Mantendo a tradição de um álbum a cada três anos, os
Whyzdom voltam com As Time Turns To Dust, um disco onde incrementam a sua
vertente orquestral e sinfónica. Isto, claro, sem perder a capacidade de peso. As Time Turns To Dust é, de facto,
um excelente disco e, por via disso, Via Nocturna quis saber mais sobre ele e
sobre o coletivo. Confiram!
Olá pessoal, tudo bem? Passaram-se três anos desde o vosso
último álbum. Como ocuparam o tempo durante este período?
Estamos bem, obrigado! Três anos parece muito tempo, mas, desde o início
que é o tempo que precisamos entre dois álbuns. 2009, 2012, 2015 e agora 2018.
Nós fazemos o máximo de tours
possível após o lançamento de cada álbum. Assim trabalhamos na composição de
novas músicas enquanto tocamos ao vivo. Depois disso, passamos muito tempo na
produção do álbum seguinte. Metal
sinfónico com muita orquestra é difícil de gravar, misturar e masterizar,
porque existem toneladas de
instrumentos e arranjos complexos, é por isso que é tão longo. E é claro que
também há muito trabalho para a preparação e gravação dos coros.
Assim sendo, quando encararam a preparação deste novo
álbum?
Então, a preparação deste álbum começou em 2016. Começamos por compor música
em casa, depois compartilhamos as nossas ideias. No início tínhamos 12 músicas mas
depois de as desenvolver, decidimos focar-nos nas nove que aparecem em As Time Turns To Dust. Havia outras
músicas muito boas, mas sentimos que havia uma espécie de unidade e coerência
com estas nove. Depois, Vynce escreveu as letras e fez os arranjos orquestrais,
desde o início de 2016 até meados de 2017. A gravação da bateria começou no
início de 2017, mais de um ano antes lançamento do álbum! A sessão final de
gravação foi para os coros, em outubro de 2017. Como podes ver, definitivamente,
um ano não é demais para todo o processo. Mas, prometemos, vamos tentar lançar
o 5º álbum um pouco mais cedo!
Como descreveriam As Times Turns To Dust, em comparação com os vossos álbuns
anteriores?
As Time Turns To Dust é definitivamente o álbum mais cinematográfico que já
fizemos. Estamos a usar ainda mais orquestra do que antes, com passagens mais
cinematográficas e contrapartes heróicas através das músicas. Para cada uma das
músicas, compor a música era como ter um filme épico a tocar no nosso cérebro.
Também é significativamente mais poderoso e direto. Mas o estilo Whyzdom com
muita orquestra bombástica e altamente realista, assim como os corais sinfónicos
polifónicos, ainda prevalece. É o DNA do nosso som e da nossa alma.
O que vos inspirou no processo criativo desse conjunto
de músicas?
Tudo começou com um verso em latim: Memento homo quia pulvis es et in pulverem reverteris, que é o
equivalente a Dust to dust em inglês.
Eu escrevi uma parte do coro com as palavras latinas e fui inspirado por ela para
o resto do álbum.
Existe algum tipo de conceito subjacente a este álbum?
Enquanto escrevia as letras, pensei que, não apenas a humanidade se
transformaria em pó no final, mas até mesmo o "tempo". Essa é a
origem do título As Time Turns To Dust.
Isso lembra-nos que a humanidade é apenas um grão de areia em todo o universo e
enquanto nós temos as nossas próprias guerras neste pequeno planeta, há um
enorme enredo que está a acontecer ao nosso redor: o próprio universo. Ao mesmo
tempo, em várias canções, foram usados os conceitos de 'pó' e 'névoa', que
evocam a fragilidade e a ingenuidade da espécie humana. Mas, diante da
ingenuidade e da inocência, há sempre um lembrete de como os homens podem ser
monstruosos, egocêntricos e até mesmo criminosos - especialmente através da
política e da religião. Finalmente, na maioria das músicas, permanece a
esperança... contanto que possamos rejeitar o ódio.
Quanto às gravações, como foi o tempo em estúdio? Decorreu
tudo conforme planeado?
Começamos com a gravação da bateria. Depois, as guitarras foram gravadas
por Regis e por mim nos nossos próprios estúdios. O mesmo vale para o baixo de
Tristan. O que demorou mais tempo foi a gravação do coso verdadeiro pelas
senhoras muito talentosas do Dark Whispers Choir. Gravar os vocais principais
com Marie também foi um processo longo, porque ambos queremos gravar a melhor
versão possível da música. Tentamos muitas abordagens emocionais diferentes,
diferentes tipos de voz - rock, metal, ópera e assim por diante. Mas no
final, tudo correu muito bem e estamos realmente entusiasmados com o resultado.
Quanto a uma tournée? O que têm previsto?
Começamos por uma tournée no
Reino Unido, que correu muito bem, depois tocamos na Bélgica e em Paris. Ainda
estamos a trabalhar para marcar mais datas. Obviamente, seria muito bom fazer
uma tour até Portugal. Nunca tocamos no
teu país, o que é uma pena.
Obrigado! Querem deixar uma mensagem para os vossos
fãs aqui em Portugal?
Queremos agradecer a todos e a cada um de vocês pelo apoio. O nosso
sonho é conhecer pessoalmente todos os nossos fãs em todo o mundo. Deste modo, esperamos
poder tocar e festejar convosco num futuro muito próximo!
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