Flowers (CHILDREN OF THE SÜN)
(2019,
The Sign Records)
A
lenda do Woodstock, dos hippies e do amor livre perdura nos
suecos Children Of The Sün. Percebe-se isso logo pelo seu nome,
reforça-se a ideia com uma estreia batizada de Flowers e confirma-se com
a sua adição deste conjunto de canções do octeto. A inspiração vem de Janis
Joplin e de Jimi Hendrix e o seu rock psicadélico, orgânico,
puro, ensolarado e bem florido ganha pontos nas harmonias vocais, nas
melodias folk e na alma que transmite. Naturalmente que a componente de
natureza e a ligação com o mundo natural também aqui se faz sentir nesta música
bela e que espalha outros sentimentos como a liberdade e o amor. Flowers
é uma estreia agradável de uma banda que mostra argumentos e potencialidades
para crescer. [72%]
Sister Anxiety (VACANT IMAGE)
(2019, Sliptrick Records)
Sister Anxiety é o mais recente disco dos Vacant Image e traz-nos
nove temas de rock alternativo/grunge. Apesar disso, esta
proposta começa de forma abrupta e claramente centrada no metal com Granny
Panties And Peanut Butter, mas rapidamente se encosta a nomes como Alice
In Chains, Pearl Jam ou Coldplay. Por aqui há um tema que
fala de maturidade, Faceless Maturity, mas no global os australianos não
demonstram ter muito disso. Os temas são pouco interessantes, as melodias são
muito limitadas e salta à vista um vocalista fraco que deixa a nu todas as suas
carências em Handsome Devil, precisamente o tema onde os Vacant Image
tentam fazer algo com mais notoriedade, recorrendo a um registo acústico. [55%]
Sailing Islands By The Sound (AVI ROSENFELD & MARCO BUONO)
(2019, Independente)
Para este novo disco de Avi Rosenfeld & Marco
Buono, o compositor israelita procurou uma nova abordagem na composição. A
ideia surgiu do baterista Tommaso Monopoli que lançou o repto de criar
um disco de rock progressivo. Assim surge um desafiador, complexo,
dramático e envolvente Sailing Islands By The Sound, numa linha a
lembrar os antigos Genesis, King Crimson ou Yes.
Essencialmente introspetivo com os momentos acústicos e calmos a prevalecerem,
este registo acaba por não ser um disco de rock progressivo puro, mas
sim um disco que envereda por uma linha diferente de rock clássico
eletroacústico, com uma forte componente emotiva e até algum classicismo
barroco. [68%]
Execute (ZEX)
(2019, Independente)
A banda canadiana de punk/metal Zex
mantém a sua regular produção musical juntando Execute aos dois discos
que já apresentava o seu catálogo – Fight For Yourself (2014) e Uphill
Battle (2017). Execute mostra a banda em forma e a executar uma
mistura de punk e metal (bem, claramente mais punk e menos
metal) despretensioso e descomprometido. Melodias simples e linhas
diretas, como é apanágio do género, encaixam em temas a rondar a média dos três
minutos. Diretos, concisos, sem rodriguinhos, mas também sem grandes
preocupações em serem demasiado criativos ou arrojados. Para os mais distraídos
refere-se que os Zex é uma das inúmeras bandas de Jo Capitalicide
(aqui é ele o principal compositor) – eventualmente já se devem ter cruzado com
ele nos Germ Attack, Blue Cross, Iron Dogs, Ice War,
Aphrodite entre muitas outras. Este disco foi alvo, recentemente, de uma
edição em vinil a cargo de um triunvirato constituído pela Plastic Bomb
Records, Common People Records e Maniac Attack Records. [64%]
Tied Up In Red (BELL BARONETS)
(2019, Irascible Music)
Fuzz e muita distorção fazem parte do álbum Tied Up In Red,
segundo álbum dos Suíços Bell Baronets. O sucessor de The Strong One
apresenta pouco mais de meia hora de rock influenciado pelos anos 70,
com uma guitarra que dispara riffs pesados e graves em todas as
direções, um baixo supersujo e com um vocalista que canta com uma clareza
única. Sim, os Black Sabbath devem ter passado pela sua sala de ensaios,
mas as sonoridades mais modernas também aqui encaixam – sejam elas mais
orientadas para o grunge ou para o stoner. E até bastante
alternativo, sendo possível descobrir alguns tópicos dos The Muse. Os
ritmos marcantes e linhas melódicas interessantes assumem-se sem receio, como
também não há receio de incluir elementos noise e fraseados hip hop
num tema como Inked. Um bom disco a descobrir. [76%]
Comentários
Enviar um comentário