Shatter
Sessions (THE SLURS)
(2019, Independente)
Demorou
dois anos a fazer este Shatter Sessions,
disco de estreia dos The Slurs. Mas
nem se percebe bem porque, uma vez que a maioria das músicas são demasiadamente
básicas. O que este coletivo de veteranos da cena rockeira de Milwaukee quis fazer foi um disco de rock ‘n’ roll direto da forma como estes
discos devem ser feitos – barulhentos e sleazy,
na linha de The Stooges, MC5 ou AC/DC. OK, Shatter Sessions é barulhento e sleazy, e mostra muita influência a vir
diretamente do punk rock, mas está a
anos luz dos nomes citados. Bem, de facto, nem era expectável que se
aproximassem desses monstros sagrados,
mas a realidade é que a esta coleção de temas falta tanto em consistência como
o que sobra em atitude. [60%]
Pulse (BLOOD RED
SAINTS)
(2019, AOR
Heaven)
Pulse é o terceiro trabalho dos Blood Red Saints e mostra-nos uma banda
com uma atitude de modernizar o seu som, mantendo, todavia, a sua capacidade
criar coros catchy. Uma tentativa de
ultrapassar os limites estabelecidos pelo seu melodic rock dos álbuns anteriores, mesmo que ainda exista aquela
piscadela de olhos às ondas radiofónicas, nomeadamente em Cross To Bear e Crash Into Me.
Por outro lado, é numa faixa como I’m
Your Devil onde se mostra mais poder e a atitude áspera próxima do punk. Pulse é um disco para o qual todos os elementos dos Blood Red Saints contribuíram,
abordando aspetos que, de alguma forma, os afetaram no passado, mas sempre com
uma atitude de positivismo. [67%]
Son Of
Daedalus (INÊS
PIMENTA)
(2018, Sintoma
Records)
Em
tons de jazz, assumida até pela sua
formação musical, Inês Pimenta lança
o EP Son Of Daedalus. Das
experiências anteriores com os Fumaça
Preta, Sequin e Joana Barra Vaz traz outras sonoridades
que mistura no seu jazz – os aromas
do Brasil e até a progressividade do rock.
Son Of Daedalus traz apenas três
temas – o suficiente para neles percebermos a beleza da sua voz harmoniosa e
hipnotizante que navega sobre pianos sublimes e uma secção rítmica com grande
criatividade na sua execução. A vocalista, que chegou a experimentar outras
andanças, como a arquitectura e o design,
promete voltar em breve com mais músicas e com… diferentes abordagens! [77%]
Dance! (FREEDOM
FUEL)
(2019, Secret
Entertainment)
O
trio formado por Teemu Holttinen (vocais e guitarras), Henri Fagerholm (baixo)
e Sami Ojala (bateria) – os Freedom Fuel
- regressa dois anos depois da estreia com Happy
People. E se na altura escrevíamos que este era um coletivo praticante de
um rock bastante eclético, a verdade
é que essa costela não se alterou. Por isso, Dance! é mais que um convite à dança. É um convite a uma agradável
viagem pelo blues, rock, garage e até pelo cabaret,
com esse sensacional solo de acordeão em System
Fail. Claro que por vezes, tanto ecletismo acarreta alguns riscos. E os
finlandeses sabem isso, mas mesmo assim teimam em ser arrojados. Em Dance! o resultado acaba por ser,
também, algum desnivelamento entre o nível de qualidade das canções
apresentadas. [72%]
Back
(STEELWINGS)
(2019,
Sliptrick Records)
Os
Steelwings são suecos e transportam
a bandeira do hard rock (em boa
verdade, também de algum heavy metal!)
dos anos 80. De forma descomprometida, Back
apresenta doze temas que mantém a vide
dos anos 80 – muito arena rock e
algum hair metal – com uma produção
atualizada mas não muito polida. Em doze temas o coletivo apresenta diferentes
abordagens o que os leva a variar entre alguns temas muito bem conseguidos e
outros claramente menos interessantes. A audição é fácil, embora por vezes a
tendência para esticar demasiado os temas origine alguma saturação. Aliás, se a
referência são os anos 80, não tem cabimento construir um álbum com 58 minutos.
Claramente um exagero que acaba por se repercutir numa significativa redução do
interesse a partir de certa altura. [69%]
Comentários
Enviar um comentário