O que começou como um projeto a solo evoluiu para uma
banda estável e Ritus,
sucessor de Gone, mostra isso na
perfeição, já que resulta de um esforço conjunto. Por isso, é notória a
evolução musical de Florian Grey – agora a banda e não o artista. Apesar de
toda a negritude que marca Ritus,
quem nos respondeu foi o simpático e bem humorado vocalista alemão.
Viva, Florian, como estás? Obrigado pela tua
disponibilidade. Podes apresentar o teu projeto aos roqueiros portugueses?
Viva, estou bem, obrigado. Sim, claro: olá queridos roqueiros
portugueses e darklings, eu sou Florian
Grey e a minha banda tem os meus companheiros Simon no baixo, Von Marengo nas
guitarras e Yannik “Rage” na bateria. Somos uma banda de rock da Alemanha e estou aqui para falar sobre o nosso novo álbum, Ritus, que já teve lançamento mundial.
Como foi o teu passado musical antes deste projeto em teu
nome pessoal?
Cresci a cantar música pop e
tenho noções básicas de música clássica, enquanto dava passos a trabalhar para
diferentes artistas e músicos. Já tive uma banda que teve um pouco de atenção
nacional e internacional na cena dark
rock devido aos nossos EP's e álbum que apresentamos ao vivo. Durante e
depois disso, tive a oportunidade de trabalhar com algumas bandas e artistas,
fiz os meus primeiros espetáculos a solo e agora aqui estou com a banda e um
álbum muito bom.
O que começou como um projeto a solo evoluiu para uma
banda. De alguma forma, foi uma evolução prevista?
Foi um processo ao longo do último ano e meio, desde que tocamos ao vivo
e nos demos muito bem. Musicalmente crescemos cada vez mais e, além disso,
fortalecemos a nossa amizade. Isso levou-nos ao ponto de tornar os membros
permanentes e começarmos a trabalhar em ideias, tocar ao vivo e por aí fora. Todo
a gente está envolvida, dá cem por cento e a vibe na banda é muito boa. Não há grandes egos ou merdas dessa a
acontecer e sentimo-nos muito bem.
Sendo Ritus o vosso segundo álbum, de que forma difere
da estreia Gone?
Ritus é muito mais pesado, cru e é um passo à frente. Diria que é mais
dinâmico porque temos batidas muito mais rápidas e, onde Gone tinha pianos e peças clássicas, aqui colocamos mais guitarras
elétricas, guitarras barítonas e sintetizadores 80’s. Até as letras são mais
ousadas e diretas. Foi divertido escrever e trabalhar nisso. É o álbum que eu
sempre quis fazer e os restantes membros também adoram. Este está no meu bolso
de trás há alguns anos.
Alguma coisa mudou na maneira como trabalhaste a composição?
Eu não falaria de mudanças mas sim de um input novo com diferentes co-escritores no aspeto musical. Quando
se trata de escrever ou trabalhar em músicas, não tenho um conceito especial.
Ou os meus elementos aparecem com um riff
ou eu tenho uma melodia em mente. Aí fazemos uma demo e então começa o trabalho no estúdio. Às vezes é apenas uma
linha simples ou um título.
Durante quanto trabalhaste na composição e preparação
deste disco?
A coleta de ideias demorou três anos. Eu tinha cerca de 60 ideias e
trabalhámos em treze delas ou até escrevemos coisas novas. Encontrei-me com Von
Marengo e Matteo Fabbiani em Hamburgo para um bootcamp de composições e estávamos prontos. Após quatro dias,
tínhamos escrito seis novas músicas que terminaram no álbum. Depois disso fomos
para o WideNoise Studio com o produtor Hilton Theissen e começamos a criar o
cenário.
Por falar em Hilton Theissen, como foi a experiência
de estúdio com ele?
Foi muito produtivo e divertido porque compartilhamos muitas influências
musicais e estilos como música pop ou
metal/rock. E também temos o mesmo
sentido de humor. Foi um período apertado e acabei por fazer todas as gravações
de voz e coros em quatro dias e meio, já que estávamos na última semana do
estúdio. Hilton puxou por mim de uma maneira muito boa e isso foi ótimo. O
resultado é incrível, muito cru e gostamos muito do trabalho dele. Era isto o
que queríamos.
Depois de tudo o que já dissemos, como descreverias Ritus para aqueles que não vos conhecem?
Eu digo que é áspero, nervoso, groovy
e assombrando. Podem ouvir uma vibe
de banda e muitas guitarras carregadas por melodias eighties. Demorei algum tempo até decidir em que direção seguir com
o som. Não queria fazer um segundo Gone.
Era mais um disco kick ass pois seria
muito divertido tocar ao vivo. Acho que acertamos no tom certo (risos) e mal
podemos esperar para sair em tournée e
apresentar Ritus às pessoas.
Podes explicar-nos o que acontece no final do disco?
Existe um tema escondido?
Nãããooo! Isso é um grande segredo! Como podes falar nisso (risos)? Não, não.
Estou a brincar (risos). Depois de todo o barulho satânico ou demoníaco de Catharsis, há outro, uma versão a solo
de uma música que fiz em dueto com Matteo Fabbiani dos Hell Boulevard. Ouve por
ti próprio, mas só está disponível na versão física do álbum, embora haja um videoclip com essa versão, lançado a 22
de junho.
Obrigado, Florian. Dou-te agora a oportunidade de acrescentares
mais alguma coisa ou deixares uma mensagem ...
Muito obrigado Via Nocturna por me teres aqui. Benditos sejam os roqueiros e darklings portugueses. Que o poder de Grayskull (ou devo dizer
GrEyskull) esteja convosco!
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