Reviews: Outubro (VI)


After Earth (ONCE)
(2018, Pride & Joy Music)
O simples facto de se chamarem Once já nos remeteria para o metal sinfónico. Como, de facto, isso acontece. Os Once são um coletivo germânico, sendo que After Earth é o seu primeiro longa-duração. Inspirados pelas bandas sonoras neoromânticas e com elementos do classicismo adicionados a riffs pesados e uma bateria, por vezes, demolidora, os Once estreiam-se com um disco agradável. Tudo que o metal de inspiração sinfónica e teatral tem, está cá tudo, e no seu devido lugar, embora falta o toque de excelência que lhe irá permitir destacar-se de centenas de álbuns (alguns até da própria editora) do mesmo género que são lançados quase diariamente. [80%]


Manor Of The Se7en Gambles (THEM)
(2018, Steamhammer/SPV)
O nome da banda remete-nos logo para o King Diamond e de facto essa é a maior realidade, já que os Them foram formados por Troy Norr como banda tributo ao mestre do horror. O passo óbvio a seguir, seria a passagem à composição de temas próprios. Foi o que aconteceu, sendo que este Manor Of The Se7en Gambles é já o segundo longa duração. Um segundo disco claramente mais pesado, obscuro e tecnicamente mais sofisticado que a estreia Sweet Hollow. Musicalmente, os Them cruzam o heavy metal tradicional de King Diamond (onde nem faltam as mudanças de registo vocal) com o US power/thrash metal, o que lhe confere uma dose de peso muito mais acentuada que Mr. King Diamond costumava apresentar. Liricamente o álbum segue a habitual temática das histórias de terror. [78%]


Blue Haze (IRON LAMB)
(2018, The Sign Records)
Blue Haze é o novo capítulo dos Iron Lamb. Um capítulo onde voltam a demonstrar toda a sua atitude na criação de malhas rock fortemente influenciadas pela sonoridade dos anos 70. Neste que já é o seu terceiro álbum de originais (estreia para a The Sign Records), somos surpreendidos pela energia crua e áspera de temas como The Hunt e Bound By Gravity e pela aproximação a um som mais épico em Iron And The Lamb e Into The Night. Mas é em Apocalypse Express, a faixa de abertura, onde melhor fica demonstrada o dinamismo da banda. [76%]


Terrorvision (ABORTED)
(2018, Century Media Records)
Há quase um quarto de século a espalhar o terror, a violência e a psicopatia, os Aborted são hoje vistos como uma das mais importantes bandas do cenário death/grind. Os belgas, que atualmente incluem membros da Holanda, Itália e Estados Unidos, atingem o seu décimo álbum de estúdio ainda, e sempre, com a mesma vontade de violentar sonicamente os cérebros dos seus ouvintes como no inicio. Isto significa duas coisas: primeiro, que a paixão pelo que fazem é enorme, o que transforma cada disco numa peça única de honestidade; segundo, que a adaptação ao status quo vigente está a tomar conta do coletivo, o que o leva a fazer discos sem tentar sair da sua zona de conforto, tendo como consequência a sensação que qualquer um destes onze temas poderia ter estado em qualquer um dos outros álbuns. [70%]


Prisoner Of Disaster (THRASH BOMBZ)
(2018, Iron Shield Records)
Como o próprio nome deixa antever, estes italianos são umas autênticas bombas thrash. Cru, ríspido, sem compromissos, Prisoner Of Desire é o mais recente disco, ainda mal digerido estava Master Of The Dead, lançado há pouco mais de um ano. Com um novo membro a bordo, Angelo Bissanti (guitarra solo e voz), o trabalho de composição foi rápido e inspirado e o resultado é meia horinha de pura devastação thrash, sem lamentações nem tréguas. Se bem que The Headquarter, tema final, mostra uma nova abordagem na composição. A abertura de um novo caminho para o futuro? [73%]

Comentários