São
quase quatro centenas de jovens músicos de todo o mundo. Com eles estão os
melhores professores. É o Festival Música
Junior que este ano cumpre a sua sétima edição subordinada ao tema Ópera
Vs Teatro Musical | Egos e Egoísmos e que se muda de Montalegre para Ponte
de Sor. Percebam tudo com António Jorge Nogueira.
Olá
António. Este é um Festival um pouco diferente do habitual, não é? Por isso,
talvez para começar, pudesse falar no que consiste este evento, o Festival
Música Junior?
O FESTIVAL
MÚSICA JÚNIOR é atualmente a iniciativa artístico-pedagógica mais
referenciada no meio musical português assumindo um papel incontornável na
formação de jovens estudantes de música fora do contexto escolar. Está vocacionado
para uma faixa etária entre os 8 e os 24 anos de idade, e acolhe mais de 350
estudantes oriundos maioritariamente de Portugal, Espanha, França, Bélgica,
Moçambique e outras nacionalidades que ao longo de 9 dias estarão em intensa
atividade musical, acompanhados por um coletivo de 34 professores e 3 maestros.
Os participantes adquirem experiência integrando um Coro, uma Big Band,
uma Orquestra Juvenil e uma Orquestra Sinfónica, num ambiente musical único e
com especial sabor das férias. A par
dos principais protagonistas desta edição: Barbara Barradas, Carlos
Cardoso, Sissi Martins, Ruben Madureira e Fernando Alvim
serão uma vez mais convidados alguns dos melhores professores dos principais
Conservatórios e Escolas de Música Nacionais, Espanha e França que juntamente
com os participantes serão os protagonistas da programação cultural que será
desenvolvida em Ponte de Sor durante o Festival Música Júnior. Para descontrair
após os ensaios, supervisionados por professores e sempre em segurança, são
organizadas inúmeras atividades ao ar livre, jogos tradicionais, campeonatos de
futebol, kayaks, padle, mini-golf, ténis, piscina, entre
tantas outras. O convite estende-se também a toda a família para passar férias
no decorrer do Festival em Ponte de Sor, usufruindo dos alojamentos e do
potencial turístico da região.
Pode
fazer uma breve resenha histórica? O que esteve na origem deste festival, as
vossas motivações, o trajeto desenvolvido até aqui…
O Festival
Música Júnior surge em 2012 com o intuito de proporcionar aos
estudantes de música das principais escolas de música nacionais uma
experiência pedagógica e formativa em contexto de férias escolares que fosse
marcante e lhes proporcionasse a experiência de contactar com músicos e
artistas de grande relevo no meio artístico nacional e internacional. Desde
então projeto tem proposto diferentes horizontes musicais aos seus
participantes, onde as temáticas do “O Jazz, o Legado de Piazzola, o Humor, as
Bandas Sonoras de Hollywood, Fado – O Legado Português, O Folk e o Étnico no
Universo Erudito, Música nas Américas, A Genialidade Russa” tiveram como
convidados especiais Mário Laginha e Maria João, Pedro Santos,
Carlos Moura, Sofia Escobar e Mário Augusto, Hélder
Moutinho e Rui Vieira Nery, Gilles Apap, Vasco Dantas
Rocha, Jeffery Davis e Gabriela Canavilhas, Kyril
Zlotnikov e António Victorino d’Almeida. Este é um projeto que
pretende afirmar-se como uma referência na formação dos jovens estudantes de
música, que através de um projeto inovador e de grande escala permite um
complemento formativo de grande qualidade. São muitos os estudantes finalistas
dos cursos superiores que frequentaram os Estágios do Festival Música
Júnior e que afirmam que a experiência vivida neste projeto foi
marcante para a decisão de se tornarem músicos profissionais. Temos plena
consciência que a inscrição massiva de alunos neste projeto demonstra que temos
estado no caminho certo e que os padrões de exigência artística e pedagógica
por que nos pautamos são reconhecidos pelos nossos colegas que recomendam a
frequência deste curso aos seus alunos.
E
já lão vão sete anos, não é verdade? Olhando para este tempo que já decorreu,
que balanço é possível fazer?
Após estas 7
edições, o balanço que fazemos é muito positico especialmente pelo número de
participantes inscritos e pela evolução do nível artístico que ano após ano os
alunos demonstram ter. Iniciámos este projeto com apenas 120 participantes, em
2012 a título de exemplo o Coro teve apenas 5 participantes e hoje tem 80
alunos, e nas últimas duas edições increveram-se 360 alunos e temos tido a necessidade
de condicionar as vagas em vários instrumentos dada a procura. O nível musical
no nosso país tem subido exponencialmente fruto da rede Nacional de Escolas de
música ter vindo a integrar nos seus quadros um conjunto de professores da nova
geração que têm realizado um rejuvenescimento nas metodologias de ensino que
estavam completamente fechadas sobre si próprias e asfixiavam a abertura de
espírito que as artes devem ter. Deste modo o Festival Música Júnior
tem também sido uma referência nessa evolução, proporcionando aos participantes
o contacto com repertório e solistas que muito dificilmente poderiam integrar-se no âmbito dos planos
curriculares de uma escola.
Bom,
centremo-nos agora na edição deste ano. Para já, a diferença mais notória é a
mudança de Montalegre para Ponte de Sor. Porquê?
