Entrevista: Angel Nation

Já devem ter reparado na senhora que, em 2016, assumiu as vozes nos Leaves’ Eyes. Chama-se Elina Siirala, é finlandesa e vive em Londres. Mas antes destes já existiam na sua vida os Angel Nation (inicialmente Enkeli Nation), com os quais recentemente lançou Aeon, o segundo trabalho. E foi precisamente a respeito de Aeon que fomos falar com Elina. Uma conversa que passou, também, pela sua mãe, pela antiga banda de Liv Kristine e por… Portugal!

Olá, Elina, tudo bem? Os Angel Nation nasceram como Enkeli Nation. Quando e porque decidiste mudar o nome?
Olá, estou muito bem, obrigada! Isso é verdade, originalmente queria combinar as minhas raízes finlandesas no nome da banda (enkeli é palavra finlandesa para anjo) e também aconteceu ter o meu nome no meio. Mas ao longo dos anos tornou-se evidente que era bastante difícil para as pessoas entender, lembrar e pronunciar o nome. Estávamos a perder muitas oportunidades de promoção, e após uma longa consideração, decidimos mudar o nome em 2016.

Ainda assim, o significado permanece o mesmo, não é?
Sim, é apenas uma tradução em inglês do nome original.

Embora sejas finlandesa, a banda nasceu apenas quando te mudaste para Londres, não foi? O que encontraste em Londres que não tinhas na Finlândia?
Sempre gostei de música poderosa e venho de uma família de músicos clássicos que me levaram, também a fazer estudos clássicos no canto. Por outro lado, estava sempre a escrever músicas e depois de concluir os meus estudos em Helsinquia, decidi mudar-me para Londres para continuar a estudar estilos contemporâneos. O primeiro módulo que tínhamos era música rock e simplesmente adorei! Adorei a música, as atuações, tudo! Nunca pensei que podesse cantar esse tipo de música, por isso decidi escrever músicas para a minha própria voz e foi assim que a banda nasceu.

Portanto, nos Angel Nation és a única que cria as histórias. Que tópicos abordas?
Eu gosto de manter um amplo espectro nas minhas letras e também na música. Como todas as músicas são indivíduais e variam muito, é bom criar ambientes diferentes com as letras. Inspiro-me em muitas coisas ao observar o mundo que me rodeia. E é claro que as minhas próprias experiências e algumas fantasias e sonhos também influenciam a minha escrita. Eu gosto de letras que possam ser interpretadas de várias maneiras, o que significa que as pessoas podem relacionar-se com elas à sua maneira.

E Aeon acaba por ser o processo de transformar essas histórias que crisate em música?
Sim, absolutamente. Criar um álbum completo é um processo longo, por isso às vezes é possível ver uma pequena viagem de uma música para outra, da forma como as coisas na vida afetaram a escrita dessas músicas. A minha voz junta as músicas, mas gosto de ter a variedade que também me dê a oportunidade de usar os meus vocais de muitas maneiras diferentes.

Sei que contas com dois convidados neste álbum. Podes apresentá-los e falar sobre o desempenho deles no disco?
Conheci Jukka (Omnium Gatherum) durante uma tournée norte-americana e quando senti que Free precisava de alguns vocais masculinos mais ásperos, pensei instantaneamente nele. Os seus guturais são um pouco diferentes, o que gosto e pensei que seria muito bom para a música. Por sorte ele ficou muito feliz em participar e fez um ótimo trabalho! A música Music Plays foi fortemente baseada no diálogo entre a minha voz e um violino. Esta foi a última música que gravamos para o álbum e tínhamos uma agenda que precisávamos cumprir. Claro que queria ter a minha mãe a tocar violino, mas ela vive na Finlândia, e comentei isso com ela uma vez que falamos ao telefone. Para minha surpresa, ela imediatamente disse que adoraria fazer isso. Veio cá visitar-me na semana seguinte e gravamos as suas partes na música. O violino é realmente essencial na música e estou muito feliz por ter sido ela a tocar essas peças. Torna a música ainda mais especial!

Já tens algum vídeo retirado de Aeon?
O primeiro single Burn The Witch foi lançado com um vídeoclip que analisa o mundo das redes sociais, telefones e falta de comunicação na sociedade moderna. É a história típica de agora, a dias de sermos consumidos pelo mundo digital distorcido e que muitas vezes nos fazem sentir isolados e solitários. O nosso segundo single, Breathe Again, teve um lyricvideo e o terceiro, Wonder Who You Are, foi lançado como um vídeo de áudio.

Em 2016, assumiste, também, o papel principal nos Leave's Eyes. Como tem sido a experiência?
Estávamos a planear ir para estúdio com os Angel Nation quando entrei para os Leave’s Eyes, pelo que, naquela altutra, atrasou um pouco os nossos planos. Tenho tido uma experiência inestimável visitando todo o mundo e todo o feedback dos fãs foi incrível. Estou muito grata!

Que projetos estão previstos para os próximos tempos nos Nation Angel?
Faremos uma tour europeia em dezembro, pela qual estamos muito ansiosos. No próximo ano, esperamos tocar ao vivo tanto quanto possível e como tenho ideias para músicas, vou também continuar a escrever!

Obrigado, Elina, queres acrescentar mais alguma coisa?
Muitas saudações a todos os nossos fãs e obrigado pelo apoio! Na última vez que estive em Portugal, tinha 7 anos, por isso espero voltar aí em breve!

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