Reviews: Novembro (III)


Artists Release Sampler 2018 (V/A)
(2018, IAC Records)
Artists Release Sampler 2018 é uma compilação que serve para nos apresentar e, consequentemente aos fãs de rock nacionais, uma nova editora nascida no inicio deste ano, com a finalidade de dar aos músicos do centro e norte da Califórnia uma exposição mundial. Os primeiros nomes (o que corresponde aos primeiros lançamentos) da editora encontram-se aqui representados, num total de 18 temas divididos pelo country rock de Dirk Hamilton, pelo funk rock de Eric Westphal, pela música erudita e ambiental de Napa Valley Duo, pelo rock sulista dos James Blond Band, pelo rock acústico de Andrew Durr e pelo American rock de Willie Hines ou Nathan Ignacio. Como primeira imagem da nova editora fica um rooster equilibrado, variado e com qualidade. [85%]


Chasing The Horizon (MAN WITH A MISSION)
(2018, Century Media Records)
Acaba por não se perceber muito bem como é que uma banda como os Man With A Mission chegam à Century Media Records. Podem chamar-nos de retrógrados, mas esta história de fazer hard rock com DJ, por muito que soe bem aos japoneses, não tem o mínimo sentido. Por outro lado, apostar em visuais inovadores é bom… mas máscaras de lobos? Porquê? Bom, eles lá saberão ou somos nós, ocidentais, que não percebemos a cultura nipónica. Mas a verdade é que o coletivo já vai, com Chasing The Horizon, no seu quinto álbum de originais. Um disco com algumas ideias interessantes dentro do rock mais ligeiro, mas que são, sucessivamente, destruídas por uma tentativa de, a todo o custo, introduzir a popalhada sem nexo e o ritmo DJ. [60%]


Live At Moods (SONAR)
(2018, 7d Media)
Live At Moods é o novo álbum dos Sonar, um registo ao vivo captado no Moods Jazz Club em Zurique, no seu país natal, a 24 de maio deste ano. Notada é a presença do solista/texturalista David Torn, nome associado à produção de Vortex, quarto álbum da banda. Nesta apresentação é perfeitamente evidente a principal caraterística dos Sonar – uma fusão milimétrica entre o minimalismo, o poder do rock e a sensibilidade do jazz. Isto em processos marcadamente poliritmados e com dinâmicas e hipnóticas evoluções de elevada complexidade e capacidade de improvisação. [78%]


Rock Masterpieces Vol. 2 (JEAN BEAUVOIR)
(2018, AOR Heaven)
A estranha figura de Jean Beauvoir, em jeito de Mohawk louro, não deverá ser desconhecida dos nossos leitores, fruto do seu passado em bandas como Crown Of Thrones, Voodoo X e até dos infames e controversos Plasmatics. Surge agora a oportunidade de juntar, em duas obras, grande parte da sua ilustre criação. Depois de Rock Masterpieces Vol. 1, lançado em julho, surge a segunda parte desta compilação. O Volume 2 inclui, por exemplo a sua estreia internacional multiplatinada, Drums Along The Mohawk. Aquele que é considerado o maior artista negro de rock de sempre continua ativo em múltiplos projetos, mas, para já, importa celebrar o seu legado. Para quem o acompanhou desde sempre ou para quem o começa a conhecer agora, este disco é indispensável. [81%]


Paramount (THE WIDE)
(2018, Echozone)
O que motivará quatro músicos com carreiras de quase 30 anos e pertencentes a coletivos como Dean Guitars ou 12 Drummers Drumming iniciar um novo projeto? Naturalmente, a procura de algo inovador e motivador. Os The Wide são esse exemplo de como esse conjunto de músicos resolveu embarcar numa viagem em que a criação da música fica dependente do uso das mãos e da inspiração do coração. Paramout é um manifesto de autêntico indie rock orgânico e sentido, que por momentos se perde em atmosferas mais dançáveis, mas que noutras alturas (e aqui lembramo-nos de Stars ou dos coros gospel em You) se solta para a invenção de incríveis experiências sonoras. [78%]

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