentores da banda, nos confidenciou.

Olá Jeff, como estás? O que têm feito os MindMaze durante estes últimos três anos?
Desde o lançamento do último álbum fizemos muitos espetáculos, lançamos um EP de edição limitada, andamos em tournée com Saxon e Armored Saint e trabalhamos no nosso novo álbum Resolve – por esta ordem.

Fala-me deste novo álbum, Resolve. É a vossa primeira experiência em termos de álbuns conceptuais. Sentiram-se confortáveis a trabalhar desta forma?
O resultado final foi realmente gratificante com este álbum, mas o trabalho para lá chegar foi muito mais do que qualquer um de nós antecipou. Para fazer todas as peças encaixarem lirica e musicalmente foi um desafio e gravar e produzir 67 minutos de música bastante complexa (pelos nossos padrões), exigiu muito de nós.

Mas decidiram desde o início que seria um álbum conceptual, ou perceberam a meio do processo que podia ser um caminho a seguir?
Decidimos no início do processo escrever um disco conceptual, e é por isso que há muita atenção aos detalhes com temas e melodias recorrentes ao longo do álbum. Em príncipio queríamos esperar pelo album número quatro para fazer um álbum conceptual, mas a música que estávamos a criar era muito mais apropriada para isso, pelo que percebemos que estava na altura.

Nesse sentido, qual é o tema principal associado a este conceito?
O álbum foi inspirado por uma série de eventos em todas as nossas vidas, por isso intencionalmente deixamo-lo um pouco aberto à interpretação, mas o álbum enfoca a perspetiva de um personagem principal que lida com a perda e o fim de um relacionamento. Nunca especificamos se foi um relacionamento romântico ou uma amizade mais próxima, ou outra coisa - isso foi intencional. O álbum trata do tempo e da perspetiva que é necessário para curar esse tipo de perda e traição e como finalmente o perdão e a felicidade podem vir com o tempo.

No que diz respeito ao line-up, verifica-se o regresso do baixista Rich Pasqualone. O que aconteceu para ele não ter participado no álbum anterior?
No final de 2013, Rich decidiu que queria tirar algum tempo da banda para voltar para a faculdade e resolver algumas coisas na sua vida. Nunca houve animosidade, ele continuou a tocar em alguns espetáculos. Durante um ano ou 15 meses, ele esteve "fora" da banda. Mike LePond, dos Symphony X, acabou por fazer as partes de baixo em Back To The Edge, o que foi realmente impressionante. Mas Rich cresceu tremendamente em Resolve, em comparação com a forma como tocou no nosso primeiro álbum, que foi a sua primeira experiência de gravação.

Também se verificou a mudança de baterista com a entrada de Mark Bennett. Foi uma adaptação fácil à banda? Teve oportunidade de colaborar no processo criativo?
Mark entrou pouco tempo depois de nos separarmos do nosso baterista original. Na verdade, fizemos duas pequenas tours antes de nos decidirmos se ele se juntaria oficialmente à banda. Naquela altura, escrevemos e organizamos a maior parte do material de Resolve e acabei por tocar algumas baterias no disco para que pudéssemos cumprir os prazos. Tem sido um excelente relacionamento e soamos muito melhor do que costumávamos e já está a colaborar em novas músicas em conjunto com a banda.

Terminaram recentemente a vossa tournée com os Sirenia e Arkona. Que balanço fazem dessa experiência?
Claramente foi uma ótima tour – correu melhor do que esperávamos. Ambas as bandas co-headlining estiveram muito relaxadas e sem stress. Conseguimos tocar em muitos lugares onde nunca tínhamos tocado antes - principalmente no Canadá e na metade ocidental dos EUA e alguns desses públicos foram absolutamente incríveis para nós.

Sign Of Life é o primeiro single/vídeo extraído de Resolve. Por que a escolha deste tema?
Para este álbum, sentimos que Sign Of Life deveria ser escolhido como nosso primeiro single porque é uma das músicas mais concisas e acessíveis no álbum (há alguns temas longos e atípicos neste disco) e mesmo que soe familiar, sentimos que é suficientemente diferente do nosso trabalho anterior para intrigar os nossos fãs.

Há previsões para mais vídeos em breve?
Fizemos um lyric video da música One More Moment, que é um está bastante próximo de um video musical com imagens de vídeo de toda a banda. Infelizmente, o nosso orçamento não permite mais do que um vídeo por álbum.

Que outros projetos têm em mente para o futuro?
Tenho feito sessões como convidados para algumas bandas e projetos porreiros - Judicator, Helion Prime, A Sound of Thunder, Poseidon's Anger entre outras coisas. Entre os nossos empregos normais e o que os MindMaze exigem de nós, ninguém tem tempo ou recursos para fazer mais alguma coisa. No que diz respeito aos MindMaze, já estamos a escrever para o próximo álbum. Ainda não fizemos espetáculos de apoio a Resolve, mas gostamos de estar alguns passos à frente de nós mesmos. O próximo álbum será muito mais back to basics e provavelmente será mais um álbum de hard rock do que um álbum de prog metal como Resolve ou de power metal como Back From The Edge. Pensamos lançar um EP no no verão de 2018 e, em seguida, um novo álbum de estúdio, pelo menos um ano depois, provavelmente no outono de 2019. Teremos as oportunidades que pudermos alcançar para fazer espetáculos que valham a pena, incluindo, esperançosamente ir à Europa pela primeira vez em breve.

Obrigado, Jeff. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Muito obrigado pelo teu interesse nos MindMaze convidando-me para fazer essa entrevista!

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