Concentration Time (CHALWA)
(2018, Independente)
Já
imaginaram como soariam os sons quentes da Jamaica nas altas montanhas da
Carolina do Norte? Pois bem, parece que alguns dos mais sonantes músicos
locais, oriundos de Ashville, também quiseram fazer essa descoberta e, vai daí,
juntaram-se e formaram os Chalwa. O
álbum Concentration Time tem uma
sonoridade própria de quem faz reggae
em solo de country. E só isso já
seria motivo para a sua descoberta. Mas acontece que Concentration Time é muito mais que isso. É um disco que traz uma
sonoridade refrescante (mesmo levando em linha de conta algumas influências dos
anos 50/60 que aqui podem ser encontradas) e que procura (e consegue quase
sempre), introduzir diferentes moods
na sua base musical reggae. [80%]
The Judas Tree
(LUKE GASSER)
(2018, Blue
Rose Records)
Luke Gasser deve ser um dos mais ativos artistas da cena
musical suíça. Mantém um ritmo de um lançamento a cada 13/14 meses e, em 2017,
para além do disco de originais Mercy Of
Me, ainda pôs cá fora o documentário Von
Flüe e a novela histórica Und Essen Mag Er Auch
Nicht Mehr. E agora, em 2018, não faz a coisa por menos – um duplo álbum, The Judas Tree, o seu quarto cantado em
Inglês, com um total de 18 canções onde é possível sentir de forma menos
intensa a sua costela rockeira, mas
onde é mais notória a sua faceta mais introspetiva e emocional com o recurso,
em parte do álbum, à guitarra acústica num registo que tanto tem de baladeiro como de country. Mas o problema é o mesmo de todos os artistas que lançam
muitos álbuns seguidos e com muitas músicas. Primeiro, não dá tempo para as que
músicas cresçam e evoluam. Gravar tudo o que se compõe depressa, normalmente dá
mau resultado. Segundo, gravar tudo o que se escreve dá origem a uma enorme
quantidade de fillers. Em resumo, The Judas Tree é o perfeito exemplo do
que não deve ser feito e, exceção feita a um par de canções, a maioria do álbum
nunca deveria ter saído da sala de ensaios antes de uma polidela e seleção qualitativa. Destinado unicamente aos
indefetíveis fãs do músico helvético. [74%]
One Love (CORNELL CC CARTER)
(2018,
Independente)
Depois
do primeiro álbum In The Moment, era
aguardado com enorme expetativa o seu sucessor. E Cornell CC Cartner não o
faz por menos e apresenta doze novos temas (incluindo um bónus) onde se junta a
alguns convidados (Brian Braziel, Soulpersona) para criar mais alguns
momentos de soul e funk. O músico que chegou a trabalhar
com os maiores nomes do género (Ray
Charles, James Brown, The Temptations, Natalie Cole, Kool And The
Gang) soube beber da sua
experiência e conhecimento, embora as suas criações neste novo trabalho (quase
sempre em parceria com Kirk KC Crumpler), soem um pouco datadas,
pouco inspiradas e longe dos seus génios inspiradores. Ainda assim, saúde-se a
tendência para criar música de verdade, com músicos e instrumentos verdadeiros,
coisa que tem faltado muito ao soul/funk
atual, completamente entregue às criações fictícias da informática e
eletrónica. [64%]
Turn Back Time
(LIONCAGE)
(2018, Pride
& Joy Music)
O
trio que começou com Done At Last,
numa edição da Escape Music,
cresceu, assinou pela Pride & Joy
Music, transformou-se num quinteto, lançou mais dois álbuns – Second Strike em 2017 e, sem perder
demasiado tempo, o mais recente Turn Back
Time. São mais 12 faixas de rock
melódico, com a distorção por momentos mais áspera, mas sem implicar com as
linhas melódicas básicas. Turn Back Time
não compromete, mas, também nunca chega a ser empolgante. Alguns apontamentos
dispersos pelo álbum (principalmente ao nível do trabalho do baixo) não são
suficientes para camuflar a falta de criatividade e de ambição na criação dos
temas. [76%]
Ultra Violent Light
(JOHNNY WORE BLACK)
(2018, EMP Label
Group)
Para
quem não conhece, os Johnny Wore Black
são um coletivo britânico que conta nas suas fileiras com o baixista David Ellefson, ex-Megadeth. Todavia, a
sua sonoridade está substancialmente afastada da música dos thrashers americanos. Ultra Violent Light é já o terceiro
disco deste coletivo que conta com três vocalistas e um violoncelo. O seu rock denso e com tendência para a
criação de paisagens emocionais e negras, acaba por não explorar na totalidade
os recursos postos à sua disposição, limitando-se a um registo básico e onde se
nota a ausência de momentos diferenciadores. [76%]
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