Reviews: Fevereiro (II)


Kaliyuga Babalon (SAMADHI SITARAM)
(2017, Sliptrick Records)
Uma abertura teatral e sinfónica não prepara os ouvidos para o que se há-de ouvir a seguir. Kaliyuga Babalon dos russos Samandhi Sitaram é uma descarga satânica de death, black e math metal, com elementos eletrónicos e psicadelismo injetado nos blast beats. Baseado no 12º capítulo das escrituras proféticas de Srimad Bhagavatam que falam na decadência moral, étnica e espiritual, Kaliyuga Babalon traz alguns temas cantados em russo o que, adicionado ao vocais cavernosos ajuda, ainda mais, a construir um edifício musical assustador e tenebroso. [55%]


Paradigms Lost (WORSELDER)
(2017, Sliptrick Records)
Inspirados por nomes como Coroner, Testament e Pantera, os Worselder vêm das franjas dos Pirenéus e vêm provar, mais uma vez, que a França continua a ser um bom alfobre de jovens e promissoras bandas dentro do espectro mais agressivo do metal. E Paradigms Lost mostra, em 10 temas, um conjunto de estilos bem conjugados e que resultam bem, tanto na musicalidade como na agressividade – uma fusão entre um power metal e um thrash metal inspirado, bem conseguida pelo quinteto. E, agora, elevado a um novo patamar e a marcar uma clara evolução em relação ao seu trabalho anterior. [63%]


This One Goes To 11 (DEADHEADS)
(2018, High Roller Records)
Os Deadheads nasceram em Gotemburgo e no seu historial já se contam cinco singles e dois longa duração. O terceiro álbum está aí, chama-se This One Goes To 11 e houve alguma dificuldade na sua criação, essencialmente porque o baixista Sigge abandonou o barco. No entanto, This One Goes To 11 segue a linha musical de Loaded, no seu estilo proto punk, lembrando nomes como Dead Boys, Dictators ou New York Dolls. A costela punk está ligeiramente mais notória com as canções a soarem mais ásperas, embora aquela adequada dose de poder continue presente. A atitude está lá e a velocidade também surge, mas os suecos não esquecem e deixam espaço para as dinâmicas e melodias. [67%]


Seeds Of Chaos (ODE IN BLACK)
(2018, Independente)
Depois do EP de estreia, Goodbye, lançado em 2014, os Ode In Black, regressam com um longa duração onde mostram perfeitamente a sua costela de coletivo originário do país dos mil lagos. Lançado de forma independente, Seeds Of Chaos traz mais sementes de melancolia e desilusão que propriamente de caos. A sua música é negra, melancólica, carregada de sentimentos de solidão e infortúnio, onde a voz quente, grave e melódica de Pasi Mäenpää, se destaca na criação de envolventes de um negro romantismo. Por isso são notórias as influências dos grandes nomes finlandeses do género – HIM e Sentenced – mesmo que, em relação ao EP de estreia, a dose de heavy se tenha acentuado. O curioso é que também a componente melódica está mais aprimorada. [79%]


Savage Gods (SONIC PROPHECY)
(2018, Rockshots Records)
Nascidos imbuídos do espirito dos nomes mais relevantes do heavy metal, os Sonic Prophecy apresentam Savage Gods, o seu terceiro álbum, sucessor de outros dois (A Divine Act Of War e Apocalyptic Promenade) que tiveram boa aceitação. Este terceiro capítulo da sua existência vem provar como o power metal ainda consegue ser criativo e apelativo. Apesar de não começar muito bem, Savage Gods, desenvolve-se de forma a se tornar um must para fãs de Judas Priest ou Hammerfall, através dos ganchos melódicos, de riffs maciços e de solos criteriosos. Isto, adicionado de uma dose épica relevante. Se havia dúvidas que o tradicional metal americano estava vivo, esta banda de Utah, desfá-las totalmente com este conjunto de dez temas de puro heavy metal. [82%]

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