Entrevista: Lucifer's Friend


Desde Awakening que os Lucifer’s Friend têm mantido uma atividade regular. A banda alemã, que conta com o vocalista britânico John Lawton, tem vivido alguns momentos dificeis com os problemas de saúde de alguns dos seus membros, mas Black Moon, o seu mais recente disco, deixa, claramente as doenças para trás, e mostra a força destes veternanos. Mais uma vez fomos falar com o simpático vocalista a respeito deste novo, e espetacular, registo.

Olá John! Como estás? Antes de mais, está tudo bem com Peter?
Olá Daniel, estou bem, obrigado. Peter está a recuperar da sua operação e levará tempo, mas esperamos que ele consiga voltar a pegar numa guitarra.

Novo álbum lançado e a definitiva consagração do regresso dos Lucifer's Friend, não concordas?
Eu gostaria de pensar assim, houve muito trabalho na gravação e mistura de Black Moon, mas funcionou bem. Muito crédito tem que ser dado a Simon Hesslein por fazer uma ótima mistura, na sua apertada agenda, e também por isso é que o lançamento do disco demorou um pouco mais do que o planeado, mas valeu a pena…

Sendo Black Moon o vosso 12º álbum de estúdio, sentiram algum tipo de pressão?
Não, não! Na verdade, não acho que alguma vez tenhamos sentido pressão para gravar um álbum ao longo de todos estes anos. Escrever e gravar deve ser um prazer, afinal a banda está a fazer algo para os fãs, mas também para a sua própria satisfação. Mesmo quando pensamos no álbum Awakening, em que estivemos fora do cenário durante muitos anos, mesmo aí foi um prazer fazer e certamente sem qualquer pressão...

Quando começaram a trabalhar nessas novas músicas e durante quanto tempo trabalharam nelas?
Na verdade, estamos a trabalhar em novas músicas desde que lançamos o Awakening. Peter esteve sempre a enviar-me novas ideias e ainda temos muito material para trabalhar e esperamos lançar um novo álbum de estúdio em 2020.

Desta vez tentaram algum tipo diferente de abordagem ao processo de composição?
Não! Tínhamos muito material para trabalhar e escolhemos as melhores faixas para o álbum, um pouco mais rockeiras do que para Too Late To Hate e é claro que nós convidamos um par de músicos para duas faixas: Chuck Findley (trompete) em Black Moon e Stephan Pintev (violino) em Freedom. Acho que a maior mudança foi entregar a mistura e masterização a Simon Hesslein. Ele mora em Nova York e teve ideias totalmente diferentes quando se tratou de finalizar o álbum... ótimo trabalho.

Já que falaste nos convidados, como surgem eles neste disco?
Eu não os conheço! Stephan deu a ideia do Chuck para um solo de trompete pois ele também estava na James Last Orchestra e Peter pediu a Stephan Pintev para tocar um solo de violino. Eles conhecem-se há muitos anos e são ambos excelentes músicos.

E quando decidiram incluí-los? Foi uma ideia que surgiu logo no início ou apenas mais tarde?
Foi mais tarde. Queríamos algo um pouco diferente dos usuais solos de guitarra ou de teclado e adorei!

Como foi a criação das músicas? Foi um esforço da banda ou um trabalho mais individualizado?
Normalmente Peter Hesslein e eu somos os mais criativos e em Black Moon, fomos nós que finalizamos as faixas. Dieter Horns (baixo) tem contribuído sempre ao longo dos anos, mas desta vez, como não estava bem, quando juntámos as peças para o álbum, não pôde contribuir.

Por que escolheram Black Moon para título deste álbum? É o vosso trabalho mais sombrio?
Na verdade, tínhamos outro título para o álbum, mas parecia que estava tudo acabado e naquela altura não tínhamos certezas sobre a recuperação de Peter e Dieter estava a fazer tratamento para a sua doença, mas ficou melhor do que pensávamos, por isso mudamos para Black  Moon, que mesmo assim é a faixa-título….

Mesmo que Stephan Eggert não seja da vossa formação clássica, ele já está totalmente integrado na banda e deve sentir-se como um membro LF desde sempre…
Stephan é um grande baterista e conhece Peter há muitos anos, quando estavam juntos na James Last Orchestra. Infelizmente, ele deixou a banda no ano passado devido a outros compromissos, mas temos um novo baterista Markus Fellenberg que é muito bom e é mais orientado para o rock. Atualmente, Markus está a gravar as faixas de bateria para o novo álbum e soa muito bem….

Tens andado em tour com os Uriah Heep? Como tem decorrido?
Eu não estou em tournée com os Uriah Heep, apenas participei nalguns espetáculos deles, foi só isso. Nós ainda somos, muito bons amigos.

E quanto a uma tournée de Lucifer’s Friend? Enquanto Peter não estiver recuperado irão interromper os espetáculos ou chamarão um músico substituto?
De momento, não há planos pois teremos que ver como será a recuperação de Peter; a sua saúde é o mais importante. Eu não gostaria de ter músicos substitutos para Peter ou Dieter Horns; são eles que fazem os Lucifer’s Friend especiais e sem eles não é a mesma coisa… Há por aí tantas bandas que são grandes nomes e que apenas têm um membro original, mas não é a mesma coisa...

Muito obrigado John, mais uma vez! Tudo de bom, meu amigo!
De nada, meu amigo. Cuida-te!

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