Olá Davon, como estás? Os Glasya surgem da junção
de diversos membros com bastante experiência acumulada. Quando sentiram que deveria
começar um novo projeto? O que vos motivou?
Olá e desde já muito obrigado pelo
convite! Os Glasya nascem da visão do Hugo Esteves, o fundador da banda, que
pretendia fundar uma banda de metal
sinfónico com qualidade e músicos que pudessem ajudar a construir um projeto
sólido. Através de pessoas conhecidas ele foi-nos contactando e reuniu a
formação que hoje existe em Glasya. A motivação, que se tornou comum entre
todos os membros da banda, foi criar um projeto que tentasse dar um passo
qualitativo dentro do metal sinfónico
em Portugal e podermos estar de pé de igualdade com outras bandas existentes
oriundas do norte da europa.
Que apontamentos novos trazem para os Glasya em
relação aos vossos projetos anteriores?
No meu caso, já tive um projeto que
se poderia intitular de sinfónico, os Heavenly Bride, em 2006 não existia quase
nada dentro deste género e fomos dos primeiros a explorar esta sonoridade. Quando
fui convidado não me senti obviamente um “peixe fora de água” no estilo. Urban
Tales e Shadowsphere foram contributos importantíssimos para o meu crescimento
como músico e creio conseguir trazer para Glasya essa experiência. A Eduarda,
com a sua experiência em Nightdream, em que interpreta de forma extraordinária
os temas de Nightwish se ambientou dessa forma a este estilo musical, trouxe
para a banda uma vitalidade enorme e uma confiança sem precedentes. O Bruno
Prates e o Manuel Pinto vêm de uma banda já carismática dentro do metal nacional, os Enchantya, como têm
uma sonoridade bastante melódica e muito aproximada ao estilo, encaixaram que
nem uma luva, além de serem grandes músicos. O Bruno Ramos vem de My Deception,
veio trazer aquele toque mais gótico às músicas com as sugestões e
contribuições que dá às músicas.
Já agora, estão a 100% nos Glasya ou mantém alguns
dos postos das vossas antigas bandas?
Tirando a Eduarda, por ter os
Nightdream, estamos praticamente todos a 100% neste projeto por acreditarmos
muito no que estamos a fazer. O Bruno Prates é mentor do projeto Paradigm State
mas por decisão própria suspendeu o mesmo durante este processo, o Manuel Pinto
tem também um projeto paralelo que são os Rim mas que tem estado também em stand-by.
Que nomes ou movimentos mais vos influenciam ou
inspiram?
Todos temos gostos distintos mas ao
mesmo tempo com muitos pontos em comum, a minha influência são sem dúvida
compositores como Hans Zimmer e os Two Steps From Hell, durante algum tempo
dediquei-me a fazer Trailer Music e
adoro todo esse universo. A Eduarda tem formação clássica e Jazz, tem um gosto amplo que vai do Pop ao Metal e a referência principal é a Tarja Turunen. O Bruno Prates e
o Manuel Pinto gostam de progressivo, como os Dream Theater, o Hugo Esteves é
fã de Metal mais clássico como Iron
Maiden e Metallica e o Bruno Ramos é fã de Gothic
Rock, bandas como Entwine.
Este género de metal sinfónico, com vocais femininos, não está
assim tão bem representado no nosso país como outros géneros. Sentem que há
essa lacuna e a podem preencher?
Temos boas bandas a nível nacional
que respeito muito, cada uma delas com a sua sonoridade própria, umas mais
góticas, outras mais progressivas, com mais ou menos presença da componente
sinfónica, mas os Glasya sentem-se bem acompanhados nesta jornada e sentimos
que as bandas juntas poderão tornar o estilo mais vincado e respeitado
além-fronteiras.
E sentem se de alguma forma isso pode afetar a
possibilidade para tocar ou vivo ou não?
Temos várias bandas com quem temos
uma excelente relação e acredito que teremos sempre boa companhia para tocar ao
vivo.
E o facto de surgir uma banda como a vossa, com uma
qualidade enorme (pelo menos a atender pelo primeiro single), pode abrir
espaço para outros projetos similares?
Obrigado pelas palavras! O que
queremos essencialmente é mostrar o melhor resultado possível da criação
conjunta destes músicos que adoram o que fazem. Se surgirem mais bandas porque
nos ouviram e se sentem motivados a compor dentro deste estilo musical, creio
que conseguimos o nosso objetivo, que é tocar no íntimo das pessoas que nos
ouvem.
O primeiro single e vídeo já foi lançado. É de facto um tema
soberbo. Isso aumenta as expetativas para o EP que aí vem?
Nós achámos que a Heaven’s Demise seria o tema perfeito
para nos apresentarmos e realmente as críticas não poderiam ser mais positivas.
Muitas pessoas já nos perguntam por um álbum, neste momento estamos a dar-nos a
conhecer e este tema é o nosso cartão de visita. O que podemos garantir é que
as restantes músicas são de um nível de composição, interpretativo e melódico
igualmente fortes.
Para quando está prevista a edição desse primeiro
trabalho?
A edição está ainda indefinida, temos
sido contatados por algumas editoras a nível internacional e estamos na fase
inicial de negociações. Acreditamos que será ainda no primeiro semestre deste
ano, mas mesmo que se atrase um pouco, vamos abrindo o véu aos fãs e certamente
irão ser presenteados com um novo videoclip.
Não sei se é possível, mas o que nos podem ir,
desde já, adiantando a respeito desse EP?
Para já não temos a certeza que será
um EP ou se se tornará num álbum, vai depender de como correrem as negociações
com as editoras. O que podemos adiantar é que terá imensos apontamentos
étnicos, orquestrações constantes e melodias sonantes, guitarras coesas e
emotivas e a beleza e força da voz da Eduarda.
Podem falar-nos um pouco da vossa experiência em
estúdio? Correu tudo como previsto? Sentiram algum tipo de dificuldade?
Todos nós percebemos de produção,
portanto enquanto íamos compondo, íamos gravando e já tínhamos os temas
pré-produzidos. Neste momento estamos a começar a fazer a produção final com um
produtor conhecido.
Sendo uma banda que está a começar, que objetivos
se propõem atingir?
Estamos juntos para conseguir
alcançar a máxima qualidade e exposição possível, somos pró-ativos, vamos de
encontro ao que queremos e não desistimos até alcançarmos o pretendido. Viemos
para marcar um lugar no metal
nacional e assim o tentaremos.
Obrigado, Davon. Queres acrescentar mais alguma
coisa?
Queremos mais uma vez agradecer-te
por este convite e o que gostaríamos de pedir é que se continue a apoiar o metal nacional, estamos a evoluir e cada
vez mais respeitados aos olhos atentos dos críticos estrangeiros. Obrigado por
tudo!
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