Entrevista: The CityZens


Um grito de afirmação é o que soltam os famalicenses The CityZens no seu segundo disco de originais. O sucessor de Medicine For Open Minds é, claramente, um passo em frente em termos de qualidade, um objetivo que o coletivo, que, entretanto, se transformou quarteto, procurou atingir com a sua dedicação e entrega.

Olá, pessoal, tudo bem? Três anos depois da estreia, estão de regresso. Como foi esse processo de amadurecimento e crescimento?
Este foi um processo de maturação, em várias frentes. Primeiro passou por uma análise de tudo o que fizemos em termos musicais, concertos e direção a seguir. Depois, delineamos uma estratégia, porque gostamos de programar os passos a dar. Posto isto, partimos para a gravação do novo registo e agora a estrada tem sido a nossa vida.

Este acaba, provavelmente, por ser o álbum de afirmação. Até pelo título se pode notar isso. Sentem que é assim ou o título tem outra intenção?
Pode dizer-se que é um “grito” de afirmação. Mal seria se ao segundo disco ainda andássemos em busca de terra firme. Já levamos alguns anos disto e por isso estamos para ficar. Continuamos cientes, de que o caminho não é fácil, mas estamos aqui.

Mantém o núcleo duro, mas desta vez convidam alguém para os teclados. Quem é esse convidado e que input trouxe aos temas?
O Rui Areal foi convidado, porque havia a necessidade de acrescentar algo mais em termos de harmonia. Nesse sentido, começamos a trabalhar musicalmente criando espaços onde entrassem os arranjos de teclas. Ficamos muito satisfeito com o resultado final e pensamos que em termos futuros iremos apostar mais nos arranjos de teclas e cordas.

Será previsível que um teclista passe a ser membro permanente dos The CityZens, até devido à vossa sonoridade?
Essa é já uma realidade. Uma vez que o Rui Areal estava indisponível para ir para a estrada connosco, convidamos outro músico (Pedro Barbosa), que está encarregue das teclas e de uma segunda guitarra. A banda é agora um quarteto.

Em termos de metodologia de trabalho, mantiveram as coisas mais ou menos idênticas ou não?
Está tudo na mesma. O processo de composição é quase sempre solitário. Depois há entre nós a partilha de esboços e burilamos o que há. É, no nosso entender, a forma mais prática e rentável de trabalhar. Pelo menos tem dado resultado.

No entanto, é notória uma significativa evolução do álbum de estreia para este segundo. Na vossa opinião, isso fica a dever-se a que?
Foi premeditado, no sentido em que havia a necessidade de subir a fasquia. Não queríamos fazer mais do mesmo. E se hoje gravássemos um novo disco, provavelmente seria mais um salto em frente.

Depois do primeiro álbum tiveram oportunidade de tocar com bastante regularidade. Essa aprendizagem reflete-se na sonoridade deste novo disco?
Nós já tínhamos rodagem de palco, angariada nos muitos anos que temos enquanto músicos, noutros projetos. Cada palco é uma nova experiência e todos os palcos são de extrema importância. A sonoridade reflete mais a nossa partilha de ideias, o nosso entrosamento enquanto indivíduos e a materialização dessas mesmas ideias em produto final. Isso sim tem sido uma experiência enriquecedora.

E para a promoção deste We Are The CityZens como está a ser o preenchimento da vossa agenda?
Temos tido alguns concertos e a partir de julho a coisa vai aumentar. Felizmente, o Luís Ribeiro, o elemento que trata dessa parte na banda, tem conseguido com muito trabalho levar a coisa a bom porto. Penso que vamos estar em muitos locais e o próximo ano passa por festivais e uma incursão por Espanha.

Obrigado! Querem deixar alguma mensagem?
Nós é que temos de agradecer, o trabalho que o Via Nocturna tem desenvolvido na divulgação persistente da música e dos músicos nacionais. Sem espaços como este seria muito mais difícil. Um bem-haja ao Via.

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