Review: Tabula Rasa (Second Lash)

Tabula Rasa (Second Lash)
(2017, Raising Legends Records)
[5.8/6]

Não sabemos o que se passa, mas o Rio Douro deve ter qualquer influência na qualidade da música que se produz nas suas duas margens, junto à foz. Têm sido inúmeros os exemplos de grande qualidade de bandas que surgem, quer no Porto, quer em Gaia. E estes Second Lash são o mais recente exemplo. A banda nasceu em 2015 e Tabula Rasa é o seu primeiro trabalho, um conjunto de 10 temas de rock pesado com guitarras musculadas e uma voz soberba. A afinação grave das guitarras remete-nos para um som stoner, embora a costela grunge também seja notória em temas com arranjos, ritmos e estruturas dinâmicas.  Cycle Loss é um dos melhores exemplos disso. Vocalmente, Evelyne Filipe é experiente e muito capaz, sentido-se perfeitamente à vontade em diferentes registos. E as composições aproveitam esse facto para também se socorrerem de bons arranjos a esse nível. De todo o conjunto de temas, para além do citado Cycle Loss, outros se destacam por alguns pormenores. Honestly, um tema a lembrar Blame Zeus, pára a meio e aquele stop é sensacional, deixando o ouvinte num misto de suspense e deslumbre. Não Há duas Sem Três, é a única vez em que surge o português, mas fica a sensação que a banda poderá ir mais vezes por esse caminho, atendendo ao resultado conseguido. Get Up é uma faixa mais maquinal, mais fria, onde os riffs se soltam de forma poderosa. Fake e Alone enquadram-se num segmento de temas mais abertos e com a melodia a marcar presença.  Tabula Rasa é um álbum pautado pelo equilibrio. Primeiro na estabilização de uma linha de qualidade ao longo de todo o álbum, não se registando fillers. Depois, numa adequada distribuição entre temas mais pesados e densos com outros mais abertos e mais melódicos. E é esse equilibrio que o torna audível de princípio a fim sem quebras.

Tracklist:
1.      Won’t Tell
2.      Honestly
3.      High And Dry
4.      Crown Of Thorns
5.      Cycle Loss
6.      Get Up
7.      Fake
8.      Não Há Duas Sem Três
9.      Licked Ink
10.  Alone

Line-up:
Evelyne Filipe – vocais
Ricardo Dourado – guitarra solo
Miguel Dourado – baixo e guitarras
João Amaral – bateria

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Edição: Raising Legends Records   

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