Começaram com Shakespeare e andaram pelos vikings, saxões e
teutónicos. Agora, dezasseis anos depois, os Rebellion voltam ao escritor
britânico e recuperam a história de King Lear. E, apesar das dificuldades sentidas com o abandono de diversos
membros, em boa hora Tomi Göttlich decidiu continuar com o lendário coletivo
germânico. Foi com ele que falamos a respeito deste novo trabalho.
Olá Tomi, como estás? De regresso aos álbuns, três
anos após o vosso último lançamento. E, como sempre, com uma abordagem orientada
para temáticas profundas. Como foi a preparação deste novo álbum?
A preparação levou cerca de 2 anos, incluindo
composições e estudo dos textos de King
Lear. Acho que o li cerca de 20 vezes ou mais e também alguns outros livros
e interpretações.
Começaram em 2002 com Shakespeare, mas depois
mudaram para outras temáticas como a história dos vikings, teutónicos e
saxões. O que vos levou de volta ao escritor britânico?
Foi uma ideia do Michael, que está virado para essas coisas
da história, mas fui facilmente convencido.
Como funciona, nos Rebellion, o aspeto da
pesquisa histórica? Despendem muito tempo com esse aspeto ou não?
Eu leio muito os tópicos que abordamos porque sou um
historiador e quero fazer pesquisas profundas. Mas, em geral, gosto muito e
quase nunca vejo televisão, pelo que o trabalho de pesquisa faz parte da minha
rotina diária.
O resultado é um álbum intenso em teatralidade
e com passagens narradas de Shakespeare incluídas nas músicas. Foi fácil
construir músicas metal em torno de passagens clássicas de
literatura?
Não foi difícil, já que os tópicos de King Lear encaixam perfeitamente nas letras
de metal. Costumo dizer que é mais
fácil escrever letras se já há uma história para contar, algo sobre o que
escrever.
Por outro lado, instrumentalmente, usaram
alguns truques. Por exemplo não recorreram a overdubs, certo? Estão
satisfeitos com o resultado? Conseguiram o que pretendiam?
Sim, estamos muito satisfeitos. Não usar qualquer overdubs trouxe uma tremenda autenticidade
à música, quase parece que a banda estava a tocar ao vivo.
Também ao nível da captação da bateria, tiveram
algum cuidado, não foi? Quais foram?
Ah, não há muito a explicar. Usamos
microfone de sala e gravamos os sons originais e não triggers. Atualmente, a maioria das bandas usa triggers, mas isso faz com que todos os álbuns soem ao mesmo. Nós queríamos
ter um som de bateria real. O problema com esta forma de gravação é que tens de
tocar as peças muito bem e isso significa muito trabalho na sala de ensaios.
Parabéns pela espetacular capa. Quem foi o responsável?
Foi Björn Gooses. Também achamos que fez um trabalho
fantástico.
Que vídeos já foram realizados para este álbum?
Acabamos de gravar o vídeo oficial de A Fool’s Tale.
Está a ser preparada uma tour de promoção para
este álbum. O que podemos prever?
Estamos a tentar marcar o maior número possível de shows, mas hoje em dia não é assim tão
fácil.
Obrigado, Tomi! Queres adicionar algo mais?
Obrigado pelo seu apoio e mantenham o Metal vivo.
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