Reviews - Janeiro I

Hell For All (MALAMORTE)

(2019, Rockshots Records)

O terceiro álbum dos Malamorte é mais uma descarga de malvadez. A sua abordagem musical multidimensional leva o coletivo italiano a viajar entre o heavy metal tradicional, o power metal e o black metal. E é desta forma que histórias de ocultismo, bruxaria e anticristianismo se vão construindo. Em termos evolutivos, Hell For All é um registo simultaneamente mais thrashy e mais power, sendo notório o seu afastamento em relação aos elementos black metal. No fundo é a oportunidade de proporcionar aos seus ouvintes uma nova perspetiva menos energética e brutal e com mais momentos reflexivos e calmos. Claro, sem perder nada da sua malvadez! [75%]

Screaming Murder Death From Above: Live In Aalborg (RAVEN)

(2019, Steamhammer/SPV)

Quando os Raven saíram do palco do Skråen, em Aalborg (Dinamarca), no fim de novembro de 2017, não se tinham apercebido que o seu espetáculo tinha sido gravado para a posteridade. Os irmãos Gallagher (John e Mark) e o novo membro, Mike Heller ficaram, naturalmente, surpreendidos, mas após ouvirem o concerto sentiram que, aparte alguns pequenos problemas técnicos, tiveram um concerto mágico. Um concerto que roçou a perfeição tal a vibrante atmosfera vivida no interior da sala e graças à atitude quase incontrolável do trio. Esta obra tem edição em janeiro pela SPV e combina, de forma elegante, alguns clássicos, como Hell Patrol, não tocado ao vivo há mais de 15 anos, Hung Dawn, Quartered ou Break The Chain, com as mais recentes propostas retiradas de Extermination, como Destroy All Monsters tocada de uma forma super rápida ou Tank Treads (The Blood Runs Red).  [78%]

The 7 Endless (SECRET RULE)

(2019, Pride & Joy Music)

O boom de bandas com vocalistas femininas parece não ter fim e os Secret Rule são outro nome a surgir em Itália, com o seu trabalho assente numa secção rítmica poderosa e em melodias apelativas. Tudo junto com elementos eletrónicos e alguns apontamentos folk. Ou seja, nada de surpreendentemente inovador, apesar de uma boa produção permitir uma audição agradável. The 7 Endless é o quarto trabalho deste coletivo, liderado pela voz carismática de Angela Di Vicenzo, que tem mantido uma assinalável regularidade entre lançamentos: Transposed Emotions (2015), Machination (2016) e The Key To The World (2017). [78%]

Closer To The Edge (SON OF CAIN)

(2018, Raging Planet Records)

Já várias vezes nos temos debatido com a problemática dos duos e de, nos seus álbuns, faltar sempre alguma coisa. No caso dos nacionais Son Of Cain, isso não é tão notado, porque o guitarrista Hugo Conim e o baterista/vocalista Alexandre Mota, têm um assinalável manancial de experiência acumulada em projetos como Dawnrider, Dragon’s Kiss, Clockwork Boys, Patrulha do Purgatório, Corpus Christii, Morte Incandescente ou os lendários Subcaos. Closer To The Edge é o resultado da junção destes dois nomes num projeto de sonoridade suja de riffs maciços, muito orientada para o poder sónico do stoner, do grunge e do blues. [76%]

Purgatory (JON SCHAFFER’S PURGATORY)

(2018, Century Media Records)

Para os mais entretidos com a história do metal, o nome Purgatory trará boas memórias. De facto, foi a banda que precedeu ao nascimento dos Iced Earth, tendo sido fundada em 1985 por Jon Schaffer. Precisamente, o líder dos Iced Earth juntou-se aos ex-membros dos Purgatory para trazerem à vida novas gravações de temas que haviam sido criados em 1985/86. O resultado são 25 minutos de verdadeiro US metal que agradará naturalmente aos atuais fãs dos Iced Earth, mas também a quem tem saudades do som de bandas como Omen, Liege Lord ou Sanctuary. Para evitar confusão com outras bandas atualmente denominadas de Purgatory, o EP traz a denominação de Jon Schaffer’s Purgatory. [77%]