Show (NEED 2 DESTROY)
(2019, FastBall Music)
O primeiro EP Genoma dos Need 2 Destroy fez um enorme furor no seu país. O seu sucessor, e
simultaneamente a estreia em formato longa-duração, promete seguir o mesmo
caminho, embora nem se perceba bem porque. Show
é um manifesto de violência musical assente em fórmulas repetidas até à
exaustão, carregado de raiva e agressão e onde o espaço para a melodia,
musicalidade e criatividade artística fica reduzida a um par de temas. O
principal fator de destaque – e de curiosidade, refira-se – é a
multiculturalidade presente, uma vez que todos os temas são cantados em
castelhano, imprimindo uma áurea latina nesta máquina de guerra alemã. [52%]
Get It Out (ALTITUDES & ATTITUDE)
(2019, Megaforce Records)
O sucessor do EP homónimo de
2014 foi novamente produzido pela dupla Jay
Ruston/Jeff Friedl e volta a mostrar dois enormes nomes do metal – Frank Bello (Anthrax) e David
Ellefson (Megadeth) – a aventurarem-se por sonoridades mais alternativas e
menos próximas do seu habitual trabalho. Com eles está um conjunto de
convidados sonantes que ajudam um pouco a que Get It Out não seja tão dececionante. OK, aceita-se que se queira evoluir, que estes músicos queiram
aventurar-se noutros campos, mas para isso acontecer não tem, necessariamente,
de se deixar de lado a criatividade nem as boas malhas. E a verdade é que em Get It Up há pouco momentos apelativos e
ainda menos momentos memoráveis. [63%]
To Drink From The Night Itself (AT THE GATES)
(2018, Century Media Records)
Um dos nomes pioneiros do death metal técnico ou, se preferirem,
do som de Gotemburgo, os At The Gates
têm andado numa fase de pára-arranca, embora agora desde 2010 que estejam
ativos naquela que é a sua terceira encarnação, sendo que To Drink From The Night Itself é o segundo lançamento depois do último
regresso. Embora continuem a fazer bem o que sempre fizeram, a verdade é que já
não conseguem surpreender. Mas, ainda assim, há a sublinhar alguns momentos
interessantes como a guitarra em Palace
Of Lepers ou os coros em Daggers Of
Black Haze e The Chasm e a utilização
de cordas em The Mirror Black. [75%]
Southern Funeral (THE OSSUARY)
(2019, Supreme Chaos Records)
Forjado no hard rock dos anos 70 e na NWOBHM dos anos 80, numa mistura onde
também entra o doom e algum prog, Southern Funeral é a mais recente obra dos The Ossuary. E em oito temas, os italianos distorcem as suas
influências criando uma sonoridade pesada e obscura onde se revelam alguns riffs interessantes entre texturas
pontualmente criativas. Este segundo álbum dos italianos, sucessor de Post Mortem Blues mostra o poder do heavy rock, de uma forma fresca e
autêntica, recuperando as atmosferas dos Pentagram,
a melodia dos Thin Lizzy e dos Wishbone Ash, os leads dos Iron Maiden, a
costela épica dos Rainbow e até algum
prog dos Captain Beyond. [68%]
Cepheid (HAZPIQ)
(2019, Melancholia Records)
Num curioso cruzamento entre
Magma, Tool, Gojira e Opeth, a música presente em Cepheid, disco de estreia dos Hazpiq é desafiadora. E porquê? Essencialmente pela profunda
envolvência criada com passagens ambientais e acústicas com vozes femininas
etéreas e o seu posterior desenvolvimento em explosões catárticas de riffs poderosos e vocais agonizantes.
Mas desafiadora nem sempre significa imponente ou marcante. E isso não é. Mesmo
que alguma riqueza linguística, emocional e técnica surja espalhada por Cepheid, a maioria dos momentos criados
acaba por ficar aquém das suas referências, sendo incapaz de impulsionar os Hazpiq para outros voos. [62%]
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