Entrevista: Prins Svart


O que começou como um projeto paralelo de alguns bem conhecidos músicos suecos, tornou-se, ao segundo álbum, o foco principal. Mantendo – e ainda bem dizemos nós – a aposta na linga sueca (torna o projeto ainda mais exótico!), os Prins Svart não demoraram muito a por Inte Här För Att Stanna cá fora. E o terceiro já está a ser gravado, foi o que confidenciou Henrik Bergqvist.

Olá Henrik! Wow, foram rápidos… Tinhas avisado que o segundo álbum estava a ser preparado, mas este lançamento foi surpreendentemente rápido. Estão numa fase muito criativa ...
Olá Pedro, prazer em falar contigo novamente! Eu acho que, da última vez, disse que não temos nada a agarrar-nos nem nada porque esperar. Trabalhamos com sentido de urgência, o que nos torna muito criativos. É como se fosses um pintor e estivesses em frente a uma tela, sabendo que podia ser a última vez que pintasses. Pintarias esse quadro sem olhar por cima do ombro para ver o que as pessoas estavam a pensar. Seria espiritual!

Penso que não será necessário falar de pressão após as excelentes reviews ao primeiro álbum, porque este segundo estava quase pronto ainda antes da maioria dessas reviews estarem cá fora (risos!) ... É verdade? Não sentiram qualquer tipo de pressão?
Sem pressão. Estamos numa fase em que não ligamos. Se alguém gosta do que nós fazemos, ótimo! Se não gostam, não importa, porque adoramos o que estamos a fazer e estamos a divertirmo-nos muito a fazer isto. O lado negativo dessa liberdade é que somos nós que pagamos tudo! Mas, até ao momento, tem valido a pena.

E como nos disseste anteriormente, mantendo a honestidade, de usar apenas a vossa língua nativa. Como é que os vossos fãs - principalmente os não suecos - reagem a isso?
Houve muitas críticas positivas sobre esse aspeto da nossa música, mas nem todas. Nós vemos isso como um sabor adicional, mas também percebemos que podemos sentir a falta de alguns fãs por causa disso. Quem sabe, talvez num futuro não muito distante, poderemos fazer um álbum em inglês? Mas por enquanto, estamos ao lado de Rammstein e Kvelertak e mantemos a nossa língua nativa!

Desta vez escolheram Rickard Nilsson para os teclados. Qual foi o vosso principal objetivo?
Rickard Nilsson é um amigo próximo e possivelmente a pessoa mais musical que eu já conheci! Foi uma absoluta honra e privilégio poder convidar Rickard para tocar connosco e estamos muito gratos por ele ter tido tempo para participar! A próxima coisa que vais ouvir dele é provavelmente o próximo álbum dos Avatarium!

É possível ter, no futuro, um teclista permanente?
É possível. Se pudéssemos convencer Rickard a juntar-se às nossas fileiras, poderíamos. Mas temos a sorte de conhecer alguns magos dos teclados que nos ajudam quando tocamos ao vivo. Temos o Joakim Svalberg, que está com os Opeth e Anders Fästader, que tocou com Conny Bloom e Great King Rat, entre muitos outros, que são presença regular nos nossos espectáculos. Com esse tipo de back-up, não precisamos realmente de um teclista permanente. Por enquanto, somos um quarteto!

O que pretendem afirmar com um título como este? Inte här för att stanna, significa “não está aqui para ficar”, mas os Prins Svart estão para ficar, certo?
O título do nosso novo álbum é indicativo da mentalidade que vivemos atualmente. Nada é garantido e limitamos as nossas expetativas quanto ao que nos é permitido fazer durante o nosso tempo relativamente curto na terra. Se pensares bem, nenhum de nós está efetivamente aqui para ficar. Segundo julgo saber, ninguém conseguiu permanecer vivo. O conhecimento de que um dia vamos morrer, dá-nos uma sensação de urgência e propósito! É o que torna as nossas vidas mágicas e únicas e nós tentamos manter esse pensamento quando escrevemos e tocamos a nossa música.

Como estão as coisas com as vossas outras bandas? Agendas muito apertadas, suponho ...
De momento, nenhum de nós tem muito tempo para fazer outras coisas e a minha antiga banda, os The Poodles, fechou a loja depois de mais de uma década, por isso é foco total em Prins Svart!

O que tem programado para apresentações ao vivo, após o lançamento do álbum?
Estamos em conversações com vários grandes festivais de verão aqui na Suécia e esperamos conseguir alguns. Tivemos a nossa festa de lançamento no dia 9 de maio num lugar chamado Kraken em Estocolmo. É um clube de rock clássico. Também estamos a planear algumas datas em clubes fora de Estocolmo, para o outono.

Mais uma vez obrigado Henrik! Há mais alguma coisa que queiras acrescentar?
Obrigado pelo apoio e espero falar contigo novamente em breve. Já estamos a gravar o próximo álbum! Tem um ótimo verão e desejo-te uma vida cheia de amor e música!

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