Godseed (ENTERING POLARIS)
(2018, Freya Records)
Trabalhando como guitarrista
e compositor de inúmeras bandas como Ostrogoth,
Thorium, Neo Prophet, entre outras, Tom
Tee também tem passado os últimos anos a escrever material dentro de
diversos géneros de metal. A sua
ideia é criar álbuns que não se cinjam a único estilo e que ultrapassem
barreiras. E a sua produção foi tanta que este ano criou, não um, mas dois
projetos para gravar essa produção: Entering
Polaris numa onda mais power/prog
metal e In Motion em zonas de death/thrash metal. O primeiro lançamento
surge para os Entering Polaris, chama-se Godseed e é bem notória a
tendência para abrir as portas da diversidade. Embora isso, em muitos casos,
seja contraproducente. O que acaba por acontecer um pouco aqui. A partir de
certa altura fica-se um pouco confuso com tanta variação ainda por cima com a
inclusão desproporcionada de guturais. Agora que, tecnicamente, Godseed é um disco clarividente e de
grande criatividade, disso não restam dúvidas. [82%]
Faster Than Fire (POUNDER)
(2018, Shadow Kingdom Records)
Os Pounder são um trio de power/speed metal old school dos EUA que
após um single e uma demo, altamente aplaudidos pelos
críticos, se estreiam em formato de EP, numa tentativa de se lançarem no mundo
do metal. E quase de certeza que o
conseguirão, porque Faster Than Fire
mostra-nos três dos melhores temas do estilo. Começa com dois temas speedados e com grandes solos e termina no
terceiro, e último momento, no qual surpreendem com um tema mais compassado e
melódico. Assim, a melhor forma para
caraterizar este EP é com o seu próprio nome, porque Faster Than Fire é rápido e está on fire. [94%]
The Gale (COLDBOUND)
(2018, Moonlight Productions)
Depois de nos terem
habituado a três álbuns de black metal
cru, os Coldbound surpreendem com The Gale, pela sua abordagem polida de melodic death metal. Significa isso o
que? Desde logo que os ambientes negros e agressivos continuam lá. Porque, isto
é death metal, mesmo que a espaços a
componente doom – daquele lúgubre
como os My Dying Bride tão bem faziam
– espreite de forma tenebrosa. Em segundo lugar, os blast beats dão lugar a passagens épicas de melodias negras, onde a
voz de Pauli Souka se encarrega de
introduzir profundeza e depressão. E nessas passagens deixamo-nos deliciar com
as linhas melódicas da guitarra, algumas vezes, quase ao longo da totalidade do
tema, e pelas ambiências atmosféricas que se criam como pano de fundo. [83%]
Zu Dunkel Für Das Licht (MAJESTY OF SILENCE)
(2018, Extreme Metal Music/Rockshots Records)
Entre 1996 e 2006 os Majesty Of Silence lançaram três álbuns
bem-recebidos pela crítica e pelos fãs do black
metal, ao que se seguiu uma paragem. 2018 marca o seu regresso em formato
duo (aos quais se adicionam alguns convidados) com Zu Dunkel Für Das Licht, um disco que faz justiça aos grandes nomes
suíços desta fação de metal mais
extremo, como Celtic Frost ou Coroner. E em 75 minutos (e este longo
tamanho é o principal problema deste álbum) divididos por 14 temas, os Majesty Of Silence são maléficos,
extremos, teatrais, demoníacos, avassaladores e até chegam a ser, por momentos,
majestosos. [73%]
Anâtman (PERPETUAL NIGHT)
(2018, WormHoleDeath Records)
Será difícil perceber, ao
ouvirmos Anâtman, que este coletivo
vem de Granada, Espanha. Porquê? Porque tudo na sua sonoridade cheira à escola
nórdica. Death metal. É isso o que os
Perpetual Night nos propõem. Mas
sempre com uma preocupação na criação de linhas melódicas dark e envolventes ambientes melancólicos. Os dois guitarristas
dividem bem as tarefas e tanto criam riffs
bem pesados e agressivos, como solam de uma forma carregada de sensualidade. A
embalagem é completada com o cuidado colocado nas orquestrações que criam os
adequados ambientes carregados de negritude. Anâtman é um disco perfeito para fãs de Insomnium, Omnium Gatherum
ou Dark Tranquility e uma estreia
que nos revela uns Perpetual Night a
ter em atenção. [79%]
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