Entrevista: Qantice


Três cantores e dois violinistas diferentes num curto espaço de tempo consumiu muita energia aos Qantice, daí este longo intervalo entre The Phantonauts e este The Astoria. Um intervalo que, mesmo assim, foi bem aproveitado por Tony Beaufils, a mente criativa por trás do projeto francês e que agora nos fala desta nova proposta - a mais épica de sempre!

Olá Tony, obrigado pela tua disponibilidade! Este ano comemora-se a primeira década após o lançamento do teu primeiro longa-duração. E que bela maneira de comemorar com este novo álbum. Como te sentes?
De facto, The Cosmocinesy foi lançado em abril de 2009, exatamente dez anos antes de The Anastoria. Sinto-me bem porque muitas coisas boas aconteceram e a banda nunca foi tão forte. As tours fizeram dos Qantice uma banda mais unida. Também lançamos o nosso mais belo videoclipe até agora, cheio de efeitos especiais. E os excelentes comentários que temos recebido para o novo álbum fazem-nos pensar que a nossa música tem evoluído de uma forma muito boa.

No entanto, cinco anos se passaram desde The Phantonauts. Por onde andaram os Qantice e que estiveram a fazer?
Entre 2014 e 2016, houve diferentes atividades com diferentes cantores: primeiro fizemos um videoclipe com o PelleK (cantor do The Phantonauts) e um único espetáculo com Yannis Papadopoulos (agora nos Beast In Black). Depois David Akesson entrou para a tournée europeia com Luca Turilli’s Rhapsody, em 2016. Depois disso, David tornou-se o novo cantor oficial e começamos a trabalhar no novo álbum.

Desde essa altura que tiveram algumas mudanças no line-up. Foi esta, também, uma das causas para este longo espaço sem lançamentos?
Sim, essa foi uma das razões. Com três cantores e dois violinistas diferentes num período tão curto levou-nos muito tempo e energia. A outra razão é que, enquanto compositor, aproveito o tempo que preciso para trabalhar nas músicas e orquestrações até estar 100% satisfeito com tudo.

Este novo álbum é apontado como sendo o mais épico de todos. Portanto, podes abrir um pouco e dizer aos vossos fãs, o que podem esperar?
Claro. Por exemplo, haverá um grandiloquente tema de um filme western em Once Upon A Sun. Timeline Tragedy é um passeio épico de nove minutos, na tradição dos Iron Maiden, com muitas pausas e instrumentos celtas. Little Knight's Oath é construído como uma música para uma animação medieval. Without A Hero tem um coro heróico e uma pausa vocal Queenish. E a lista pode continuar, mas vamos guardar alguns surpresas.

Mais uma vez contas com a colaboração de vários convidados. Que tipo de abordagem procuras com tantos convidados e tantos instrumentos diferentes?
Como podes ver com os meus exemplos anteriores, quase todas as músicas da banda visitam uma área diferente do enorme universo Qantice. E vários instrumentos ajudam a dar cores específicas a essas músicas. Por exemplo, as flautas Uilleann espalham imediatamente alguma melancolia agridoce e evocam na imaginação da maioria das pessoas, uma grande paisagem selvagem.

Como funcionam as coisas nos Qantice – tens uma música que precisa de um certo instrumento e por isso procuras um músico que o toque?
Sim. Na maioria das vezes eu escrevo os instrumentos clássicos e tradicionais com samples ou nos sintetizadores. E depois disso, procuro alguém para tocar esses instrumentos de verdade. Mas, às vezes, pode ser o contrário: se eu sei desde o princípio quem concordou em ser nosso convidado, eu também posso criar uma parte específica numa música que vai encaixar no estilo e no som dessa pessoa.

Em termos de conceito, voltas a ter um romance de ficção científica? É um álbum conceptual? Qual é a sinopse?
Desta vez não haverá um romance. Pelo menos, ainda não, porque o escritor que fez o primeiro romance não está disponível. Mas posso contar-te a história geral de The Anastoria: há um vórtice que aparece sobre o oceano dos insetos (aquele que já causou problemas na música Burial Wave, do primeiro álbum). E acontecem algumas anomalias estranhas no espaço-tempo: eventos do passado começam a formar-se no céu, como fantasmas que se tornam reais. E começa a confusão...

O que têm programado para apresentações ao vivo deste álbum?
Começamos agora a procurar por oportunidades de tournées e festivais. Sabemos que regressaremos a palco o mais rápido possível, mas é cedo para eu dizer onde e quando.

Muito obrigado, Tony! Queres acrescentar mais alguma coisa?
De nada, foi um prazer fazer esta entrevista. Gostaria de agradecer a todos os fãs e dizer bem-vindo aos novos. Sigam-nos no Facebook, Instagram e Youtube, onde encontrarão bonitos vídeos. E até breve em concerto!


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