Reviews: Junho (I)


Seven Seals (STORMHAMMER)
(2019, Massacre Records)
Dois anos depois confirma-se que Welcome To The End não se referia ao fim dos Stormhammer, mas sim, e apenas, à ligação com o vocalista Jürgen Dachl, para este novo álbum substituído por Matthias Kupka. E parece ter sido este senhor o responsável, até porque a produção, mistura e masterização estiveram a seu cargo, pela mudança na sonoridade dos germânicos que se verifica em Seven Seals. E que mudança é essa? Uma abordagem mais moderna que se repercute, no fundo, em vocais agressivos que destoam completamente num disco com grande elegância e de elevada sofisticação técnica e criativa, embora mantendo uma acentuada costela heavy. Seven Seals tem um monumental trabalho instrumental sistematicamente destruído pela postura do novo vocalista. Porquê? Aparentemente apenas porque querem ser contemporâneos. [71%]


Evil Within (RUTHLESS)
(2019, Pure Steel Records)
Os Ruthless (estes são os de Los Angeles, não confundir com uma série de outras bandas com o mesmo nome) existiram entre 1982 e 1990, tendo terminado funções quando se preparavam para lançar o segundo álbum. Regressaram em 2015 e Evil Within é o segundo registo desta nova encarnação, quatro anos após They Rise. Quanto a este Evil Within, este é um disco do mais puro power/US metal. Tudo é feito como deve ser, embora nunca chegue, em momento algum, a ser algo de extraordinário. Os fãs do género, nomeadamente os mais voltados para as sonoridades old school, poderão encontrar aqui algum interesse no poder dos riffs e num conjunto de boas melodias. [73%]


Headbanging Forever (EXTREMA)
(2019, Rockshots Records)
Numa nova casa, os Extrema regressam aos discos seis anos após The Seed Of Foolisheness, o seu último longa-duração, (naturalmente, desconsiderando o EP The Old School lançado de forma independente em 2016), mantendo a sua vertente de puro metal sem pausas para respirar, onde o groove e o thrash se encontram em doses equilibradas. Neste seu sétimo registo, Headbanging Forever, a produção forte, clara e moderna realça o balanço dos temas e as mudanças de tempos, contribuindo para a aplicação prática do título. Uma postura violenta, direta, diversificada, corajosa e experimental para que os fãs de Machine Head, Korn ou Pantera tenham aqui vastos motivos de interesse. [61%]


Demons (SAVAGE MESSIAH)
(2019, Century Media Records)
Quinto longa-duração para os power-thrashers britânicos Savage Messiah, naquela que é a sua segunda experiência para a Century Media Records. E partimos para a audição de Demons sabendo que o poder do thrash já tinha, definitivamente, ficado para trás mas ainda com o fantástico sabor de Hands Of Fate. Mas desiludimo-nos. Demons volta a mostrar uma banda a mudar o seu registo, mas desta vez para pior. A tentativa agora é misturar o metal vintage com o metal moderno. A solução não parece ser a mais consistente e, aparte alguns temas – The Lights Are Going Out e Until The Shadows Fall – em mais nenhum momento Demons se torna empolgante e se aproxima da memória que trazíamos dos seus anteriores trabalhos. [70%]


Hell III (HELLIGATORS)
(2019, Sliptrick Records)
Hell III é o terceiro álbum dos Helligators e surge quatro anos após Road Roller Machine, novamente numa edição da Sliptrick Records. Os onze temas desta nova proposta dos romanos varia do hard rock clássico de Rebellion e Pedal To The Metal até ao metal poderoso e obscuro de Here To Stay e Bleeding, sem esquecer as passagens mais intimistas com a acústica Where I Belong ou a aventura em novos territórios musicais com a instrumental Bassthard Session III (com a colaboração especial de Gianni Colaiacono dos Banco Del Mutuo Soccorso) ou a longa suite Confession. Apesar de uma aproximação a áreas mais melódicas, em comparação com os discos anteriores, Hell III ainda mantem muito do poder de fogo dos riffs graves e sujos. [65%]

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