Reviews: Março (II)


Gravitate (DEVILSTRIP)
(2018, Broken Road Records)
Os Devilstrip chegaram à Broken Road Records em 2017 e não demoraram muito a apresentar Gravitate, sucessor de Rise de 2014. O trio de Cleveland apresenta-se mais pesado e arrojado nas composições, elevando o seu hard rock a um patamar superior. A fase inicial de Gravitate traz uma abordagem mais orientada para o metal moderno com temas fortes, riffs musculados e algum groove. Com o desenrolar do disco, a costela mais hardrockeira do coletivo começa a ser mais saliente com as linhas melódicas a serem mais detalhadas e rigorosas. [72%]


Mirrorland (ESTATE)
(2018, Mighty Music)
Mirrorland é o segundo longa duração dos Estate. É um disco poderoso, atrativo de um power metal progressivo e com algum misticismo épico. E apesar de ser um passo em frente, no que diz respeito ao peso, a banda consegue manter o seu romantismo quer melódico, quer lírico. Mirrorland traz dez temas (aos quais se adicionam duas versões com Mark Boals e Mats Leven nos vocais) diversificados, mas mantendo uma linha comum que é definida como um atmosfera sóbria e misteriosa. Storm Of The Age – uma peça em três atos, a balada Winter Kingdom e a história de horror a mid-tempo Springtime, são os melhores momentos conseguidos pelo quarteto russo. [82%]


Evolution (TOMBSTONE)
(2018, Roll The Bones Records)
Assim de repente, conhecemos, pelo menos, sete bandas chamadas Tombstone. Esta, que nos traz agora aqui, são oriundos da Alemanha e Evolution é o seu segundo longa duração, sucedendo a Point Of No Return, de 2014 e à demo Ignition, de 2012. Os elementos do quarteto originário do Ruhr, ganharam experiência noutros projetos e aplicam nos Tombstone e em Evolution o seu death metal técnico forjado no poder, suor e emoção. Um death metal com todas as suas variedades e influências é o que aqui pode ser ouvido, onde momentos simplesmente devastadores são alternados com fases mais tecnicistas e melódicas, sempre com uma acentuada dose de groove. [67%]


No Spirit Within (FISTER)
(2018, Listenable Records)
Depois de um álbum em 2015, o impossivelmente lúgubre IV, ao qual se seguiram uma série de splits, os Fister, têm um novo álbum a sair, naquela que é a sua estreia para a editora francesa Listenable Records. E a sonoridade deste novo trabalho reflete a sua origem – o lixo industrial se St. Louis que se transforma numa música beligerante e altamente tóxica. É assim em No Spirit Within. Sete temas, alguns bastante longos, de influências extremas de metal, sangrento, mas também cansativo. Os Fister são dos criadores mais doentios dentro doom/sludge e No Spirit Within é desesperadamente sombrio, terrivelmente imundo e horrivelmente abrasivo. [47%]


Welcome Apocalypse (ASPHODELIA)
(2018, Mighty Music)
Depois de um promo EP, chega Welcome Apocalypse, longa-duração de estreia dos Asphodelia. Um conjunto de 12 temas, aos quais se adiciona uma cover de With Or Without You (U2), caraterizado por uma abordagem dark ao metal melódico, num cruzamento que ainda inclui partes sinfónicas, corais, electrónicas e influências mediterrâneas. Nestas, merece destaque a ligação à antiga mitologia grega. E se é verdade que o symphonic metal, tal como o conhecemos dos tempos áureos dos Nightwish e afins, parece estar em declínio, não será certamente este álbum que o irá salvar. Isto, apesar de aqui se poder encontrar um conjunto de temas com algum potencial, embora também não ocorra muito espaço para a criatividade. [77%]

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