Entrevista: Blackbirds


De uma pequena cidade dos Alpes franceses chegam os Blackbirds e o seu rock moderno, intenso e vibrante. Depois do EP Hero, o novo trabalho saiu recentemente. Trata-se do longa-duração New Birds que mostra uma banda mais focada nos seus objetivos e mais madura. O coletivo, que conta com um luso-descendente (Sebastien Arrais Mendonça, no baixo), acedeu a responder às nossas questões através do cofundador da banda e baterista Maxime Mangeant.

Olá Max, como estás? Obrigado pela disponibilidade. Podes apresentar os Blackbirds aos rockers portugueses?
Olá rockers portugueses, prazer em conhecer-vos! Eu sou o Max, baterista da banda, e estou bem, obrigado! Bem, os BlackBirds são uma banda francesa de rock formada no início de 2010 e sediada em Gap (uma pequena cidade localizada nos Alpes franceses). A banda é composta por:
- Melline Martin: vocalista
- Seb Slive: guitarrista, principal compositor e fundador da banda
- Cyril Vidal: guitarrista e coletrista
- Sebastien Arrais Mendoça: baixista e grande bebedor de cerveja
- Maxime Mangeant: baterista e cofundador da banda
Somos influenciados por bandas como Foo Fighters, Alter Bridge, Paramore, etc., por isso a vibe geral é um rock poderoso e moderno combinado com melodias cativantes.

Qual é o vosso passado musical?
Vou começar por citar as letras da música Hero (do nosso primeiro EP), que acho que resume tudo muito bem:
Do you remember the time when I was a kid
Played the strings on the neck 'til my fingers bleed
Learned the lyrics by heart and sing along
When the radio played our favourite songs
É isso! Somos cinco jovens reunidos pelo amor ao rock, e os roqueiros que somos hoje todos sonharam em estar em palco com Kurt Cobain em frente de 20.000 pessoas a tocar essa introdução de bateria de Smell Like Teen Spirits. Sabes como é, air drum, praticar powerslides no quarto quando os pais estão fora! (risos) Tenho a certeza de que cada um de nós tem uma história parecida para contar! Portanto, é isso, fomos embalados pelas lendas do rock, que nos levaram a descobrir e obter inspiração das bandas mais recentes como Alter Bridge, Foo Fighters, Paramore, etc. No entanto, individualmente, todos nós ouvimos estilos  completamente diferentes de música que não estão relacionados com o rock. Mas acho que é algo que serve a nossa música da maneira a podermos encontrar inspiração em géneros totalmente diferentes e criar algo um pouco mais pessoal.

Que nomes ou movimentos mais vos influenciam?
Como acabei de dizer, somos todos grandes fãs do rock clássico, mas podes facilmente ouvir influências de metal em algumas das nossas músicas, porque também somos metalheads e acho que todos já tiveram, pelo menos, uma banda de metal antes dos BlackBirds! Gostamos de muitas bandas modernas de rock como Black Stone Cherry, Halestorm, Alter Bridge... e obviamente somos influenciados por eles.

New Birds é a vossa estreia em formato longa-duração. Como decorreram os trabalhos? Sentiram algum tipo de dificuldades ou não?
Bem, a principal dificuldade que tivemos na realização deste disco, foi o muito tempo desde a intenção de o fazer até chegar ao último degrau, onde finalmente estamos, com os CDs nas nossas mãos. Foi algo como um ano e meio, o que é bastante! E há uma razão simples para isso: como sempre trabalhamos, queríamos fazer isto, gravar este CD, mas queríamos fazê-lo da maneira correta e com pessoas com quem gostamos de trabalhar. Assim encontrar momentos onde todos estivéssemos para gravar foi, provavelmente, a parte mais difícil, bem como manter as nossas mentes focadas nisso, mesmo com muitas semanas de descanso entre duas sessões. Esse foi o preço a pagar, mas não nos arrependemos, pois, o resultado final foi além das nossas expetativas, e tivemos bons momentos a fazer isto!

Como descreverias o New Birds para quem não conhece a banda?
Diria que o New Birds é um crossover entre rock clássico, metal e mainstream/pop music, onde todos podem encontrar algo que fale consigo. A cor principal é definitivamente rock moderno, mas há sempre um espaço enorme que permanece aberto para arranjos pop ou vibrações country!

Antes de New Birds, lançaram um EP chamado Hero. Quais as principais diferenças entre estes dois lançamentos?
Hero foi a nossa primeira gravação com esta banda e foi, antes de tudo, uma maneira de mostrar às pessoas que estávamos mais emocionados do que com um registo promocional adequado. Trabalhamos com amigos e pessoas que gostamos e tudo foi produzido por nós mesmos. Para New Birds, quisemos fazer da mesma maneira. Mas o que torna diferente e muito melhor, acho eu, é que nós tornamo-nos melhores músicos/misturadores/engenheiros de som e cada um de nós tinha muito mais ideias precisas sobre como o poderíamos fazer soar melhor. E o álbum foi muito mais preparado a montante, já que fizemos pré-produções e quase tudo foi planeado meses antes. New Birds é, definitivamente, mais maduro!

Too Bad foi a escolha para primeiro videoclip. Por que a escolha dessa música e que mensagem ela transporta?
Não há nenhuma mensagem especial por trás de Too Bad - pelo menos nada pelo qual gostássemos de lutar ou defender – já que a música é fala de amor e tristeza, portanto nada engajado (risos). Apenas quisemos mostrar algo que se encaixasse com as pessoas que somos na vida real, com muito humor e gozo. E a música que acaba por ser a mais apropriada para isso é Too Bad. Também é a música mais mainstream e fácil de ouvir do álbum e tem em si já uma espécie de leveza e fantasia!

Em que atos promocionais estão a trabalhar neste momento?
Recentemente filmamos alguns vídeos que lançaremos nos próximos meses. Para além disso, nada de especial. De momento, estamos numa pequena pausa e a pensar em criar um segundo álbum, pois já temos ideias e riffs interessantes nos quais temos trabalhado e feito jamms nos nossos ensaios. Por isso, podemos anunciar boas notícias em 2019, quem sabe?!

Obrigado Max! Queres deixar alguma mensagem ou acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado por lerem esta entrevista. Esperamos que consiga que a nossa música seja ouvida! Estamos muito contentes em ver que Portugal tem um interesse real na música Rock, e obviamente seria um verdadeiro prazer tocar um dia no teu país e conhecer pessoas adoráveis! Felicidades!

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