Reviews - Junho (III)


Tribute to Randy (WITCHTOWER/BLACKSLASH)
(2018, Iron Shield Records)
Os Witchtower são espanhóis e formaram-se em 2012 na Andaluzia; os Blackslash são alemães e nasceram em 2007, em Donaueschingen. Os Randy foram uma banda dinamarquesa ativa entre 1981 e 1987, tendo lançado um single, duas demos e, mais tarde, já em 2010, uma compilação. Provavelmente serão todos nomes desconhecidos para a maioria dos leitores, mas isso não impede a enorme qualidade do material apresentado neste split. Cada uma das bandas participa com três temas – uma versão dos Randy e dois originais. Quanto aos Witchtower fazem a versão do espetacular The Beast (estava no lado B do primeiro single, Shadows Are Falling, de 1986) e apresentam os temas Drunk As Hell e Ride Or Die que servem de avanço ao seu próximo álbum que deverá sair ainda este ano. Os Blackslash trazem a versão de outro espetacular tema, It’s Got To Be Love (incluído na demo simplesmente intitulada Demo de 1987) e as faixas Night City Streets Lights e Eyes Of A Stranger, do seu álbum deste ano Lightning Strikes Again. Tudo brilhantes malhas de heavy metal clássico que seguem a tradição dos anos dourados do género. [97%]


Mercic_4_2018 (MERCIC)
(2018, Independente)
Nasceram em fevereiro de 2015 e têm a particularidade de apenas lançar álbuns e nunca singles promocionais ou vídeos. Como o próprio nome indica, este já é o quarto trabalho do projeto criado por Maldito (Cryptor Morbious Family, Inkilina Sazabra, Kapitalistas Podridão) e volta a navegar por pesadas ondas de um metal impregnado de maquinaria e tecnologia. Mas onde a tecnologia não chega, abrem-se espaços para momentos de fado e vocais limpos. E é sempre dessa dicotomia que Mercic_4_2018 se vai alimentando, construindo uma besta maquinal devastadora com momentos de sensibilidade e sensualidade. [71%]


By The Styx (CULT OF THE FOX)
(2018, Iron Shield Records)
Os Cult Of The Fox não são propriamente um nome totalmente desconhecido na cena metal sueca, uma vez que By The Styx é já o seu terceiro álbum, isto após a mudança de nome. E muita coisa mudou desde o seu último álbum, Angelsbane, como por exemplo a passagem de quarteto a quinteto, com a introdução de mais um guitarrista, a mudança de baterista e até a chegada à Iron Shield Records. Mas, By The Styx apesar de ser um bom álbum de heavy metal tradicional, com boas harmonias nas guitarras, solos empolgantes e uma bateria avassaladora, merecia um outro vocalista que não Magnus Hultman que não está claramente ao nível do resto da banda. Ainda assim temas como The Damnation Of Albert Canehan, com linhas a fazer lembrar Candlemass, ou Shuttin’ Em Down com uma thrashalhada épica saltam à vista num álbum que acaba por ficar aquém das expetativas. [79%]


Evoke The Blaze (RATBREED)
(2018, Inverse Records)
De nomes mais melódicos a mais extremos, desde sempre que a Finlândia tem proporcionado uma incrível diversidade de musical. E sempre que chega uma banda finlandesa há sempre aquela secreta emoção de estarmos na presença de mais um nome capaz de nos surpreender. Os Ratbreed são um desses novos nomes e se não nos surpreendem totalmente, também não desiludem. O seu trabalho de estreia traz 8 temas originais e uma bem escolhida cover dos Warlock. E nestes temas, o colectivo opta por uma abordagem melódica, combinando o heavy metal tradicional (algumas influências de NWOBHM são notórias) com algum power metal rápido, seguindo os trâmites da escola do seu país. Evoke The Blaze não é, e supomos que nem pretende ser, inovador mas é competente. [83%]


Delirium And Madness – Concerto Grosso Opera N.º 2 In G Minor (DIONISYAN)
(2017, Sliptrick Records)
Incorporar música barroca no doom metal pode parecer estranho mas é isso que fazem, com competência, os italianos Dionisyan. Delirium And Madness é o segundo disco da banda dirigida pelo italiano Tregor Russo, e traz 10 temas de doom como ele deve ser – lento, pesado, arrastado, claustrofóbico. O que aqui surge de inovador é a voz operática de Federica Croce que consegue levar este doom para patamares operáticos, mas não só. A inclusão de elementos do classicismo barroco é outra das mais-valias. Para isso, diversos convidados introduzem instrumentos tão díspares como harpa, violinos, violoncelos, violas, flautas e oboés. [78%]

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