Marcos
César e o seu projeto Urban Tales regressa aos discos de uma forma
completamente inesperada. Ou talvez não se atendermos aos sucessivos temas que
o músico foi lançando no último ano. E nestes sete anos que separam Reborn de Loneliness
Still Is The Friend, muita coisa mudou
nos Urban Tales. Foi isso que quisemos perceber neste renascido Marcos César.
Olá
Marcos, tudo bem? Porque sete anos entre o teu último álbum e este Reborn?
Depois do Loneliness, (ou até antes), senti que
queria fazer algo mais... Ou pelo menos diferente no som dos Urban Tales. Tive
quase, quase a lançar um álbum acústico, mas depois e com o deixar fluir a
produção do álbum, percebi que a mudança não deveria ser para o acústico, mas
sim, para uma multidiversidade de sons. Ora isto leva tempo a fazer e se
juntarmos o facto de ter enveredado para o lado da produção musical, trabalhando
com outras bandas, fez com que tudo também atrasasse no que toca ao lançamento
deste álbum. Hoje sinto que todo este tempo, foi benéfico para preparar não só
as pessoas nesta mudança, mas também para o resultado final deste álbum.
Por
isso mesmo, esta escolha do título é mais que óbvia. É mesmo o teu renascimento?
Sim, fazia todo o sentido.
O renascimento, não meu, mas do som da banda. Não é tanto o renascimento do
projeto; mas sim do seu som. Com isto até assinalo que este projeto musical
nunca se agarrará a um só estilo. Não quero isso. Hei-de sempre fazer rock, mas também gosto e quero
experimentar e tentar algumas coisas diferentes.
Alguns
destes temas de Reborn foram sendo lançados ao longo dos últimos anos. Assim
tiveste a oportunidade de ir auscultando as reações?
Sim, essa foi a razão
primordial. Preparar quem estava à espera dos Urban Tales no seu som mais metal/rock e mostrar o novo som a outros
ouvintes.
E
alguns desses temas ainda foram lançados pela Farol Música. Porque a mudança, a meio
do percurso, para a MR Diffusion?
Se queres que te diga não
ouve uma razão que não o facto de eu ter, agora, a minha própria empresa de
produção musical e que faz também distribuição musical (algo que já queria
fazer há muito tempo). Desta forma, fazia com que tudo dos Urban, estivessem mais
perto e fácil de resolver. Se a MR Diffusion não tivesse sido criada, ainda
hoje, com toda a certeza, estaria com a Farol. Gostei muito da nossa parceria e
das pessoas que lá trabalham.
Portanto,
não tiveste problemas com os temas entretanto já lançados?
Não, nada. Quando se fala
com pessoal porreiro, tudo se consegue.
E
como se proporcionou teres a hipótese de teres tantos convidados?
No início das gravações do
álbum, convidei a Sofia Pires (que conheço há muito) para gravar umas vozes
para a All Said And Done (a primeira
música a ser feita do álbum). Ali ela gravou, 3 ou quatro músicas e conforme eu
criava mais músicas, mais sentido me fazia aquela voz, ou aquela pessoa numa
determinada música. Tudo foi acontecendo até que dei por mim pensando... “olha,
tenho um álbum conceptual e com estes convidados a coisas ainda ganha mais
relevância” e deixei-me estar. A coisa foi acontecendo, naturalmente. Foi convidando
as pessoas, sempre que senti necessidade para isso e não pelo facto apenas de
ter alguém a cantar uma música.
Apresentas
aqui alguns temas cantados em português. Foi a tua primeira experiência neste
aspeto? Como te sentiste? Será para repetir?
Sem qualquer dúvida que
vai ser para repetir. Gostei do fluir que se consegue com a língua portuguesa.
Não foi difícil, até porque já tinha escrito para outras pessoas, algumas
músicas em português. No caso do álbum dos Urban Tales, sendo Reborn um álbum conceptual, e no qual as
letras/músicas falam de situação ou história, o português, na minha opinião,
ajuda a marcar uma posição, ou pelo menos a fazer com que o ouvinte português
chegue mais facilmente ao assunto referido.
Normal, fui criando as
músicas e convidando músicos de sessão e/ou os artistas mais em destaque sempre
que senti que era necessário. Aí foi simples e rápido.
A
masterização foi dividida com o Sam White. Como foi trabalhar com ele?
Sim, já trabalhei com ele
em várias situações e aproveitei esse facto para convidá-lo a fazer a
masterização. Mandava-lhe o meu master
final e ele mandava-me o seu, depois chegávamos a um consenso.
O que
tens em vista em termos de palco?
Estamos abertos a
convites.
Obrigado!
Foi um prazer. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Agradecer a tua/vossa
disponibilidade e ajuda na promoção deste novo trabalho dos Urban Tales. E
dar-vos os parabéns por toda a ajuda à música nacional.
Comentários
Enviar um comentário