A ideia era
arriscada, mas resultou em pleno: fazer hard rock cantado em
sueco. Tudo por uma questão de honestidade. Quem o diz é Henrik Bergqvist, guitarrista
dos Prins Svart, banda que se estreia com um disco homónimo. E que em primeira
mão, em total exclusividade, já nos avançou o nome do segundo disco, a lançar
em maio: Inte här för att stanna.
Confiram o que o experiente guitarrista sueco tem para nos dizer a respeito
deste novo e muito interessante projeto.
Olá, Henrik! Obrigado
pela disponibilidade e parabéns pelo vosso álbum. A primeira pergunta é quando decidiram
unir forças nesta nova banda?
Obrigado! Às vezes podes
viver com algo na tua vizinhança imediata, mesmo sem perceber que está lá. De
repente, olhas para cima, e existe essa coisa que sempre esteve lá, mas estavas
muito distraído para a notar! Na realidade, esta é a história dos Prins Svart.
Estivemos sempre em contacto, tocávamos em diferentes constelações, mas nunca
percebendo que deveríamos voltar a juntar-nos e continuar como uma banda.
Então, um dia, quando nos encontramos numa sala de ensaios pela primeira vez em
quase 20 anos, ficou imediatamente aparente que deveríamos continuar onde tínhamos
parado e continuar a construir algo juntos.
Podemos considerar os
Prins Svart como um supergrupo ou não se sentem assim?
Sim! Nós somos um
supergrupo, mas talvez não no mesmo sentido que Asia ou Mr. Big. Somos músicos
experientes e andamos várias vezes na estrada por diferentes razões e com
diferentes companheiros, mas não tenho a certeza de sermos tão bem conhecidos
que poderíamos reivindicar ser um supergrupo, no verdadeiro sentido da palavra.
Sem saber como, apenas sabemos que somos uma banda excecional quando tocamos
juntos. Isso também conta como um tipo de supergrupo, acho eu.
De qualquer forma,
todos vocês têm uma enorme experiência. De que forma essa experiência foi canalizada
para este conjunto de músicas?
Já andamos aqui à volta algumas
vezes e sabemos o que nos interessa e o que não nos interessa. A música rock é, na sua essência, muito simples:
começas com um riff e adicionas
diferentes sabores em termos de mudanças de acordes, melodia e instrumentação.
Mais importante, no entanto, tens que ter groove
que suporte o riff. Quando tens o riff certo, ganhaste metade da batalha.
Mas, embora isto pareça simples, na verdade é muito difícil de fazer. Para ter
sucesso, é bom saber quais são as tuas escolhas e que escolhas desejas fazer. Quando
estás a escrever, uma música pode ir numa infinidade de direcções – a tua
função é escolher a direção certa para a música. No final, só tu podes julgar
se conseguiste ou não. Então, para responder à tua pergunta, acho que o que as
experiências da nossa vida nos deram foi uma visão clara das escolhas que
queremos fazer. Nem mais nem menos.
Como foi o processo
criativo? Todos vocês contribuíram para o resultado final ou não?
Confiamos na contribuição
criativa de cada um para escrever e executar uma música. Nós não tentamos
direcionar, mas estamos em diálogo constante sobre como algo deve ser feito.
Geralmente, eu inicio algo; de seguida, Thomas adiciona um monte de ideias muito
boas sobre como melhorar o embrião da música; depois, Sebastian, reduz essas potenciais
escolhas para algumas possibilidades que nós escolhemos. Por último, Stefan faz
a música cantar!
Por que a opção pela
língua sueca?
Honestidade. Neste momento,
queremos ser completamente honestos nas nossas expressões. Não queremos
esconder nada e queremos estar no ponto, sem tantos clichés quanto possível. Como bónus, penso que tocamos em algo
original dentro do nosso género. Não conhecemos nenhuma outra banda que
interprete o Classic Hard Rock com
letras em sueco. Existem algumas bandas no género rock, como Abramis Abrama, que cantam em sueco, mas nenhuma banda
faz o que nós fazemos. Uma vez sugeri ao John Levén (baixista dos Europe) que
fizesse um álbum a solo com letras em sueco e ele olhou-me como se eu fosse
louco!
Que temas são
abordados no aspeto lírico, nas vossas músicas?
Os temas para as nossas
letras são os que mais nos impressionam. Geralmente, são temas emocionais como
tristeza (ontológica), saudade, esperança, medo, amor. Poderias chamar isso de
melancolia sueca, acho eu!
Sendo esta a vossa estreia,
o que podemos esperar de Prins Svart? Terá continuação?
Estamos prestes a começar a
misturar o próximo álbum, que esperamos lançar em maio de 2019. Algumas novas
músicas estarão disponíveis durante a primavera nos serviços de streaming antes do lançamento do álbum. Vou
dar-te uma notícia em exclusivo: o título do trabalho é Inte här för att stanna (Não Está
Aqui Para Ficar). Vai ser épico.
Como foi a
experiência de gravação? Correu tudo como planeado?
O processo de gravação de Prins Svart foi muito direto e fácil. Tocamos
de uma vez só e adicionamos alguns overdubs
de guitarra, teclas e vocais. O tempo total de gravação deste álbum de estreia
foi provavelmente inferior a quatro dias. Depois disso, Dino (o nosso produtor)
assume, editando e misturando a gravação.
Precisamente, como
foi trabalhar com Dino Medanhodzic?
Dino é incrível! Ele é o
engenheiro/produtor mais talentoso com quem já trabalhei. Nós dizemos que ele é
o nosso Eddie Kramer! Também gravamos o sucessor com Dino e já estamos a fazer
planos para gravar o terceiro álbum com ele! Ele é muito estruturado e
organizado, mas também é muito intuitivo e musicalmente flexível. Além disso, é
muito inteligente e rápido no seu pensamento e na resolução de problemas, o que
são, na realidade, bons recursos para ter como produtor.
Muito obrigado,
Henrik! Queres deixar alguma mensagem ou adicionar mais alguma coisa?
Obrigado pelo teu interesse
na banda e esperamos manter-te interessado, fazendo mais boa música nos
próximos anos! Um homem sábio disse que tu só podes ser quem és e o único
desafio é ousar permanecer fiel a ser essa pessoa. Vamos deixar que estas sejam as nossas palavras finais de hoje!
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