I Belong (JIMI ANDERSON GROUP)
(2019, AOR Heaven)
Influenciado pelas bandas clássicas do rock,
como Rush, Whitesnake e Deep Purple, o vocalista Jimi
Handerson tem andado ativo na cena desde 1978. Em 2015 começa a trabalhar
em nome próprio, nascendo assim nascia o Jimi Handerson Group que
lançaria Longtime Comin’ em 2017. I Belong é o sucessor natural
do coletivo, onde se mostra que as suas capacidades vocais continuam intactas.
Já quanto à música, mesmo considerando que há nesta rodela momentos muito bons
– Until Then, belíssima balada; Wonderful Tokyo Nights, intenso feeling
hardrockeiro na linha de Whitesnake; Jamie’s Blues,
introduzindo o blues e I Belong, espaço dado à guitarra acústica
e orquestrações – o álbum, enquanto um todo, acaba por não ser totalmente
convincente. Os restantes temas são razoáveis, mas falta sempre aquele click
que os faça saltar para um patamar superior de qualidade. A sensação que fica é
que I Belong é um disco muito controlado e pouco expansionista, limitado
por uma bitola média. [68%]
In The Air (AVI ROSENFELD)
(2019, Independente)
In The Air é apresentado como sendo o 42º álbum de Avi Rosenfeld
e é um álbum que mostra alguns atributos que até agora não conhecíamos ao
israelita. When You’ll Be Born, faixa de abertura, é de uma incrível
beleza; Dom Quixote, tem um sensacional trabalho de baixo e violino; Beyahad
(o primeiro de quatro temas cantados em hebraico) traz para primeiro plano as big
bands, o ska e o foxtrote; em Sabale volta a surgir um
incrível violino, mas desta feita menos festivo e mais sentimental e Snowflakes
fecha o álbum com magia. Estes temas puxam o álbum para um nível superior, mas
os restantes, como já vem a acontecer nos últimos trabalhos de Avi Rosenfeld,
não estão ao mesmo nível. Longe disso. E a sensação que fica é de um álbum que
poderia e deveria ser muito melhor, mas que, no conjunto, apresenta algumas
deficiências. Um aspeto a rever. [67%]
The Demtones (THE DEMTONES)
(2019, Independente)
A tradição sueca ainda é o que sempre foi e por lá
surgem, como cogumelos, coletivos que a cada momento conseguem revitalizar um
estilo de rock que, parece, só por lá se dar bem. Desta feita
apresentamos-vos os The Demtones, power trio nascido no sul da
Suécia apenas em 2018. Não demoraram muito a ter pronto o seu álbum de estreia,
cheio de energia, musculado, verdadeiramente dinamitizado e direto ao
que interessa. E o que interessa é proporcionar alegria e feeling rock ‘n’
roll. Para isso é usada uma guitarra muito orientada para os riffs,
sempre intensa e bem alto ao qual se junta o necessário groove, com o
baixo, também, a desempenhar um papel importante pelo corpo que confere
aos temas. Nesta breve proposta, os The Demtones surpreendem, ainda, por
um conjunto de solos de grande efeito. Claramente melhor na primeira metade do
disco, esta estreia homónima não consegue manter a bitola elevada, acabando por
perder, para o seu final, algum do entusiasmo e interesse inicial. [67%]
Greetings From Rocketland (ROCKETT LOVE)
(2019, AOR Heaven)
Depois de se estrearem com Grab The Rocket, em
2017, os suecos Rockett Love voltam aos discos com o seu segundo registo
Greetings From Rocketland. A banda criada pelo vocalista Daniel
Samuelsson e pelo guitarrista Stefan Westerlund lança este trabalho
mais uma vez pela AOR Heaven e apresenta mais um conjunto de onze
canções básicas de um hard rock clássico/classic rock com alguma
ênfase em melodias, de onde destacamos King For One Day, Back On My
Feet e a power ballad Take Me Home. Greetings From Rocketland
é um disco que apenas procura introduzir alguma variabilidade na sua ponta
final, com o endurecimento de algumas faixas que apresentam uma vertente mais
próxima do metal. Por isso, este registo deverá apenas agradar aos fãs
de WET, Winger ou RATT, mas deverá passar ao lado da
maioria dos restantes amantes da música, porque só a espaços consegue ser
diferenciador. [65%]
Beleaf (INDUBIOUS)
(2019, Righteous Sound Productions)
Ultrapassadas as diversas dificuldades da vida, os
irmãos Evton e Skip, regressam mais fortes com o quarto disco do
seu projeto Indubious. A base mantém-se nas raízes do reggae que
aqui e ali são abaladas por incursões pelo dancehall, deep dub ou
rootstronica. Um disco que acaba por ser engrandecido pelas colaborações
de Satsang em Good Ol’ Days, The Elovators em One By
One e Michael Leslie, em Arrow. Destaque, mais uma vez
(começa a ser uma referência) para a produção de alto nível, num disco que tem
como principal fraqueza a sua longa duração – mais de 50 minutos e 14 faixas
começa, a certa altura, a cansar. [60%]
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