Entrevista: Gypsy Soul

1987. JK Northrup e uns amigos. Nascem os Gypsy Soul. 1989. Acabam os Gypsy Soul. Pelo meio, dois anos a compor, dois anos a atuar, dois anos a gravar demos. Pelo meio, contactos de grandes editoras. Resultado: absolutamente nada de concreto. Mas estes temas não poderiam ficar esquecidos. E é a Escape Music que os traz de novo à vida com esta edição de Winners And Losers. A história de uma banda que tinha tudo para vencer… mas perdeu. Ou talvez não, como se depreenderá desta conversa com JK Northrup.

Olá, JK, como estás? Obrigado pela tua disponibilidade. Fala-me deste lançamento da Escape Music, Winners And Losers dos Gypsy Soul. Que época está representada neste trabalho?
Estou bem, obrigado! O álbum dos Gypsy Soul traz músicas gravadas entre 1987 e 1989. Foram todas gravações demo, captadas nos Prairie Sun Studios e The Annex no norte da Califórnia. Alguns temas foram gravados no nosso estúdio de ensaio numa máquina Tascam de 8 pistas!

Podes falar-nos um pouco a respeito da existência dos Gypsy Soul?
Em 1987, Ronnie Montrose e eu tínhamos o mesmo agente, Steve Clausman. Eu gravava e tocava com os artistas da EMI Records, Rail e Ronnie acabava de completar o seu novo álbum Mean, que contou com Johnny Edwards nos vocais e James Kottak na bateria. Ronnie e Steve pensaram que Johnny e eu éramos uma excelente opção, portanto, Johnny concordou em se mudar de Kentucky, Louisville para Sacramento, Califórnia para começar a escrever e gravar comigo. Larry Hart, que tinha sido o baixista de Ronnie durante alguns anos, foi recrutado, bem como o baterista Glenn Hicks, que tinha estado em diversas bandas comigo desde a juventude. Fomos diretos à pré-produção com Ronnie e gravamos a nossa primeira demo de 4 músicas.

Na altura do vosso início, em 1987, tiveram bastante sucesso e até houve várias editoras interessadas em assinar com os Gypsy Soul. O que aconteceu para nada se ter concretizado?
Algumas semanas depois da nossa demo produzida por Ronnie Montrose, começamos a chamar a atenção de algumas editoras e assinamos um acordo com a Almo/Rondor - Universal. As nossas músicas tocavam no principal canal de televisão. Pouco tempo depois tínhamos a Atlantic e a Geffen, entre outros nos nossos espetáculos e atuávamos imenso. Como não conseguimos um acordo de contrato importante isso foi desencorajador o suficiente para que a banda se separasse e seguisse direções diferentes. Só mais tarde percebi que parte do motivo foi um conflito entre o nosso agente e as editoras. Tivemos várias ofertas em cima da mesa.

Conferindo a tua discografia, podemos ver muitos nomes com os quais tocaste ou colaboraste, mas este álbum de Gypsy Soul é único. Mas não é a primeira vez que alguns desses temas são apresentados ao público, pois não?
Várias das músicas do álbum dos Gypsy Soul foram gravadas em álbuns posteriores. Ready For The Rain foi gravada pelos Foreigner, The Kid Is Back In Town e Rough Life estavam no álbum Back On Track com Paul Shortino, Fire And Water foi gravada pelos Wild Horses com James Kottak, Burning In Her Fire surgiu no álbum King Kobra III e Survival In The Streets foi gravada pela artista japonesa Steffanie, em 1985. Isso é uma prova que tanto a banda como as músicas eram boas!

Quando e de quem surgiu esta ideia de recuperar esta coleção de músicas?
Acabei de terminar a masterização do álbum dos Target para Khalil Turk em agosto de 2017 e ele perguntou-me a respeito de músicas inéditas com Johnny Edwards. Havia algumas, por isso dei-lhes uma polidela e aqui estão!

A forma como aparecem neste álbum, Winners And Losers, é a forma original? Ou houve algum trabalho posterior de masterização ou outro?
Estas músicas estão exatamente como foram originalmente gravadas. Fiz algumas edições de intros e, depois foram todas remasterizadas.

Suponho que ainda haja outras músicas de Gypsy Soul guardadas. Há algum plano para serem publicadas algum dia?
Há muitas mais músicas que gravamos em demos durante o tempo em que estivemos juntos. Qualitativamente, algumas soam melhor do que outras, mas há muito mais músicas excelentes! Para já, não há planos para serem lançadas. Veremos.

Já falaste com os restantes membros originais dos Gypsy Soul para a reunião da banda?
Oh sim, de facto! Tenho contactado muito com Glenn e Larry, já que estamos a gravar vários projetos novos e diferentes no meu estúdio Alien Productions Music Studio. Também já fomos convidados para fazer espetáculos de reunião. Eu ainda estou em contato com Johnny, mas atualmente ele vive fora do país. Até agora ainda não funcionou, mas nunca se sabe.

Depois dos Gypsy Soul estiveste envolvido em muitos outros projetos. Qual deles te deu mais prazer em fazer?
Wow!! Nunca pensei nisso, porque todas as bandas e projetos são muito especiais. O álbum Back On Track foi o meu primeiro projeto a solo e, originalmente a ideia era ter vários cantores diferentes, assim como o baixo e a bateria com muitos músicos diferentes. No entanto, Paul Shortino foi o primeiro a cantar e simplesmente explodiu a minha mente! Decidi, então que ele cantaria todo o álbum e, como estava nos Quiet Riot e Rough Cutt, foi uma decisão fácil intitula de Paul Shortino feat. eu.

Em que outros projectos estás envolvido atualmente?
Musicalmente, terminei recentemente um álbum chamado Fiction Syxx com Mark Allen Lanoue, Tony Franklin, Rory Faciane e Eric Ragno. Produzi, misturei, masterizei e toquei guitarra. Tenho dois novos álbuns a chegar em 2018. Um é The Mood Groove, que é um projeto incrível que tem um feeling Frank Zappa. A seção rítmica dos Gypsy Soul, Larry Hart e Glenn Hicks tocam neste. Além de ser um incrível baterista, Glenn é um cantor fantástico ao estilo de Rod Stewart e Bryan Adams. Músicas muito fixes. As guitarras ir-te-ão surpreender! O outro álbum é com um grande cantor chamado David Cagle. Mas sobre este falarei mais tarde. Também estou envolvido com uma série de grandes bandas que gravo e produzo. Tenho estado bastante ocupado ultimamente.

Obrigado, JK. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Sim. Obrigado pela entrevista!! Fiquem atentos aos novos álbuns que chegam em 2018. É a música mais expressiva que já fiz e sinto que a minha técnica como guitarrista e os meus conhecimentos de produção alcançaram novos níveis! Mal posso esperar para que todos possam ouvir. Além disso, se alguém estiver interessado em colaboração, como gravar, produzir, ou qualquer uma das coisas que eu posso oferecer, incluindo misturar e masterizar, pode ir aos meus sites, www.jknorthrup.com e www.alien1111.com e entrar em contacto comigo lá.

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