Reviews: Dezembro (VI)


Live Your Live – Live In Denmark 2017 (MICHAEL KRATZ)
(2018, Art Of Melody Music)
Um dos principais nomes do AOR dinamarquês, Michael Kratz levou a palco o seu espetáculo assente nas melodias simples e orelhudas do seu trabalho. Essas apresentações foram registadas para a posteridade e agora é altura de as apresentar ao público, numa edição da Art Of Melody Music/Burning Minds Music Group. Live Your Live – Live In Denmark 2017 é esse resultado, apresentado num formato físico muito limitado dedicado aos verdadeiros fãs e colecionadores, com uma capa manufaturada, onde constam o nome do comprador, o número da edição e as assinaturas de Michael Kratz e de Stefano Gottardi, manager da Art Of Melody Music. O álbum ao vivo é duplo, mas esta verdadeira peça de colecionador vem, ainda, acompanhada de um CD bónus com a reedição remasterizada do álbum Cross That Line. Um verdadeiro festim para os fãs do género, embora com mais valor como peça de colecionador de que propriamente pela música apresentada. [78%]


2nd & 10 (THE WHEEL)
(2018, Wheel Music)
Seis anos depois e com um line-up renovado os The Wheel mostram-se revigorados com 2nd & 10, um disco de hard rock baseado nos anos 70. O trabalho de guitarra é inspirado por Eddie van Halen ou Nuno Bettencourt e os vocais aproximam-se de David Coverdale ou Robert Plant. Mas são os teclados e o trabalho ao nível de coros que funcionam como elementos fundamentais deste álbum, composto por alguns ganchos agradáveis, mas sempre naquela expetativa de apresentar algum tema memorável. Isso não chega a acontecer, independentemente do empenho colocado num 2nd & 10 honesto e que, mesmo assim, marca um passo em frente em relação ao seu álbum anterior. [77%]


Nightshift – Brilliants Outsiders (SULO)
(2018, Livewire/Cargo Records)
Sulo Karlsson é mais conhecido por ser o vocalista dos Diamond Dogs, banda de glam boogie rock e dos The Crunch, supergrupo britânico de punk rock. Mas em Nightshift – The Brilliants Outsiders esperem tudo menos isso. O duplo álbum é composto por duas partes. A primeira (ou CD 1), chama-se Nightshift e é uma viagem melancólica onde Sulo surge acompanhado, quase sempre, apenas por uma guitarra acústica e/ou piano, havendo, adicionalmente alguns órgãos e coros soul. O segundo CD, Brilliant Outsiders é o mais ambicioso trabalho do sueco até à data. Trata-se de 13 duetos com agradável sabor country. Os dois álbuns surgem juntos na mesma edição, sendo que o segundo é claramente mais interessante, num total de 27 canções intimistas, reflexivas e de uma atmosfera cowboy. [77%]


Cyclotron (KRISHNA PERI)
(2019, Independente)
Depois de alguns anos a tocar em diferentes bandas de covers, Krishna Peri (guitarrista indiano, atualmente a residir em Dallas) lança o seu primeiro trabalho a solo. Cyclotron, EP de cinco temas, conta a história do cientista Dr. Quark e da sua viagem até ao planeta Nabiru, depois de uma experiência estranha. Cada um dos temas é suposto refletir diferentes cenários dessa viagem e, assim foram tratados em termos de composição. Basicamente, Cyclotron centra-se num rock instrumental onde a guitarra assume o papel principal, sendo notórias as influências de Steve Vai, Joe Satriani ou Marty Friedman. [77%]


Prodigal Dreamer (PAVLOV’S DOG)
(2018, Rockville Records)
Para uma banda que lança um álbum por década espera-se sempre mais. O rock clássico/folk/prog dos Pavlov’s Dog tem sempre algo importante a transmitir, mas a verdade é que Prodigal Dreamer, que surge depois de oito anos de silêncio tem muita coisa boa e muita coisa… que não lá devia estar. Há momentos de enorme beleza com o trabalho minimalista de piano, a utilização da guitarra acústica e solos de violino encantadores, mas também há passagens perfeitamente enfadonhas. E, claro, mais de uma hora num disco, ou se trata de uma obra prima (o que não é o caso) ou acaba por entrar por campos de saturação, o que infelizmente acontece. Se Prodigal Dreamer acabasse na nona ou décima faixa… [80%]

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