Entrevista: Places Around The Sun


Os Places Around The Sun começaram apenas com o António Santos, mas rapidamente evoluíram para uma banda completa. Still Here foi o primeiro trabalho gravado em 2013, mas apenas lançado em 2016. Pluto, o seu sucessor, teve uma génese mais rápida e, pela primeira vez, o coletivo lisboeta avança para um álbum conceptual. Confiram tudo com o vocalista e guitarrista.

Olá António, tudo bem? Quem são os Places Around The Sun? O que vos motivou a erguer esta banda?
Olá! Tudo tranquilo! Antes de mais obrigado pelo apoio que têm dado à nossa banda! Bem, os Places Around The Sun são uma banda que começou como um projeto a solo meu, apenas como escape da incrível vida de faculdade da altura e que ao início chamava-se PRO.TEST e tive que mudar o nome, na minha opinião para bem melhor!! Eu sou o António, vocalista e guitarrista, temos o João Gomes, segundo guitarrista e meu parceiro em estúdio quando estamos a brincar às gravações, temos o Alexandre Sousa, o nosso baixista que é o mais organizado de todos nós como bom Assistente de Realização que é de profissão e ainda temos o Ricardo Martins o nosso mais recente membro, baterista e o único formado musicalmente e também meu conterrâneo Madeirense!

Sendo Pluto já o vosso segundo álbum, de que forma foi feita a abordagem desta vez?
Este segundo álbum teve um processo bastante parecido com o processo do primeiro. Sendo que estávamos em pausa na banda, entre trabalho e vida pessoal cada ideia que surgia funcionava como um mecanismo antisstress a tudo o que se passou durante os 3 anos que foram a composição do álbum, gravei muitas ideias (aproximadamente 21) sem qualquer filtro e depois a certa altura tomei a decisão de escolher as 10 que para mim eram as melhores. Portanto estes dois primeiros álbuns para mim representam duas fases completamente distintas, mas importantes para mim, sendo que este teve a única diferença que decidi embarcar em literalmente contar uma história embrulhada em metáforas para descrever tudo o que passei nesses 3 anos.

Os PATS começaram apenas contigo. Quando sentiste necessidade de incorporar outros elementos?
Essa necessidade veio porque queria tocar ao vivo as músicas e porque compor sozinho no estúdio é ótimo e terapêutico, mas com amigos é sempre outra coisa. Tanto que em futuras músicas já há mais participação de composição do resto da malta!

Este Pluto é um disco conceptual. Que temática é aqui abordada?
A premissa toda do álbum ser uma viagem a Plutão é uma alegoria ao trânsito de Plutão que na astrologia (um mundo que me despertou curiosidade) representa todo um caos e uma reviravolta na vida de alguém sobre a influência desse trânsito. E ao longo da história seguimos um personagem com toda uma mente fechada e cheia de si e que foge do planeta Terra porque se sente injustiçado por tudo e todos. Mas nessa viagem em vez de uma fuga, como ele se encontra sozinho, fica obrigado a confrontar-se com todos os seus medos e crenças que achava ter deixado para trás deixando-o sem chão nenhum, mas apenas para construir um novo. Que é basicamente dita numa frase que descobri durante a composição do Saramago "O caos é uma ordem por decifrar".

Em termos musicais, como descreverias Pluto para quem não vos conhece?
Se me permitirem, a vossa descrição do nosso som foi a melhor que já alguma vez recebi, portanto vou assinalá-la aqui para responder a essa pergunta: "uma abordagem musical suja e cáustica de um stoner rock algo alternativo e virado para o grunge mas que até pisca o olho ao blues".

Como decorreu a experiência em estúdio? Tudo como planeado ou tiveram algum imprevisto?
A gravação em estúdio foi completamente tranquila visto que gravamos tudo no nosso estúdio estávamos completamente à vontade com tudo e até mesmo na gravação das baterias que foram feitas na HAUS com o Makoto Yagyu, que produziu o nosso primeiro álbum juntamente com o Fábio Jevelim, com quem também estamos 100% à vontade!

Já agora, o que têm agendado para dar continuidade à apresentação ao vivo no Sabotage?
Nós agora estamos a marcar vários concertos pelo país fora ao longo de 2019, sendo que estivemos no dia 7 de dezembro no Tokyo Bar no Cais do Sodré, e vamos continuar a espalhar ao máximo a palavra. Estamos também a planear o lançamento de um novo single que é uma música que está no nosso reportório ao vivo, porque durante tanto tempo até ao lançamento do álbum surgiram mais umas quantas músicas novas que provavelmente vão ser todas lançadas em modo single só para não demorar outros 3 anos a fazer um álbum! 

Obrigado! Foi um prazer. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado nós! Esperemos que as pessoas vivam a viagem do álbum e qualquer coisa sigam-nos nas nossas redes sociais que respondemos a tudo o que nos mandarem! Fiquem atentos e se quiserem e tiverem oportunidade de nos ver ao vivo, venham porque temos todo um espetáculo preparado para ilustrar a história do álbum! Beijos e abraços a todos!

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