Era
necessário dar resposta a uma limitação que infelizmente este ano se levantou
em Montalegre pelo facto da escola secundária que acolhia as aulas e os ensaios
estar a ser alvo de obras durante o período das férias escolares. Ao mesmo
tempo consideramos que esta ocasião seria uma boa oportunidade para o projeto
proporcionar aos participantes o seu enquadramento em outro munic Ao mesmo tempo há um conjunto de mais valias
ao nível da prática de desportos e atividades lúdicas que Ponte de Sor tem
muito bem assegurada: Piscina exterior, piscina interior, campos de futebol, courts
de tenis, paddle, mini-golf, no rio Sor poderemos proporcionar
passeios de kayaks e muitas outras… Por fim para a apresentação do
concerto final, o anfiteatro ao ar livre de Ponte de Sor terá todo o espaço
necessário para receber as 4 formações que se apresentarão em palco: Coro, Big
Band, Orquestra Juvenil e Orquestra Sinfónica. Ao mesmo tempo, uma vez que
estamos perto de Lisboa, é imperativo a realização do concerto final num
Auditório de qualidade reconhecida para que a experiência dos alunos seja plena
e possam estar ao mais alto nível. ípio que demonstrasse valorizar este projeto. Não são muitos os
municípios que possam reunir todas as condições logísticas para a sua
concretização e Ponte de Sor é uma cidade fantástica que está muito bem
liderada politicamente e desde o primeiro momento teve a visão de nos apoiar e
disponibilizou todos os apoios necessarios para a boa concretização desta
edição do FMJ. Com o apoio do Exército na cedência de colchões temos a
capacidade para albergar em Ponte de Sor numa das Escolas a pernoita dos alunos
e na outra Escola a realização das aulas e dos ensaios.
Qua
é a temática para este ano e que critérios estiveram na origem da sua escolha?
A temática
deste ano é ”ÓPERA vs TEATRO MUSICAL |
Egos e Egoísmos”. Considerámos pertinente e especialmente interessante
apresentar aos participantes obras destes dois géneros que têm muito em comum,
muito focados na voz e nos personagens, onde ambos rivalizam pela captação de público,
onde os Egos e os virtuosismos são predominantes. A Ópera e o Teatro Musical
são dois géneros artísticos que têm revelado grandes cantores e onde o drama
encenado combina a música instrumental com o canto e com presença ou não de
diálogo falado. Consideramos portanto que seria uma temática interessante que
os participantes pudessem experimentar.
Quais
os convidados que já é possível apresentar?
Este ano
iremos contar com a participação da soprano Bárbara Barradas, do tenor Carlos
Cardoso, a cantora Sissi Martins, o cantor Ruben Madureira e
o apresentador dos concertos será o inconfundível Fernando Alvim.
Esse
naipe de convidados irá juntar-se ao vosso grupo de professores, certo? Com
quantos professores e de que áreas temáticas trabalham habitualmente, ou estão
a pensar em trabalhar nesta edição de 2019?
Teremos cerca
de 34 professores que irão lecionar nesta edição. São professores de Portugal,
Espanha, França, Brasil e Estados Unidos que durante 9 dias estão disponíveis
para dedicar toda a sua energia e know-how aos participantes vindos de
Portugal e do estrangeiro. Todos os anos
o Festival Música Júnior apresenta uma temática original que é o
mote da edição, mas na generalidade o projeto foca-se mais na música clássica e
no Jazz.
Mas,
como já percebemos, este festival oferece aos jovens muito mais para além da
música. O que têm previsto para este ano?
Este projeto
apresenta para além da componente musical e pedagógica um conjunto de
atividades ao ar livre como Kayaks, Padle, Ténis, Mini Golf,
Piscina, Jogos Coletivos, Cinema entre muitos outros. Iremos também realizer
vários concertos de descentralização que terão a participação de vários alunos.
Quem
quiser participar neste festival, a que requisitos deve obedecer e como pode efetuar
a sua inscrição?
Deverão ser
alunos com idades compreendidas entre os 8 e os 24 anos de idade e com uma
prática instrumental mínima de 3 anos. Este curso é direcionado para alunos do
ensino vocacional oriundos dos Conservatórios e Escolas de Música. A inscrição
é realizada on-line no site do Festival Música Júnior:
www.fmj.pt. Os
alunos que nunca tenham tido nenhuma experiência musical podem inscrever-se no
Coro.
Há
limite para o número de inscrições?
À semelhança
das edições de 2017 e 2018 temos um limite de 360 participantes, uma vez que em
termos logísticos e de colocação de participantes em palco este é o máximo que
não pretendemos ultrapassar de modo a controlarmos a qualidade do espetáculo e
do acompanhamento pedagógico dos alunos.
Para
concluir, agradecendo desde já a disponibilidade, quando e em que lugares
decorrerá a edição deste ano?
Esta edição
irá decorrer na cidade de Ponte de Sor. Desde 2012 que se realizava na vila de
Montalegre, mas pela primeira vez iremos mudar de localidade. Iremos realizar
vários concertos de professores em diversos espaços e freguesias do município
culminando com um grande concerto final no dia 3 de agosto no Anfiteatro ao ar
livre de Ponte de Sor e no dia 4 de agosto na Aula Magna da Reitoria da
Universidade de Lisboa.
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