Reviews: Fevereiro V


Me, Us And Them (VEIL OF CONSPIRACY)
(2019, Revalve Records)
Não deixa de ser estranho que os Veil Of Conspiracy já tenham passado por diversas fases da sua carreira começada em… 2016! Talvez por isso, Me, Us And Them, denote demasiadas incongruências. Exemplo: as belas melodias criadas não encaixam minimamente com as partes agressivas e com guturais que surgem demasiadas vezes. E este é o maior problema de uma banda que até mostra ter algumas boas ideias na elegância progressiva e ricamente decorada, numa inspiração que vem de nomes como Katatonia ou Opeth. Eventualmente a justificação pode vir da componente lírica abordada – as doenças mentais nas suas formas mais obscuras e diabólicas como esquizofrenia, depressão e desespero. Mas que não resulta lá muito bem, não! [64%]


Jump Off The Cliff (CIL CITY)
(2019, GIFD Records/Preiser Records)
Se Red Ocean já tinha deixado algumas boas indicações, elas confirmam-se em Jump Off The Cliff, o novo álbum dos Cil City. A banda presta, mais uma vez, homenagem ao hard rock direto e clássico num disco onde agora se notam algumas incursões pelo metal e até prog rock, fruto do desenvolvimento do coletivo austríaco. O som enérgico é acompanhado por letras profundas e pessoais que descrevem uma viagem de autodescoberta numa sociedade ditadora e complexa. O quinteto liderado pela pujante vocalista Deniz Malatyali mostra-se devoto à sua missão de fazer hard rock autêntico e o seu objetivo foi concretizado de forma satisfatória. [73%]


Steel Engraved (STEEL ENGRAVED)
(2019, Rock Of Angels Records)
Sete anos após o seu álbum anterior e dez anos depois da sua estreia, os Steel Engraved lançam o seu álbum homónimo, como forma de provarem que, finalmente, atingiram a sua maturidade e individualidade. Embora não seja bem assim, porque o seu heavy/power metal, embora relativamente bem construído e apelativo, ainda bebe muito da escola nórdica do passado. Afinal, nada de mal, dada a reconhecida qualidade dessa escola e até porque, em alguns temas, os alemães dela se aproximam, nomeadamente dos HammerFall. O problema está noutros temas onde se piscam olhos a um metal de influência mais moderna. Coincidência ou não, nesses momentos o interesse pela música criada pelos Steel Engraved cai de forma acentuada. Com bons vocais e bastante critério melódico e nos arranjos (bem notório nas faixas finais!), este álbum homónimo poderia atingir um patamar mais alto se estes senhores não quisessem meter lá tanta música – ou seja a filtragem não eliminou alguns fillers. [74%]


Velvet Insane (VELVET INSANE)
(2019, Metalapolis Records)
Das cinzas dos Pure Faith nasceram os Velvet Insane, em torno do guitarrista Jesper Lindgren e do vocalista Jonas Eriksson. O primeiro e oficial EP, Youth On Fire já ficou para trás (foi em 2014) e agora é tempo de olhar em frente, continuando a ter que viver com algumas mudanças de formação, mas conseguindo chegar a uma das casas mais importantes do hard rock melódico (a AOR Heaven), que é afinal o campo onde este coletivo se insere. Este trabalho homónimo é composto por um conjunto de temas naturalmente agradáveis, aqui e ali, com um registo aditivado, mas de uma forma geral, com alguma contenção. As influências clássicas estão muito presentes (referência a nomes como Mott The Hoople, Humble Pie ou T. Rex vão sendo notadas), embora a componente do hard rock sueco atual, como The Hellacopters, também seja perceptível nos arranjos de Velvet Insane. [67%]


Evil Comes (EVIL CONSPIRACY)
(2019, Sliptrick Records)
O novo álbum dos Evil Conspiracy traz-nos um conjunto de dez temas de um metal muito compacto e com uma abordagem moderna. Evil Comes é um disco sóbrio, coeso, equilibrado e com ideias próprias, que abrangem diferentes sub-géneros, variando entre o melodic heavy metal e o thrash metal. Temas como Ressurrection, Pagan Curse e Down To The Lord são os melhores exemplos da maturidade dos Evil Conspiracy, mostrando que a banda está no caminho certo, numa clara evolução desde Prime Evil. Evil Comes é um disco onde atitude e a melodia sobressaem num material particularmente fresco e vibrante que se aconselha a fãs de Judas Priest ou Iced Earth. [70%]

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