Entrevista: Sea Goat

Torsten Hartmann pode, atualmente, ser mais conhecido como o fundador e dono da Massacre Records. Mas antes, nos anos 70, esteve envolvido numa banda de prog rock, os Sea Goat que até 1982 atuou com frequência pela Alemanha. E foi muito mais tarde, já neste novo século, em 2006, e a propósito do 50º aniversário de Klaus Schulz, que os Sea Goat se voltaram a juntar. Desde essa altura, encontraram-se várias vezes e desses encontros foram saindo músicas que agora se apresentam na forma de Tata. E foi o próprio Torsten quem falou com Via Nocturna do álbum, da Swan Lake Records, do passado e do… futuro.

Olá Torsten, como estás? Obrigado pela disponibilidade! Depois de tantos anos de ausência, o que motivou os Sea Goat a reunirem-se e a voltar a gravar?
Olá Pedro! Somos amigos desde os tempos de escola e depois de tantos anos inativos como músicos, queríamos experimentar para ver se isto ainda funcionava e ver se poderíamos recuperar o espírito dos velhos tempos. E funcionou!

Claro, o título do álbum reflete esse primeiro encontro após tantos anos de ausência...
Sim, Tata foi a pequena aldeia na Hungria, onde gravamos as primeiras músicas do álbum.

Mas, tanto quanto percebi, esta coleção de músicas foi escrita ao longo de vários anos. Foi importante para capturar a essência e os sentimentos de cada momento?
Sim, foi. Cada reunião foi especial e, em cada nova reunião, surgiam novas ideias para as músicas.

Um tema como Lachrimae é completamente diferente do resto do álbum, chegando a lembrar Therion ou mesmo Lacrimosa. De alguma forma, estes nomes fazem parte dos vossos gostos ou influências atuais?
Não, na verdade, não. O arranjo da música foi feito por Klaus, o nosso guitarrista acústico e violoncelista, que também está inserido na música clássica. Mas a adaptação da música foi algo que já fizemos na década de 70.

Como foi essa experiência da gravação?
Foi uma ótima experiência, porque a casa em Tata que alugamos a uma escola de música estava cheia de instrumentos, como teclados Yamaha, guitarras, bateria, etc. Essa foi uma grande surpresa e de repente sentimo-nos confortáveis ​​com a situação, o que nos inspirou a escrever canções.

Para aqueles que não conhecem o vosso trabalho inicial, no final dos anos 70 e anos 80, como é que este álbum Tata se aproxima ou distancia dessa idade dourada dos Sea Goat?
Ok, as novas músicas são um pouco mais simples. As músicas antigas eram muito mais progressivas, e algumas músicas tinham mais de 15 minutos de duração com muitas partes diferentes na música. As novas músicas são mais emocionais, têm estruturas mais regulares. Estamos todos na casa dos sessenta e estamos um pouco mais descontraído do que há 30 anos (risos)​​...

Permite-me que te diga que a capa é belíssima. Quem foi o responsável? Conseguiu capturar na totalidade a essência de Tata?
O grande Jan Yrlund foi a pessoa com quem fizemos a capa do álbum. Jan também já fez muitas capas para a minha editora, a Massacre Records. Ele é uma pessoa impecável e um grande músico!

Este álbum tem lançamento pela Swan Lake Records, uma subsidiária da “tua” Massacre Records, mas aparentemente já inativa. Podemos inferior daqui o renascimento da editora com outros lançamentos dentro do género que a caraterizou?
Sim, com certeza, queremos reativar a editora para outros lançamentos adequados no futuro.

Achas que podemos falar num futuro para os Sea Goat? A banda, e tu também, é claro, estão disponíveis para tours e mais álbuns?
De momento, não há tours planeadas, mas queremos gravar novas músicas no futuro próximo.

Obrigado, Torsten!

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