Entrevista: Deep Sun


Com Race Against Time deram nas vistas de tal forma que a Massacre Records os foi buscar. E é já na editora germânica que lançam Das Erbe Der Welt, um título em alemão num álbum todo cantado em Inglês, com exceção… do tema título. Ao longo desta conversa com a vocalista Debora Lavagnolo e com o guitarrista Pascal Töngi, percebemos o porque desta e doutras escolhas.

Olá, mais uma vez, obrigado pela vossa disponibilidade! Onde têm estado e o que têm feito desde a última vez que conversamos, em 2016?
PASCAL TÖNGI (PT): Bem, obrigado pelo teu convite para outra entrevista, nós agradecemos! Muito aconteceu desde a última vez. Trabalhamos constantemente em material novo e tivemos muitos espetáculos. Em 2017, percorremos toda a Suíça na nossa Swiss Metal Alliance Tour e, recentemente, começamos a segunda edição junto com algumas bandas próximas a nós. No ano passado, pudemos tocar pela primeira vez fora da Suíça, no palco do Metalacker Festival na Alemanha.

Expliquem lá como estão a viver esse salto de uma banda independente para assinar com a gigantesca Massacre Records?
PT: Com o álbum anterior fizemos tudo sozinhos, trabalho promocional, distribuição, publicidade, etc. Sentimos que tínhamos chegado a um ponto em que precisávamos de ajuda de profissionais para crescer mais. Então, fomos à procura de uma editora e, finalmente, decidimos assinar com a Massacre Records. Agora, precisamos continuar a trabalhar arduamente, mas com o Massacre já sentimos como a nossa nova música tem um alcance muito maior. O nosso objetivo é estabelecer os Deep Sun no mercado internacional e até agora a perspetiva é muito promissora.

Esta estreia para o selo alemão é o vosso terceiro lançamento (se considerarmos o EP), mas é primeiro álbum conceptual, certo?
DEBORA LAVAGNOLO (DL): Certo, é o nosso terceiro álbum depois de Flight Of The Phoenix e Race Against Time. Das Erbe Der Welt é um álbum conceptual concreto, embora também Race Against Time tivesse a sua temática que era o "tempo" em qualquer forma e aparência. A diferença entre os dois álbuns é que quando começamos a compor para Das Erbe Der Welt já tínhamos o tema em mente. Com Race Against Time a jornada temática só veio no final, quando percebemos o quanto nos inspiramos no tema “tempo”.

O que nos podem dizer a respeito da temática aqui abordada?
DL: O nosso novo álbum Das Erbe Der Welt lida com as mudanças na sociedade, a humanidade ao longo do tempo, principalmente relacionadas ao desenvolvimento de tecnologia e inteligência artificial. Muitas letras retratam, de uma forma muito simbólica e poética, as mudanças que estão a ocorrer a um ritmo rápido. Por outro lado, outras, abordam o assunto de forma muito direta, trazendo para a discussão, entre outras coisas, os problemas colocados pela mudança tecnológica como um todo. Algumas músicas do álbum seguem um fio de ouro cujo conteúdo conta uma história. A história sobre o despertar do poder artificial, a sua ascensão e supressão da humanidade até uma amarga batalha final entre o homem e a tecnologia. No entanto, a banda, deliberadamente, absteve-se de tocar as músicas da história por ordem cronológica.  Ao invés, quisemos proporcionar uma experiência auditiva interessante e variada, razão pela qual as músicas e os seus conteúdos estão misturados e aparecem na sequência que é a mais adequada para o álbum.

O título do álbum é em alemão, embora não tenham nenhuma música em alemão, com exceção do tema-título. Por que a escolha deste título?
DL: Quando se trata de escolher um título para o álbum, todos nós demoramos muito tempo em considerações a esse respeito. O objetivo era encontrar um título que pudesse representar toda a mensagem do álbum de forma concisa e direta. No início, Das Erbe Der Welt surgiu como uma opção, mas não tínhamos certeza se poderíamos escolher um título alemão. E sim, podemos fazer isso muito bem! Das Erbe Der Welt é a declaração mais forte e mais ecoante do nosso novo álbum. Nenhum outro título teria sido melhor. No final, depois de decidido Das Erbe Der Welt, todos nos sentimos muito à vontade. E essa é uma das coisas mais importantes sobre a nossa estrutura de banda: somos como uma pequena família e cada decisão é tomada em conjunto, para que todos se sintam à vontade com ela.

Ao que parece, perderam um dos vossos guitarristas depois do lançamento de Race Against Time? O que aconteceu?
DL: Eros di Prisco, o nosso ex-guitarrista, disse-nos, logo após o lançamento de Race Against Time, e com um coração pesado que iria deixar a banda por motivos pessoais. Eros tem o seu próprio negócio que o ocupa muito tempo. Infelizmente, ele não conseguiu conciliar a sua carreira, família e banda. Uma noite, ele compartilhou connosco os seus pensamentos. Ficamos todos muito tristes e lágrimas rolaram. No entanto, temos total compreensão pelos seus motivos e desejamos-lhe o melhor. Demoramos algumas semanas para nos habituarmos à nova situação e para lidar com a perda de um membro da família da banda. A decisão de não substituir Eros como guitarrista só foi tomada passado algum tempo, quando sentimos o que era necessário. Em todo o caso, musicalmente, a constelação atual influenciou-nos positivamente, já que existem estruturas musicais mais claras e cada instrumento encontrou o seu lugar ainda mais.

Como passaram o tempo em estúdio? Correu tudo como planeado? Voltaram a trabalhar com Markus Teske?
PT: Sim, voltamos ao Markus, pois ficamos muito satisfeitos com a forma como saiu o nosso segundo álbum, Race Against Time. Trabalhar com Markus foi muito confortável para nós e ele, mais uma vez fez, um tremendo trabalho neste novo álbum. Quase tudo correu como planeado, sim. Como sempre fazemos, colocamos uma grande ênfase na preparação e em sermos bem organizados, mas com um cronograma muito apertado. Assim, os dias passados ​​em estúdio foram muito agradáveis, mas também muito longos e exigentes. Lembro-me que passamos cerca de 12 a 14 horas por dia em estúdio, portanto, quando tudo ficou pronto, estávamos exaustos. Mas todo esse trabalho duro valeu a pena, não há dúvidas sobre isso.

Prontos para irem para palco? O que têm preparado?
PT: Absolutamente, estamos sempre prontos! Os espetáculos ao vivo são o mais importante para nós, pelo que nunca fazemos uma pausa para nos concentramos apenas nas composições por 6 meses ou algo assim. Neste momento estamos a tocar o novo set na segunda iteração da nossa Swiss Metal Alliance Tour pela Suíça. Haverá mais datas após as férias de verão e estamos a ter uma procura ativa de oportunidades para tocar no estrangeiro.

Muito obrigado! Querem acrescentar mais alguma coisa?
PT: Obrigado novamente por nos receberes. Esperamos que vocês gostem tanto do novo álbum, quanto nós. Podem manter-se atualizados sobre tudo o que acontece com os Deep Sun assinando a nossa página no Facebook e o nosso canal do YouTube. Obrigado e cumprimentos da Suíça!


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