Reviews: Outubro (I)


Intellectual Hooliganism (FLUMMOX)
(2018, Wood And Stone Productions)
Se acham os Avatar demasiadamente avantgarde, experimentem dar uma audição a este Intellectual Hooliganism, novo trabalho dos Flummox. Heavy rock, funk, extreme metal, jazz fusion, progressive rock, avant-garde, bluegrass, power pop, doo-wop, tudo por aqui aparece misturado num disco cacofónico e altamente esquizofrénico, que ultrapassa todos os limites imagináveis. Problema: tentar agradar a tanta gente diferente pode ser contraproducente, mas o importante aqui parece ser que os Flummox consigam agradar a eles próprios, enquanto banda altamente criativa e inovadora. [74%]


Empress (BE THE WOLF)
(2018, Scarlet Records)
Terceiro álbum para os Be The Wolf, banda praticante de um hard rock moderno, atualizando, para os tempos de agora, referências como Scorpions, Judas Priest, Skid Row, KISS ou WASP, embora, naturalmente, longe da genialidade dos nomes referidos. Empress traz alguns temas rápidos com riffs heavy e melódicos com algumas baladas ocasionais e um piscar de olho, aqui e ali ao AOR, colocando a ênfase em coros catchy. No entanto, de uma maneira geral, Empress não acrescenta nada de novo ao género, sendo um álbum que não é minimamente obrigatório. [73%]


Break Everything (CORPUS DELICTI)
(2018, Blood Rite Records)
Corpus Delicti nem é assim um nome tão vulgar, mas vamos encontrar duas bandas (para além de outras de diferentes estilos e de paragens mais distantes!) assim chamadas na Suíça – uma de thrash metal e outra de heavy metal. Felizmente, uma delas, a de heavy metal, já mudou o seu nome para Batallion, pelo que a que ficou – e que nos traz aqui – são os thrashers de Berg, que se estreiam com Break Everything, um disco originalmente lançado de forma independente e, mais tarde, pela Blood Rite Records. Curto, cru e direto, Break Everything, como o próprio nome indica, parte tudo à sua volta, com o seu thrash metal não muito inventivo, mas suficientemente arrasador. Riffs sólidos e uma secção rítmica competente servem de base onde assenta um vocalista à Nuclear Assault – ou seja, berrado mas perfeitamente percetível. Os três temas finais, mais longos, todos acima dos cinco minutos permitem que os Corpus Delicti exponham uma visão diferente, para melhor, da sua composição, conseguindo ser mais consistentes. [78%]


New Latitudes (NORTH OF SOUTH)
(2018, Rockshots Records)
Não é fácil classificar esta proposta que nos chega de Espanha e que foi criada pelo guitarrista Chechu Gómez. Os North Of South mostram logo no nome, toda a polivalência da sua música. E New Latitudes comprova que toda esta capacidade sonora se enquadra e é proveniente das mais diferentes latitudes. Os North Of South juntam elementos de estilos, aparentemente, difíceis de conciliar. E dizemos aparentemente, porque em New Latitudes, eles conseguem conciliar-se de uma forma até bastante fluída. Desde a agressividade melódica dos At The Gates, até ao pop estruturalmente evoluído de uns Police, passando por sonoridades hispânicas/latinas, influência de Santana, pelo poder emocional dos Anathema ou mesmo pela profundidade criativa dos Opeth, tudo se pode encontrar aqui. Portanto, criatividade não falta num disco simultaneamente desafiante e divertido. O que falta, por vezes, é um pouco mais de cuidado no campo vocal. Uma aresta a limar. [81%]


Nemesi (JUNE 1974)
(2018, Visionaire Records)
O projeto June 1974 resulta de uma aventura a solo do compositor italiano Federico Romano. Federico não põe limites à sua criatividade e, por via disso, as suas músicas vão desde o clássico ao metal, passando pelo electro e dance. Quanto a Nemesi, o disco que agora nos apresenta, é ligeiramente diferente do que é habitual no transalpino, uma vez que está claramente centrado num prog metal instrumental, onde partes orquestrais e brutais convivem em estruturas complexas. Ponto forte é a colaboração de dez convidados, sendo que cada um traz para cada tema a sua particularidade, destacando-se Andy La Rocque (King Diamond), Tommy Talamanca (Sadist), Francesco Conte (Klimt 1918) e Paul Masvidal (Cynic/Death). [73%]

Comentários