Entrevista: Anneke van Giersbergen


Para nós, é só a melhor vocalista feminina da atualidade. Uma qualidade confirmada em 25 anos de uma carreira ímpar que se comemora no próximo ano e cujas comemorações começaram da melhor forma com este concerto sinfónico com a Residentie Orkest, agora apresentado em CD. E foi com imenso orgulho e prazer que conversamos com Anneke van Giersbergen.

Olá Anneke, tudo bem? Obrigado pelo teu tempo! Deixa-me dizer que é um prazer fazer esta entrevista contigo. Podemos dizer que Symphonized é uma grande estreia para as celebrações dos teus 25 anos de carreira?
Muito obrigado! Estou muito feliz com este lançamento! É a maneira perfeita de comemorar os 25 anos da minha carreira. Os arranjos para as músicas são muito bons e os espetáculos foram muito especiais, também por causa do fantástico público.

Quando surgiu a ideia de realizar estes concertos sinfónicos? É um sonho antigo?
A Residentie Orkest pediu-me para criar uma noite juntos em que iríamos combinar música clássica e leve, com, neste caso, rock e metal. Queríamos fazer um cruzamento e mostrar a diferentes públicos a beleza dos dois mundos. Eu, claro, disse sim e surgiu a ideia de fazer arranjos de músicas dos meus 25 anos de carreira e fazer um espetáculo antológico em que todas as músicas mais antigas ganhassem uma nova vida. Ficou ainda melhor do que eu esperava.

Por que escolheste a opção de um álbum totalmente sinfónico ao invés de incluir partes sinfónicas nas músicas originais?
Porque a ideia inicial para os shows veio da Residentie Orkest e nós queríamos trabalhar com toda a orquestra. Adorei o que fizemos. Existe mais energia numa grande orquestra que em alguns violinistas por trás de uma banda.

Os arranjos foram feitos por Marjin van Prooijen e Gijs Kramers, um trabalho verdadeiramente espetacular, deixa que te diga! Deste-lhes algumas orientações ou não?
Na verdade, os arranjos são fantásticos. Eles dão às velhas canções um novo e completo sentindo sem tirar a alma das músicas. Não lhes dei nenhuma direção; eles deixaram-me ouvir o seu trabalho a meio do processo e adorei. Para mim, não há necessidade de adicionar nada a esse trabalho genial.

Tiveste alguma preparação especial para estes espetáculos?
Na verdade, todos nós ensaiamos bem para eles, por isso sabíamos o que fazer. De resto, concentrei-me como de costume antes de qualquer espetáculo. Sentar-me sozinha durante uns momentos, beber um chá de ervas, tentar entra no meu "estado mental de hiper-foco" e lá vamos nós!

Depois de 13 anos nos The Gathering, uma sólida carreira a solo e diversas colaborações, que projetos ainda tens em mente cumprir?
Eu tenho muitas ideias, sempre. E o meu maior desejo é continuar como agora – continuar a cantar, trabalhar com pessoas diferentes e viajar. No próximo ano vou escrever e gravar um álbum - acho que será um álbum acústico a solo. Fazer uma tour com os VUUR, fazer um novo projeto com a Residentie Orkest e fazer uma tour sozinha em teatros, em formato acústico a solo, nos Países Baixos. E estou a planear algo realmente especial para o final de 2019!  Espero fazer uma tour pela Europa e também poder visitar o teu lindo país!

Uma das tuas colaborações anteriores foi com os Portugueses Moonspell. Que lembranças tens dessa cooperação?
Adoro os Moonspell! Depois da tournée que fizemos com eles pela primeira vez em 1995, ficamos bons amigos. Especialmente com o Fernando. Portanto, quando começamos a trabalhar juntos novamente no seu álbum, fiquei muito feliz. Vemo-nos sempre que visitamos o país um do outro quando andamos em tournée.

Depois de uma carreira de 25 anos, qual consideras a tua melhor música e teu melhor álbum?
Uau, não sei! Fiz tantas coisas. E em géneros muito diferentes. Não consigo escolher porque cada música e cada álbum representa um momento no tempo e na minha vida. Portanto, dizer que um álbum é melhor que o outro é estranho para mim.

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