Bad Trip &
Endless Roads (THE CHAINSAW MOTEL)
(2018,
Independente)
Romain
e Orel já andam nisto há muito – já partilharam palco com nomes como Deez Nuts ou Dagoba, apenas para citar alguns exemplos – até se decidirem
avançar para um duo rock – The Chainsaw Motel. Do stoner, ao grunge, passando pelo garage
e até toques de metalcore, de tudo se
pode encontrar neste EP Bad Trip &
Endless Roads. Eventualmente uma viagem com alguns problemas que o duo quis
retratar neste novo EP. Deles diz-se que são dois a tocar com a energia de
cinco. E de facto, energia é coisa que aqui não falta. Nem energia, nem um som
que deve ser tocado muito alto, mesmo com afinações bem graves. O que poderá
faltar é alguma personalidade e coesão. [63%]
Solipsystemology
(t)
(2019, GEP)
t
é o nome do projeto do alemão Thomas
Tielen e Solipsystemology é o seu
sétimo álbum e corresponde à terceira parte da novela musical que começou com Fragmentropy e continuou com Epistrophy. Portanto, como se percebe, a
contrariar a simplicidade do nome do projeto há sempre a complexidade dos
títulos dos álbuns. E essa é uma caraterística – a complexidade – que Tielen
transporta para as suas criações. Sons idiossincráticos, implementação de
sonoridades e vozes atípicas, melodias ressonantes e estranhas métricas avantgard. E com Solipsystemology, Thomas
Tielen transporta a sua sonoridade e as suas composições um patamar a cima no que
diz respeito às intricadas sequências e complexos arranjos. O que o leva a
criar um mundo acústico muito próprio deste álbum. [74%]
Storyco (OUVE
CIDADE)
(2019, 1180201
Records)
Da
cidade da Maia, quatro elementos, El Matador (vocais e teclas), ET (baixo e
guitarra), Zé (guitarras) e Gui (bateria e vocais) intitula-se com o estranho
nome de Ouve Cidade e o seu primeiro
trabalho Storyco já circula por aí.
São apenas quatro temas em pouco mais de 11 minutos de uma atitude
completamente estonteante e a criar música onde é quase impossível colocar
rótulos. Assente nas criações nacionais doas anos 80 – facilmente vêm à memória
nomes como o punk dos M’as Foice, a atitude de escárnio dos Afonsinhos do
Condado ou o humor dos A Fúria do Açúcar –
na qual entronca uma boa dose do rock
intemporal dos Ornatos Violeta, o
quarteto maiato ainda consegue ter tempo para introduzir vocais death metal. Diversidade, como se vê,
não falta, imaginação também não. Falta apenas trabalhar um pouco mais as
ideias que são servidas de uma forma tão rápida que mal se tem tempo para
degustar. [70%]
Flowers At The Scene
(TIM BOWNESS)
(2019,
InsideOut Music)
Flowers At The Scene é o quinto disco a solo de Tim Bowness e sucede ao premiado Lost In The Ghost Light. Este novo disco
mostra-nos um Bowness a assumir a totalidade dos instrumentos, socorrendo-se,
em pontos fulcrais a uma lista extensa de convidados. Um desses nomes é Steven Wilson, também responsável pela
mistura, com quem o ex-No Man já
não trabalhava há mais de uma década. Posto isto, Flowers At The Scene é um disco suave de art rock, baladas e passagens cinematográficas. Essencialmente
minimalista e introspetivo, procura, por vezes alguma reação, quase sempre
ligeira e controlada. Percebe-se a intenção criativa do britânico, mas o
resultado final nem sempre é o melhor e Flowers
At The Scene tem alguns momentos demasiadamente amorfos e sem chama. [63%]
Little American Dream
(PETER H. NILSSON)
(2019, AOR
Heaven)
O
guitarrista sueco Peter H. Nilsson
tem tido uma intensa atividade com diferentes bandas, mas para este trabalho,
resolveu avançar a solo. Ou quase, já que a sua busca por um vocalista o levou
até Nashville onde conheceu Chris Biano,
com quem construiu a maioria deste Little
American Dream. Curiosamente, também o baterista, Jason Meekins, foi recrutado nos EUA, em Austin, Texas, mais
precisamente, completando-se o line-up
com outro sueco, o baixista Patrik
Adiels. E foi com este quarteto que se apresentam, pela AOR Heaven, com um Little American Dream, assente nas bem definidas linhas do AOR/melodic rock, maduro e consistente,
mas algo básico e desprovido daqueles momentos que fazem a diferença e que
marcam um disco. [68%]
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