Entrevista: Bed Legs


Segundo longa-duração. Homónimo. Algumas novidades, embora o rock sujo dos minhotos Bed Legs se mantenha intenso e provocador. O quarteto, entretanto, passou a quinteto com a (esperada, diríamos nós!) inclusão de Leandro Araújo, o homem das teclas, que nem é um completo estranho para o coletivo. E a prova da sua perfeita inclusão na banda é que foi ele próprio quem nos respondeu.

Olá, Leandro, tudo bem? Segundo álbum cá fora… é um momento marcante? Porquê?
Olá! É o nosso segundo longa-duração e é sem dúvida um momento marcante para todos nós. São muitos meses de preparação, muitos dias suados, com muito esforço envolvido na preparação, conceção e lançamento deste novo álbum. Sentimos todos que estava na hora de pôr cá para fora o que tínhamos feito durante os últimos tempos e é sempre gratificante ver o resultado disso materializado. Ainda que estar em palco seja o derradeiro prazer, é sempre bom ter música nova para tocar!

Como se passou o tempo nos Bed Legs entre o lançamento do primeiro álbum e este?
Lançamos o Black Bottle no início de 2016 e andamos a tocá-lo por estrada fora, com alguns temas do EP Not Bad, durante dois anos, em bares e festivais de norte a sul do país. Foram muitos concertos e muitas experiências no seio da banda que de certa forma nos aproximou ainda mais. Vamos ficar para sempre com as memórias do que foi tocar em Paredes de Coura ou estarmos uma semana em Toronto na nossa passagem pelo Canadian Music Week. São momentos que nos fazem crescer e nos alimentam o desejo de querer mais e mais.

Porque este segundo álbum ser homónimo? Uma forma de afirmação?
A verdade é que não estávamos a chegar a um consenso com alguns nomes e frases que foram saindo entre todos. À medida que o álbum ia ganhando forma e estava a ser gravado, começamos a achar que não havia melhor nome do que o nome da banda para traduzir o que se estava a construir. Achamos que conseguimos de alguma forma atingir aquilo que queríamos musicalmente e chamarmos a isso somente Bed Legs fez todo o sentido.

Uma das mais notórias mudanças nos Bed Legs foi a tua inclusão como teclista permanente. Quando perceberam que era uma necessidade?
Eu já tinha colaborado na Hold On do EP, mais tarde em dois temas do Black Bottle e fui participando nos concertos e mais recentemente até já tocava ao vivo todo o nosso setlist. Não foi preciso procurar mais! Foi uma coisa natural até porque éramos todos amigos e ter um segundo instrumento harmónico era uma necessidade evidente quando tocávamos em palco. Costumamos dizer que as teclas em alguns temas são uma segunda guitarra, com distorção e aquela sujidade que queremos para o nosso som ou por outro lado vêm preencher com outras sonoridades aquilo que queríamos explorar.

E o que mudou na forma de trabalhar nos Bed Legs com mais um elemento?
Musicalmente foi um desafio porque é sempre mais um instrumento que tem de se entrosar na composição harmónica. Por outro lado, permitiu-nos fazermos novos arranjos e novos sonoridades que até então estavam limitados harmonicamente a uma guitarra e a um baixo.

Portanto, depreendo que já tiveste oportunidade para colaborar na composição dos novos temas?
Sim, a composição de todos os temas foi feita comigo desde o início e até mesmo se pode perceber isso nalguns temas onde é mais evidente a presença das teclas, mesmo quando soam a guitarras.

Para além disso mudaram mais alguma coisa para a preparação e gravação deste disco?
Os nossos dois discos anteriores foram gravados em estúdios e por pessoas diferentes e este não foi exceção. A gravação de um álbum é sempre diferente... mais ainda quando mudas de estúdio e da pessoa com quem gravas. O Budda Guedes foi uma mais valia na co-produção deste álbum e sem dúvida a sua experiência e conhecimento foram enriquecedores para o resultado final.

E agora? Qual o ou os próximos passos para os Bed Legs?
Queremos tocar, tocar, tocar… cá dentro e quem sabe lá fora. Pela frente temos alguns concertos agendados, e, ainda ontem, estivemos em Fafe e hoje estaremos no Gerês Rock’Fest.

Obrigado! Queres deixar alguma mensagem?
Um agradecimento a todos os que gostam de nós e nos apoiam e que de alguma forma nos fizeram acreditar que era possível. Obrigado!

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