Entrevista: Sequoia Guzmán


O que têm em comum os Linda Martini e os Sequoia Guzmán? Absolutamente nada, a não ser a ideia de batizarem as suas bandas com nomes das suas fãs. E se os primeiros já são um nome bem estabelecido no rock nacional, os segundos, prometem vir a dar muito que falar. Para já o primeiro álbum está quase a ser lançado e depois será a partida para a conquista dos sonhos. André Faria explica-nos tudo a respeito deste novo e promissor projeto nacional.

Olá André, tudo bem? Os Sequoia Guzmán são um novo projeto. Podes descrevê-lo?
Boas, Pedro! Tudo em ordem. Somos 4 gajos, entre os 17 e os 22 anos. O nosso habitat natural é a garagem do Guga (baixo) e assim tem sido desde que começou o projeto há um ano atrás. Este álbum é, sem dúvida, música de garagem (com todo o orgulho) e muitos condimentos de influências que todos temos, umas mais em comum e outras menos. Começamos a gostar de ensaiar juntos e a vontade de fazer mais com a música cresceu em todos nós.

O que vos motivou a criar esta banda?
Eu e o Álvaro (guitarra) tínhamos voltado de Lisboa, onde tínhamos estado 2 anos. Durante esse período, foram escritas quase todas as músicas do álbum dos Sequoia Guzmán. Em Santo Tirso, o Diogo (bateria) e o Guga tinham os Psychtrus. Sendo o Diogo o irmão mais novo do André e os 4 conhecidos de longa data, foi fácil dar o pontapé de saída. Estávamos todos fartos do que andávamos a fazer e os nossos dias foram ocupados por isto. Estamos cá uns para os outros.

Qual é o vosso background musical?
Somos todos nerds musicais. A nossa escola tinha um conservatório praticamente anexado e foi aí que alguns de nós tiveram o primeiro contacto com a música, embora fosse, em parte, um contacto obrigatório (mas também gratificante) e chato. Muita malta ficou com fobia à música, mas isso era porque lhes diziam que era só aquilo e também não deviam ouvir música suficiente. Voltávamos sempre à música. Aprendemos a tocar os instrumentos que mais nos dão pica e fazemos a música que queremos.

Que movimentos ou bandas apontam como sendo as que mais vos influenciam?
Há sempre uns pontos em comum. Os óbvios clássicos que sempre foram uma obsessão conjunta: Lou Reed, Zappa, Janis Joplin, The Stooges, Black Sabbath, Beatles, a lista continua. A música portuguesa vive connosco, é o que fazemos. O Zeca Afonso, o Carlos Paredes, a Banda do Casaco, os Ornatos Violeta e mais recentemente, a arte portuguesa tem a fasquia muito elevada e há inspirações ao virar da esquina, de Norte a Sul. Temos inspirações mais dissimuladas, movimentos musicais, que não se manifestam tanto no produto final mas que nos ajudaram a abrir os horizontes. Temos ouvido muito Fela Kuti, Pharoah Sanders, Don Cherry, ultimamente. A juventude, pelo menos o nosso meio, está a tornar-se mais espiritual e o revivalismo do rock n’ roll (não necessariamente do estilo musical) volta a ter um novo significado. Para nós tem muito significado.

Como surgiu o estranho nome de Sequoia Guzmán?
Procura e oferta. Dar um nome sempre foi um desafio. Já tínhamos o projeto criado e um nome vinha mesmo a calhar. Eu e o Álvaro tínhamos um grupo privado no facebook para mandar uns bitaites sobre a banda e, um dia depois de termos decidido deixar o nome nas mãos do destino, uma senhora americana, Sequoia Guzmán, pediu para se juntar ao nosso grupo musical e o pedido foi aceite. O nome ficou no ouvido e as sequóias são árvores lindíssimas. Falamos com a Sequoia Guzmán e ela adorou a ideia.

O vosso primeiro álbum está previsto para breve. Já há datas definitivas para esse lançamento?
Está sim! Vai sair nas plataformas digitais no início de setembro. A data ainda está turva.

O que podemos esperar desse álbum?
Um álbum de apresentação de um projeto que veio para ficar. São 45 minutos de músicas muito diferentes. Os temas são autobiográficos, as músicas foram escritas ao longo de um ano e, por isso, passam por várias fases e humores. A forma como tocamos juntos é a chave do álbum, é o que não dá para imitar e os lives captaram muito bem isso.

Entretanto, já foram apresentados, como forma de avanço, quatro temas. Como tem sido a aceitação?
Muito positiva. É bom partilhar o nosso trabalho com o mundo e é ainda melhor quando te dão valor pelo que fazes, é sempre um orgulho.

E de que forma esses temas se enquadram no conceito global do disco?
Beira-Mar é o tema mais curto das 9 faixas e a Mais Perto de Ti é a última música que foi escrita para o disco. As últimas duas que saíram são irmãs e fazem parte da polpa do álbum.

Dá-me a Tua Mão e 5€ falam de uma noite confusa. O que se passou, efetivamente?
A vida boémia é gratificante, por vezes. Outras vezes é o oposto. Não é especificamente sobre uma noite, mas sim sobre uma série de noites numa fase quase delirante da vida quando ainda estávamos em Lisboa. Às vezes era tudo uma confusão (pouco deliberada) e a cidade é apelativa demais.

Estando ainda numa fase inicial da carreira, que objetivos têm em mente para os próximos tempos?
Lançar o álbum (em formato físico e digital) e vamos ocupar o nosso ano com concertos. Estamos agora numa fase crucial e temos um bom espetáculo para apresentar.

Obrigado! Queres deixar alguma mensagem?
Ora essa. Estejam atentos às novidades que aí vêm!



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