Reviews - Setembro 2018 (III)


Terrestrial Mutations (DROID)
(2018, Shadow Kingdom Records)
Terrestrial Mutation foi originalmente lançado em 2017, em CD pela Nightbreaker Records e em cassette pela Temple Of Mistery Records e foi um álbum que teve tanto impacto, mesmo a uma pequena escala, que a Shadow Kingdom acabou por proceder à sua reedição, procurando atingir uma maior audiência. Originais mudanças de tempo, riffs em permanente mutação e canções labirínticas fazem parte dos principais aspetos a ter em conta neste disco de estreia do power trio canadiano Droid, praticantes de um techo-thrash que poderá ser comparado aos seus compatriotas Voïvod. Infelizmente para eles, todas as boas ideias que têm – que as têm, embora, efetivamente, se esperassem mais -  são abafadas por um registo vocal desastroso. E é esse o principal aspeto a rever para o futuro. [75%]


Demoncracy (GOD’S ARMY)
(2018, Rock Of Angels Records)
Demoncracy é o segundo álbum dos God’s Army. Mas, como eles próprios fazem questão de afirmar, nada destes nomes tem nada a ver com religião… e tudo a ver com música. Este projeto internacional que conta com atuais e antigos membros de bandas como Helloween, Scanner ou Firewind, envolve na sua imagem musical referências tão díspares como rock, hard rock, heavy metal e NWOBHM, conseguindo apresentar em Demoncracy uma vertente mais progressiva que a sua estreia. Ainda assim, os maiores destaques desta proposta vão para os ganchos melódicos, para as cavalgadas, para as enérgicas dinâmicas e para a forma como as guitarras se conjugam num autêntico carrossel de adrenalina. E como é bom ouvir a eletrizante versão do clássico My Way de Frank Sinatra que encerra o álbum com brilhantismo! [82%]


Sons Of Saturn (BLACK LOTUS)
(2018, Inverse Records)
Sons Of Saturn é o disco de estreia dos Black Lotus, banda oriunda de Barcelona e formada por Hug Ballesta em 2015. Apesar de, globalmente, se poder considerar que Sons Of Saturn é um disco de doom metal, a verdade é que o grau de pureza deste doom é baixo. E isto acontece porque as diferentes influências dos membros da banda são canalizadas para o processo de composição o que origina, então, um doom metal infetado por outras sonoridades como as sonoridades alternativas dos anos 90, o grunge e até o post-rock. Uma abordagem abrangente, sem limitações nem dogmas. Liricamente, Sons Of Saturn é eminentemente simbólico, embora se encontre um denominador comum na mitologia clássica, ocultismo e experiência e visões pessoais. [77%]


A Million To One (OSMIUM GUILLOTINE)
(2018, Independente)
Ativos desde 2009, os Osmium Guillotine só agora atingem o seu segundo álbum, A Million To One, successor da estreia homónima de 2014. No entanto, ao longo da sua carreira, apresentam uma discografia cheia com EP’s, splits, singles, colaborações e até álbuns ao vivo. A Million To One centra-se na velha escola do NWOBHM, com eventuais incursões pelo thrash ou pelo punk. As ideias não são particularmente inovadoras nem essencialmente brilhantes e mesmo quando alguma tem mais alguma substância, o coletivo não sabe como as trabalhar e desenvolver corretamente. Portanto, A Million To One é mais um disco entre milhões que apenas poderá ter interesse para os fanáticos do género. [76%]


Cerebra (PROJECT RENEGADE)
(2017, Independente)
Os Project Renegade são gregos e nasceram pelas mãos de Marianna e Ody. Cerebra é o seu primeiro disco, um EP de três temas com riffs heavy e cheios de groove, carregados por uma atmosfera alternativa, numa envolvente que ainda inclui elementos ambientais e eletrónicos. A voz de Marianna plana sobre todas estas dinâmicas que criam uma sonoridade moderna, num registo adequado mas nada de transcendente.  [75%]

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