Entrevista: Mind's Doors


A Espanha não é muito conhecida pelas sonoridades prog rock/metal, mas o panorama pode mudar depois do lançamento de The Edge Of The World, novo trabalho da banda de Alicante, Mind’s Doors. Um prog rock/metal da melhor qualidade apenas comparável aos melhores promete levar este nome bem longe. Na altura em que estreia um novo baixista, Eloy Romero, a banda juntou-se para nos contar tudo a respeito do nascimento deste fantástico disco.

The Edge Of The World é o vosso novo álbum. Podem dizer o que trazem para os vossos fãs?
Olá amantes de prog, antes de mais, dizemos que trazemos um novo álbum cheio de ilusões e esforço para toda a banda. É outro álbum conceptual onde misturamos a história real de um homem que tem uma vida "padrão" com a sua esposa Victoria. Pensamos que é um trabalho cheio de melodias, riffs, força e estruturas harmónicas, que constroem momentos e sentimentos especiais. O que é realmente fascinante sobre esta história é (sem spoilers), como o poder da música pode influenciar esses momentos críticos estando no limite da vida e da morte.

Para este novo álbum têm um novo baixista, Eloy Romero. Como foi a sua integração na banda?
É verdade... É muito fácil ligares-te ao Eloy. Ele tem um talento especial para música e é muito natural trabalhar com ele. Não é fácil juntar pessoas diferentes num grupo, mas ele faz tudo parecer simples e musicalmente é amor à primeira vista. (risos)

Já teve oportunidade de colaborar no processo criativo deste novo álbum?
Sim, ele chegou a tempo de ter algumas oportunidades criativas. Propôs grandes ideias ou modificações que se encaixaram perfeitamente nas estruturas, tornando o álbum ainda mais rico. Estamos muito satisfeitos com o seu trabalho.

Já que The Edge Of The World é um álbum conceptual, qual o conceito e/ou temática abordada?
Este novo álbum lida com algo que geralmente não pensamos no dia a dia. É sobre um homem com uma vida boa, uma mulher que o ama e quando ele pensa que nada pode mudar... aparece algo que transforma a sua vida. Esta é uma história baseada em factos reais. Devido a um acidente de carro, Victoria, a sua esposa, vai todos os dias ao hospital colocar a sua música favorita no seu ipod. Os médicos disseram-lhe que isso não estava a funcionar, mas ela fez isso com resultados muito bons. Quando ele saiu do coma, a única coisa que se lembrava era a sua música favorita nos seus ouvidos. Pensamos que esta é uma boa história para elogiar e mostrar o poder da música.

Como foi a experiência de gravação em Parma?
Em Parma foi ótimo, estávamos em casa. O ambiente em redor do estúdio era fascinante, relaxamento absoluto e um presente para os olhos. Dentro do estúdio também foi incrível. Foi muito fácil trabalhar com Cristian Coruzzi nas sessões de gravações. Ele é ótimo e muito próximo. Com Wahoomi Corvi, tudo ganhou forma com o seu incrível equipamento e experiência. Misturando testes e mais testes... qual deles o melhor (risos).  No final, podes conferir o resultado final ouvindo e desfrutando do álbum.

E o mago Mika Jussila foi o responsável pela masterização. Como é que isso de proporcionou?
Exatamente, estamos honrados em ter feito a masterização com o grande Mika Jussila. Wahoomi deu-nos várias opções para a masterização, mas nós tínhamos uma ideia muito clara. Quando se tem um bom produto queres que ele seja transformado em algo da melhor qualidade possível e com Mika Jussila é algo grandioso. A profundidade, a distância entre os instrumentos, o grupo e a coesão sonora ficaram fantásticos. Foi a batuta mágica da grande obra de Cristian e a incrível mistura de Wahoomi.

Estamos aqui muito perto, mas parece não haver nada de novo no cenário prog rock/metal em Espanha. Como está a cena no teu país?
É verdade, em Espanha não há um grande movimento deste tipo de música, embora existam grupos realmente bons. Apenas para mencionar alguns deles: El Tubo Elástico, Noah, Histeria, The Unwritten. Acreditamos que a cena está a crescer cada vez mais e que as pessoas estão a ouvir este estilo.

Muito obrigado! Querem acrescentar mais alguma coisa?
Muito obrigado a Via Nocturna e às pessoas da Wormholedeath (a nossa incrível editora!!!), Carlo Bellotti e companhia, por nos apoiar e compartilhar com todos o nosso trabalho e onde podem ouvir isso.

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